quarta-feira, 28 de abril de 2010

Procuradora acusada de espancar filha adotiva

Menina de 2 anos chegou ao hospital com hematomas e luxações. Mãe,
aposentada do Ministério Público Estadual, perde guarda provisória da
criança e é investigada por maus-tratos
Rio - 'Foi a mamãe’. Com a ingenuidade de seus 2 anos, assim a menina
T. relatou a membros do Conselho Tutelar da Zona Sul e do Ministério
Público Estadual como surgiram as marcas de espancamento em seu corpo.
Ela é filha adotiva da procuradora de Justiça aposentada Vera Lúcia de
Santana Gomes, de 57 anos, acusada de agredir a garota dia 15, em seu
apartamento, em Ipanema.
O caso foi registrado na 13ª DP (Copacabana) como maus-tratos. Mas não
está descartada a hipótese de a procuradora responder por tortura.
“Recebi um relatório sobre o caso na semana passada e encaminhei para
a 4ª Promotoria de Investigação Penal porque, como a procuradora é
aposentada, não tem mais foro privilegiado”, afirmou o
procurador-geral de Justiça, Cláudio Lopes.
Quatro ex-funcionários da procuradora já prestaram depoimento na Vara
da Infância e Juventude e do Idoso e confirmaram as agressões. O
primeiro a denunciar o caso foi um ex-motorista de Vera Lúcia, que
procurou o Conselho Tutelar. No dia 15, uma equipe do órgão,

acompanhada de uma juíza, uma promotora e oficial de Justiça, foram à
casa da procuradora. Machucada, T. foi levada para o Hospital Miguel
Couto, na Gávea.
Lá, os médicos constaram luxações e hematomas, principalmente nos
olhos, face e cabeça. Por ordem da Justiça, a procuradora perdeu a
guarda provisória da menina e foi suspenso o pedido de adoção
definitiva. T. foi transferida para um abrigo, na Zona Sul, onde
recebe assistência psicológica.“A menina foi encontrada em péssimas condições. Muito machucada e
assustada. A cena era chocante, mesmo para quem estar acostumado a
lidar com esse tipo de situação”, afirmou um dos profissionais que
foram ao apartamento.
T. foi morar em Ipanema com a procuradora em 12 de março. Desde então,
segundo os depoimentos dos ex-funcionários à Justiça e à polícia, a
menina começou a sofrer as agressões. Revoltados e submetidos a
ameaças da procuradora, eles pediram demissão. “Já não aguentava
mais”, revelou uma ex-empregada doméstica da procuradora.Segundo ela, na Sexta-feira Santa, a garota apanhou porque não
cumprimentou, com formalidade, um amigo da mãe adotiva. “Nesse dia,
fui para o meu quarto e comecei a chorar. Não podia fazer nada. Era
proibida até de sair de casa”, revelou. Outra ex-empregada relatou
mais violência: “A menina não queria comer. Como ela não tinha
paciência, esmurrava a cabeça e rosto da garotinha. Teve até um dia em
que ela trancou a T. no quarto sozinha”.

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