No domingo (27), durante o jogo entre Vilarreal e Barcelona, o lateral direito do time catalão, Daniel Alves, foi provocado pela torcida adversária. Jogaram uma banana no campo: um gesto típico de racismo.
Daniel estava prestes a cobrar um escanteio. Ao ver a banana, ele a pegou, descascou e comeu. Depois participou de 2 dos 3 gols que deram a vitória ao Barcelona.
O poeta Sebah Villas-Bôas homenageou Daniel Alves. Leia.
O POTÁSSIO VENCEU O RACISMO
Por Sebáh Villas-Bôas (o hidra colere)
O potássio venceu o racismo
quando o mestiço comeu banana no campo
durante a cobrança do escanteio
demasiadamente humano feito um macaco
faminto de vitórias
contra os bacilos do meio que o circunda
e devora; as ofensas figurativas
e as palavras que evocam animalidades
com a elegância da naturalização
das técnicas de um corpo
que dribla nos pés as virtuoses da mão
Se não venceu, provocou cãimbras
nos bárbaros europeus da arquibancada
que imitavam aos símios
fazendo-se bestiais sob disfarce do humor
de maneira espertacular
O elemento químico K, número atômico 19
fortalece a importância da eletrólise
da ciência de nutrir com glicogênio
a tração de arrasto que faz o mestiço
forte quanto o câmbio internacional
tem na banana refinada sobremesa
Chute certeiro no escroto alvoO espírito do tempo em metáfora identitária
encarnada na ontologia
da globalização ao contrário;
a cultura, a química e a biologia
no des-héroi do existencialismo mítico
constrangendo o racismo científico.
Postado por Blog do Gusmão
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