Postado por Blog do Gusmão
Ta na hora de enriquecer o discurso.
Por Emílio Gusmão
Já
escrevi neste espaço, o importante nessas eleições é livrar Ilhéus das
influências de Newton Lima e Jorge Bahia (e da candidata que os
representa).
Entretanto, o discurso de Jabes Ribeiro irrita este mal humorado editor, devido às constantes repetições.
Quando é
perguntado sobre projetos de governo nas áreas sociais, Jabes insiste em
olhar pelo retrovisor. Cita programas de sua autoria realizados no
passado. Nâo consegue inovar, não olha para a frente, uma vez que lhe
faltam ideias.
Na
educação, queremos soluções. Necessitamos de programas que reestruturem
as escolas, com merenda escolar de qualidade (constante) e transporte
digno aos estudantes da zona rural (chega das latas velhas de “Sarney”).
Cansei da apologia sobre o programa Escola Campeã, do Instituto Ayrton
Senna.
Como
Jabes pretende recuperar a rede de atendimento do SUS municipal? O
próximo governo vai sucumbir à sanha dos vereadores, ao fisiologismo que
inchou a folha de pagamento da secretaria de saúde?
Falta o
básico nos postos e os funcionários estão desmotivados, pois além dos
salários baixos, não há estímulo para o crescimento profissional. Falta
um plano de carreira.
Na saúde,
Jabes cometeu erros. Seu governo dava mais atenção aos hospitais
(medicina curativa). Os postos funcionavam, distribuíam medicamentos,
mas a cidade tinha poucas unidades com o Programa de Saúde da Família.
Quais os planos de Jabes para a área? Lembrar de um selo por bons serviços prestados em odontologia não é suficiente.
Jabes fala do aeroporto internacional, crê piamente na construção.
Recentemente,
o governo federal abriu concessões para que empresas privadas
administrem os principais aeroportos e promovam as adequações para a
copa do mundo de 2014. Não há previsão de investimento público neste
setor. O novo aeroporto de Ilhéus é um sonho a longuíssimo prazo, sem
local definido.
Vale a
pena ler sobre a nova pista de Natal, em São Gonçalo do Amarante. Desde
1997, o governo federal empurra a obra, a passos de cágado. Por que em
Ilhéus será diferente?
Jabes também pega carona no discurso do Porto Sul. Mais uma vítima da máquina de propaganda.
No mundo
real, o TCU manteve a paralisação das obras da FIOL e a Bamin está
perdida diante de tantos erros técnicos. No mercado internacional, o
preço da tonelada do minério de ferro despenca. A economia mudou.
Não seria o interesse da Bamin meramente especulativo? Conseguir a licença para “passar” o projeto adiante?
O certo é
o seguinte: o Porto Sul é uma incerteza, ilusório. Oferecer um plano de
governo, baseado em peças de propaganda, não é convincente. Precisamos
de saídas rápidas. Nossas vocações naturais estão aí (cacau cabruca,
chocolate e turismo), aguardando planejamento e vontade política.
Jabes
Ribeiro tem interesse público. Projetos exitosos como Viva o Morro,
Transporte Cidadão, Passarela do São Miguel e o Teatro Municipal provam
isso, mas não bastam.
A
“política” de fato pode renascer em Ilhéus a partir de um novo governo
de JR, entretanto, caso cometa os mesmos equívocos, os grupos da
“pequena política” podem se reagrupar com força total.
Mudar o discurso, a partir do bom senso, é o que proponho ao candidato favorito à vitória. Precisamos de planos exequíveis.
O
obscurantismo da era Valderico/Newton nasceu dos fracassos de Jabes. Não
custa nada prevenir, para evitar uma lamentável repetição.
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