Antes
de mais nada lembraremos que a escola a família e a comunidade estão intrinsecamente
alinhada numa sociedade. São relações que precisam estar mais que alinhada,
precisam uma proteger a outra, são de suma importância para a construção da
educação e da cultura de uma comunidade, um povo, de um grupo social, de uma
sociedade.
Há
cerca de onze anos atrás foi inserido nas escolas municipais de Ilhéus, uma
cartilha intitulada “Acompanhem a vida escolar dos seus filhos”, onde sua
principal função era fazer com que a família se fizessem presentes na vida
escolar dos seus filhos.
A cartilha trazia como escopo a ideia da relação
entre família, escola e a comunidade, como essa relação iria se dar entre os principais
pilares sociais, como iriam se comportar dentro de um novo molde de se pensar a
educação a partir da participação da família e da comunidade dentro da escola.
Esperava-se que esses três pilares se relacionassem de forma a buscar equilíbrio entre a escola e a família nas questões de ensino e aprendizagem, também nas outras questões em pró do aluno, consequentemente na formação dos cidadãos do amanhã. Outras como conservação e zelo do mobiliário, livros didáticos e a proteção do patrimônio público em especial a escola. Esses e outros cotidianos voltados a escola, sempre estiveram como pauta das discussões entre escola, família e comunidade a partir da inserção da cartilha "Acompanhem a vida escolar dos seus filhos" iniciativa do governo federal através do MEC. Com o passar dos anos, governos passaram e campanhas educacionais como esta foram deixadas para trás.
No dia de hoje Ilhéus traz como assunto principal em suas redes sociais que duas escolas foram invadidas, depredadas e acometidas de vandalismo por parte de pessoas que não foram identificadas até o momento. As escolas foram o anexo do banco da Vitória e da Escola Municipal Paulo Freire no Vilela, Bairro que iremos comentar logo abaixo.
Aproveita-se a luz da discussão, a escola que se encontra construída numa
comunidade, que serve a essa comunidade aos seus filhos e sujeitos sociais, e que não
podem ser depredadas, tampouco servir de alvo de vandalismo por moradores ou indivíduos externos,
mesmo que esses sejam ainda menores de idade.
São
patrimônios públicos, de cunho comunitários, a escola simbolicamente é a
extensão da casa do aluno, portanto faz parte da sua família, da sua
comunidade. A responsabilidade da comunidade e da família é maior, por que tem
como proteger a escola, está ali presente mais do que o poder público, não pode
deixar a escola passar por esse tipo de vandalismo ou depredação.
É
preciso que o cidadão olhe a escola e os patrimônios públicos em geral como sua
propriedade, os recursos ali investidos na construção, são provenientes da sua
produção de bens e consumo, frutos dos impostos arrecadados pela ação dos
sujeitos em construção social, mesmo aqueles que em sujeição precária, se
encontra em constante produção de riqueza a sociedade.
Como
forma de inibir esse tipo de abuso ao patrimônio público em especial a escola que
presta serviços de extrema importância a comunidade através da instrução e a formação
dos seus cidadãos, se faz necessário ações de conscientização e produção de
material educativo para a valorização do patrimônio público e de natureza
comunitária.
Para
isso a família na condição dos pais e a comunidade precisam se mobilizar para através
de manifesto social comunitário, dizer que não concordam e não aceitam de seus
próprios filhos esse tipo de comportamento, que o prejuízo é de todos, que se
uma escoa é destruída, o município deixa de construir uma outra, para requalificar
aquela depredada.
Nesse
momento é de fundamental importância que os olhares estejam voltados para a
sociedade do Vilela, que essa comunidade permaneça unida no sentido de proteger
o patrimônio público de suma importância aos seus filhos, que a escola é lugar
de sociabilizar. Parafraseando Paulo Freire, a escola deve ser lugar de
trabalho, ensino e aprendizagem, não lugar de depredação, tampouco vandalismo.
Por Roberto Corsário.
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