Caos encontrado em Ibicaraí obriga Lenildo a deixar disputa pela Amurc

O prefeito Lenildo Santana anunciou oficialmente, hoje, que não mais participará da disputa pela presidência da Associação dos Municípios do Sul, Extremo-sul e Sudoeste da Bahia (Amurc). A sua saída do processo se deve à exigência de dedicação exclusiva ao cargo de prefeito de Ibicaraí, município que foi encontrado em completo estado de abandono em janeiro.

A decisão, sustentou, havia sido tomada há alguns dias, mas somente foi tornada pública após informada a colegas prefeitos que iriam compor a sua chapa na disputa pela Amurc. Lenildo Santana afirmou que acredita na causa municipalista, mas se faz necessário, neste momento, um empenho ainda maior para que os serviços prestados pela prefeitura do seu município sejam regularizados o mais rápido possível.

Ele explica que a sua rotina diária como prefeito tem começado às 7h e o expediente não é encerrado antes das 22h. “Os desmandos praticados pela minha antecessora foram gritantes e exigem um esforço bem maior do que o notado em municípios vizinhos”.

Segundo Lenildo, a sua saída do processo eleitoral não significará o abandono da causa municipalista. “Vamos contribuir dando sugestões a quem venha a ser o novo presidente da Amurc”, disse. A eleição para a escolha da nova diretoria da entidade, que congrega 103 municípios, está marcada para o dia 30 de janeiro.

Ainda sobre Ibicaraí, Lenildo destacou que as unidades de saúde foram encontradas sem médicos e equipes de atendimento, o hospital municipal praticamente estava paralisado e os servidores ainda não tinham recebido salário de dezembro. Também passa de duas centenas o número de funcionários que estavam sem receber desde outubro. Os débitos herdados só com o funcionalismo são calculados em cerca de R$ 1,7 milhão.

O prefeito de Ibicaraí lembra que, enquanto participava do processo sucessório da Amurc, defendeu sempre a formação de uma chapa de consenso para a presidência da entidade. “Espero que isso ainda seja possível, pois os municípios precisam estar unidos e fortalecidos para vencer heranças como as deixadas em Ibicaraí”.