domingo, 15 de fevereiro de 2009

Mata-me!

16 de fevereiro de 2009.
Elias Reis

Semana passada a Justiça Italiana autorizou Beppino Englaro pôr fim à vida de sua filha, Eluana, há 17 anos em coma.Eluana morreu aos 38 anos já em estado vegetativo. A batalha judicial de Beppino durou uma década. Além de ferir os princípios cristãos, reacende o debate sobre a eutanásia e o suicídio assistido. Em fevereiro de 2000, o Jornal Correio Brasiliense publicou a história de um paciente com câncer terminal. Que após inúmeras tentativas para vence a doença, sem sucesso, optou pela eutanásia como forma de ter o controle da situação em que se encontrava. a de ele próprio decidir sobre a hora de sua morte e não apenas esperar de maneira impotente pela sua chegada. Segundo a revista Época n° 56l. Em 2006, o Conselho Federal de Medicina aprovou uma resolução que permitia ao médico suspender tratamentos e procedimentos que prolongassem a vida de doentes terminais ou sem chances de cura, desde que a família ou o paciente concordassem. No ano seguinte, a resolução foi declarada inconstitucional. Em São Paulo, uma lei estadual criada no governo Mário Covas permite que pacientes recusem tratamento médico e escolham onde querem morrer.
EUTANÁSIA do grego (eu) ethanatos (Morte), significa morte sem dor: tirar a vida de um ser humano com o objetivo de eliminar toda a dor. Alguns povos da antiguidade praticavam diversas formas de eutanásia. Os espartanos, por exemplo, lançavam do alto do monte os seus recém-nascidos deformados e até anciãos. Na Índia Antiga, os incuráveis eram jogados no rio Ganges. E em Roma, o polegar para baixo dos cézares era uma indulgente autorização que permitia aos gladiadores feridos morrerem sem muito sofrimento. Sócrates e Platão defendiam a idéia de que o sofrimento justificava o suicídio. Aristóteles e Hipócrates, ao contrário, condenavam o suicídio.O Cristianismo adota uma atitude totalmente contrária à eutanásia. A Igreja é a favor da vida, contra a cultura da morte. A ética cristã não se baseia no belo e saudável dos gregos. A difusão do cristianismo desqualificou a eutanásia. Com o renascimentoe a linha de pensamento de Francis Bacon, a idéia da eutanásia toma impulso naquele período. Mas é no século passado, durante o nazismo, que é bastante praticada. Tudo resultado de um movimento intelectual iniciado nos anos vinte. A eutanásia é também chamada de suicídio assistido, quando é o próprio paciente que tira sua vida com a ajuda do médico. Num país como o Brasil, a precariedade ou a falta de serviços médicos faz com que muitas pessoas já tenham a sua morte antecipada. O SUS não funciona. Os próprios planos de saúde exercem uma seleção daqueles que, além de terem condições de pagá-los, também se encaixam dentro dos critérios aceitos: tanto em relação à idade quanto ao tipo de doença que apresentam. Pode-se constatar, então, que a eutanásia social (mistanásia), nada tem a haver com motivos piedosos ou humanitários, mas servem ao interesse econômico-políticos. Refletindo em nossa situação como sociedade. Seria a legalização da eutanásia uma saída para uma vida sem sentido? É preciso muita cautela e discernimento com essa coisa de modernidade e novos tempos. Com a aprovação da eutanásia em nosso país cria-se um precedente perigoso para a legalização da maconha e outras drogas ilícitas; do aborto e tudo mais que é contra a cultura da vida.

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