Paixão Barbosa
Finalmente o governo federal parece ter acordado para a gravidade da evolução do uso do crack no Brasil e lançou uma campanha institucional, alertando para os riscos e problemas que aquela droga causa para seus usuários e para as famílias dos mesmos. No âmbito estadual, porém, nada de concreto tem sido feito pelas autoridades nas duas pontas (no mínimo) necessárias para se combater a droga.
A primeira ponta é a ação estratégica no combate ao tráfico de drogas, procurando agir contra os grandes traficantes, que abastecem os chefetes locais, que os repassam para os líderes do crime nos bairros. A polícia baiana tem agido somente nesta última área, fazendo operações em comunidades e anunciando prisões de pobres miseráveis que são usados pelos chefes para a distribuição final.
A segunda ponta é na assistência aos drogados, verdadeiros zumbis que se arrastam pelas ruas e calçadas em busca de dinheiro ou dispostos a fazer qualquer coisa que lhes dê acesso a uma “pedra”. Esta assistência precisa incluir a fase de tratamento e desintoxicação e também a de apoio às famílias. O investimento no âmbito social é fundamental para se romper o círculo em que o usuário da droga se enreda dentro de pouco tempo.
Espero que a ação do governo federal não se esgote na propaganda, uma vez que isto é insuficiente para gerar efeitos concretos no combate a este verdadeiro flagelo que já se abate sobre a sociedade brasileira. E, como já disse antes, a classe média não pode ficar indiferente, achando que o problema é dos mais pobres, pois o crack já chegou, e com força, também às classes mais favorecidas.
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