Por Maíra Azevedo
Elas parecem inofensivas, às vezes se apresentam como um alerta que tenta te livrar de um perigo iminente. Chegam até você por meio de mensagens virtuais, pelas rede sociais e agora, em maior escala, por meio do WhatsApp. Na busca de retribuir o bem que te fizeram, compartilha a informação para o maior número de pessoas possível.
Cuidado, você pode estar sendo um mal-educado virtual e até mesmo praticando contravenções penais, como calúnia e difamação. De acordo com o psicanalista Luciano Tomé, a divulgação de boatos e a emissão de opiniões preconceituosas nas redes sociais tendem a trazer grandes prejuízos. Tanto para o alvo do boato quanto para quem passa adiante.
"Aquele comentário que você faria em sua vizinhança, à boca pequena, se ele é feito nas redes sociais, pode tomar dimensões colossais, com prejuízo não só para a vítima do boato, mas também para quem propaga, pois é comum o feitiço virar contra o feiticeiro em redes sociais", adverte Luciano Tomé.
O psicanalista aconselha ainda ter prudência antes de enviar qualquer coisa por meio das redes sociais. Postura que o estudante David Souza conta que já adotou. "A primeira coisa que eu faço é conferir a veracidade da informação. Algumas dessas mensagens utilizam plataforma de grandes sites, mas não são reais".
Experiência
A educadora social Altamira Simões não esconde que já compartilhou algumas mensagens sem ter a certeza de que as informações eram verdadeiras. Mas diz que aprendeu a lição e agora, antes de clicar no "compartilhar", checa tudo.
O advogado Leonardo Queiroz diz que divulgar notícias que possam causar pânico ou tumulto é contravenção penal e pode resultar em prisão de 15 dias a seis meses. E que antes de compartilhar mensagens é fundamental atestar a veracidade e, mesmo assim, ter cautela, pois ainda é possível cometer calúnia e difamação.
"Mesmo que seja verdadeira a informação, se ela atinge a honra de alguém, pode resultar em ação penal", afirma.
Acusado de estupro
Andar novamente de cabeça erguida e deixar de ser apontado na rua é o desejo do segurança José Fernando de Souza Santos, 31 anos. A vida dele mudou desde a última segunda-feira, 18, quandouma foto foi disseminada pelas redes sociais apontando-o como o estuprador da médica do Hospital São Rafael, crime ocorrido na sexta-feira passada.
José foi até a 10ª Delegacia Territorial (em Pau da Lima) para dizer ter sido vítima de boato e registrou um boletim de ocorrência para descobrir quem iniciou a farsa. "Ando a vida toda certo para, em um minuto, tudo se desmoronar. Quero voltar a andar de cabeça erguida e não ser apontado como estuprador na rua".
Como identificar um boato online
Pedido
Pede que “espalhe essa mensagem para a sua lista de contatos” ou “compartilhe para o máximo de pessoas possível”
Intimidação
A mensagem pode afirmar que você terá azar, ficará solteiro para o resto da vida ou que seus sonhos não se realizarão se determinada ação não for executada, por exemplo
Apelo visual
Se a mensagem possuir frases em letras maiúsculas, letras grandes, de cor vermelha, excesso de exclamações e afins é porque ali há um forte apelo de convencimento
Credibilidade
Algumas mensagens citam nomes de empresas, marcas, organizações não governamentais, pesquisadores renomados, escritores famosos, tudo para dar um ar mais verdadeiro ao boato
Embuste
Outro artifício utilizado é avisar na própria mensagem que aquele conteúdo não é falso. Solicitar dados pessoais que podem ser utilizados para a execução de outros golpes. Esses textos costumam ter erros gramaticais
Apelo emocional
O uso de imagens comoventes, como crianças, adultos e animais acidentados ou que sofrem de doenças graves caracteriza os hoaxes (histórias falsas recebidas por e-mail, sites de relacionamentos e na internet em geral). É um apelo para comover e fazer o internauta se sentir obrigado a passar adiante.
Postado por http://www.atarde.uol.com.br/digital/noticias/1682938-e-preciso-cautela-e-bom-senso-antes-de-compartilhar?direcionado=true
Nenhum comentário:
Postar um comentário