sábado, 18 de abril de 2009

PSB fará pesquisas para decidir candidatura Ciro Gomes a Presidencia da Republica em 2010

Aliado histórico do presidente Lula, o PSB decidiu fazer pesquisas e contatos políticos em todos os Estados para avaliar a possibilidade de ter um candidato próprio à Presidência da República em 2010. O partido teme a força de uma possível chapa puro-sangue do PSDB - José Serra-Aécio Neves - e, por isso, acha que a base de apoio ao governo Lula deve ter mais de um candidato para enfrentá-la, do contrário, poderá perder a eleição no primeiro turno.
"Vamos fazer um levantamento nacional para interpretar o momento político e verificar se há espaço para a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE)", informou o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS). A ideia, explicou o deputado, é medir, com as pesquisas, não apenas a viabilidade eleitoral de Ciro, mas a possibilidade de alianças em cada Estado da Federação.
Ontem, a Executiva Nacional do PSB se reuniu em Brasília para definir o planejamento estratégico, trabalho que será concluído até o fim deste semestre. O encontro, fechado, foi comandado pelo presidente do partido, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Na reunião, ficou acertado que as pesquisas serão feitas pelo instituto Ipsos, empresa que vem fazendo enquetes e outras pesquisas para o PSB desde a eleição de 2006. A ideia é profissionalizar o partido, fortalecendo-o para enfrentar as próximas eleições proporcionais e majoritárias.
Vice-presidente do PSB, Albuquerque disse que, embora o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), diga o contrário neste momento, a tendência é que ele componha com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), líder absoluto das pesquisas de opinião na corrida à sucessão do presidente Lula. "O Aécio vai acabar vice do Serra e, aí, a parada vai ficar dura", comentou o deputado.
O presidente tem defendido o lançamento de uma candidatura única da base governista em 2010 - a da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Lula acredita que, se Dilma for a única candidata da situação, ganhará a eleição no primeiro turno. Aliados de presidente acham, no entanto, que ele tem dito isso para não melindrar seu partido, o PT, que não abre mão da candidatura própria e, por isso, tem dificuldades para apoiar o nome de um outro partido.
O movimento dos integrantes do PSB por uma candidatura própria e alternativa à de Dilma Rousseff tem outra motivação. O PSB, bem como outros partidos de esquerda aliados de Lula, perdeu espaço na aliança desde que o PMDB entrou formalmente para a base governista, em 2007. O presidente já definiu que o vice de Dilma em 2010 será indicado pelo PMDB, reduzindo ainda mais o espaço dos partidos de esquerda.
"Nossa estratégia não é viabilizar o segundo turno para o candidato do governo, mas ir para o segundo turno", observou Beto Albuquerque.
Ontem, no programa partidário gratuito do PSB, o deputado Ciro Gomes falou como candidato. Elogiou as medidas do governo Lula para enfrentar a crise internacional, mas apresentou seu partido como alternativa para enfrentar os problemas decorrentes da turbulência. A estratégia recente de Ciro tem sido visitar todos os Estados para falar da crise e de seus efeitos em cada um deles.

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