sábado, 16 de agosto de 2025

Pão quentinho em 15 minutos: receita na air fryer viraliza pela facilidade

 Receita bem prática tem feito sucesso nas redes sociais

Por Luiz Almeida

Pão na air fryer é feito de forma bem rápida
Pão na air fryer é feito de forma bem rápida - 

É exatamente essa a proposta da receita ensinada por Andréa Nakamura, do canal Dika da Naka, que já ultrapassou 1 milhão de visualizações no YouTube.

Prática, saborosa e perfeita para o café da manhã ou da tarde, a receita leva poucos ingredientes e pode ser feita diretamente na air fryer, com dicas valiosas para garantir o ponto ideal da massa.

Ingredientes para fazer o pão

  • ½ xícara (chá) de leite morno (120 ml)
  • ½ colher (sopa) de fermento biológico seco (5 g)
  • 2 colheres (chá) de açúcar (24 g)
  • 1 ovo
  • 2 colheres (sopa) de manteiga ou margarina (40 g)
  • 1 colher (chá) de sal
  • 2 xícaras (chá) de farinha de trigo (280 g)
  • Manteiga derretida para pincelar

Modo de preparo

  1. Em um recipiente, misture o leite morno e o fermento. Acrescente o açúcar, mexa bem e, em seguida, adicione o ovo e a manteiga.
  2. Coloque a farinha aos poucos e misture. Acrescente o sal e continue sovando até a massa ficar lisa.
  3. Cubra e deixe descansar por cerca de 30 minutos.
  4. Dica da Naka: coloque um pedaço da massa em um copo com água. Quando subir, significa que está pronta para modelar.
  5. Modele os pães em bolinhas, coloque sobre papel manteiga na cesta da air fryer e deixe crescer por mais 10 minutos (com o aparelho desligado).
  6. Pré-asse a 180°C por 7 minutos e finalize a 150°C por mais 8 minutos.
  7. Pincele manteiga derretida sobre os pães ainda quentes e sirva.
Fonte: https://atarde.com.br/gastronomia/pao-quentinho-em-15-minutos-receita-na-air-fryer-viraliza-pela-facilidade-1347265

Bahia pode ganhar trem metropolitano conectando Camaçari ao Recôncavo

Governo Federal estuda trem metropolitano ligando Águas Claras a Camaçari com conexão ao Recôncavo

Por Anderson Ramos e Flávia Requião

Trilhos do trem que cortam o centro da cidade de Camaçari - Foto: Luciano Carcará / Ag. A Tarde

O Secretario Especial do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) do Ministério da Casa Civil, Marcus Cavalcanti, revelou ao Portal A TARDE, nesta sexta-feira, 15, que estão em estudo projetos de trem metropolitano na Região Metropolitana de Salvador, contemplando as localidades de Águas Claras, Simões Filho, Aratu e Camaçari.

“Nós estamos fazendo um estudo de um trem de passageiros entre Salvador e Feira de Santana e o ministro Rui [Costa] pediu ao ministro Renan [filho] que nós fizéssemos um estudo de uma ferrovia saindo de Águas Claras a Simões Filho e indo para Camaçari, o que seria um trem metropolitano”, explicou. Ele acrescentou que um grupo privado também recebeu autorização para desenvolver um projeto de trem de passageiros, que será apresentado e analisado pelo PPI na próxima semana.

O projeto faz parte do mesmo contrato do trem Salvador–Feira de Santana e, segundo Cavalcanti, envolve uma outra frente de atuação. Caso seja aprovado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o plano prevê a criação de uma linha ligando São Félix a Cachoeira, através de uma outra linha férrea passando por Feira de Santana “e depois entroncando na altura do Paraguaçu, Cachoeira, Castro Alves com a ferrovia”.

“Enfim, como a gente tem falado, nós estamos agora tem que fazer uma carteira de projetos para que a gente possa ter no no próximo mandato do presidente Lula um planejamento já de investimentos aqui na região”, concluiu, acrescentando que os projetos devem ser acrescentados no Novo PAC.

Ferrovia Centro-Atlântica

Cavalcanti também trouxe uma atualização sobre o processo de renovação da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). Segundo ele, o governo está há cerca de dois anos “negociando com o concessionário uma modelagem de renovação diferente da proposta pelo governo anterior”.

“O ministro [de Transportes] Renan [Filho] renegociou todas as ferrovias que tinham sido prorrogadas pela gestão passada, inclusive arrecadando mais do que o que tinha sido previsto no leilão passado”, iniciou.

“O concessionário inicialmente não queria investimentos. Nós fizemos um estudo para uma nova concessão e apresentamos: ‘olha, é isso que nós queremos. Se você aderir a essa proposta, nós podemos renovar sua concessão’. A semana passada ele aceitou essa proposta do Ministério de Transporte. O Ministério de Transporte encaminhou essa semana para nesta semana para a ANTT. Essa proposta prevê investimento de quase R$ 4 bilhões aqui na Bahia com a requalificação, troca de trilho, troca de dormentes na linha aqui que vai de Aratu até Corinto. Prevê que ele continuará operando a linha até o Senhor do Bonfim e com isso a gente dá um passo para que a gente possa fazer outros investimentos”, concluiu.

Marcus esteve presente, na manhã de sexta-feira, 15, no segundo dia do Bahia Export, fórum estadual de logística, infraestrutura e transportes, na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), no Stiep, em Salvador.

Postado por https://atarde.com.br/politica/bahia-pode-ganhar-trem-metropolitano-conectando-camacari-ao-reconcavo-1347311

Bolsonaro deixa prisão domiciliar e vai a hospital para exames médicos Ministro Alexandre de Moraes autorizou ex-presidente a sair de casa

Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 16/08/2025 - 12:06
Brasília

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro deixou hoje (16), pela primeira vez, sua casa em um condomínio fechado do Lago Sul, em Brasília, desde que começou a cumprir a prisão domiciliar, no dia 4. Com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro se deslocou até um hospital particular da capital federal a fim de realizar exames clínicos.

O ex-presidente chegou ao hospital DF Star às 9h e, até as 11h30, permanecia no local. Ao atender o pedido dos advogados de Bolsonaro e autorizar que ele saísse de casa, Moraes estabeleceu que o ex-presidente deve retornar para seu condomínio em no máximo oito horas, e apresentar, em até 48 horas, um atestado de comparecimento especificando os procedimentos realizados.

Bolsonaro deve passar por exames de sangue, urina, endoscopia, tomografia computadorizada, ultrassonografia e ecocardiograma. Segundo a defesa do ex-presidente, os exames são necessários porque, nos últimos dias, ele tem apresentado quadro de refluxo e soluços refratários.

Desde 20218, quando foi alvo de um atentado, Bolsonaro necessita de acompanhamento médico periódico devido às consequências das cirurgias a que se submeteu em virtude da facada que recebeu na região do abdômen e que provocou graves lesões nos intestinos delgado e grosso.

Durante o período em que estiver fora de casa, Bolsonaro continuará sendo monitorando por tornozeleira eletrônica. O ministro determinou que a Secretaria Administração Penitenciária (Seap-DF) acompanhe todo o deslocamento. O órgão é responsável pelo monitoramento eletrônico do equipamento.

Moraes decretou a prisão domiciliar de Bolsonaro no último dia 4, por entender que o ex-presidente usou redes sociais de seus filhos (Eduardo, Flávio e Carlos Bolsonaro) para burlar a proibição de usar essas redes, inclusive por intermédio de terceiros.

As medidas cautelares foram determinadas no inquérito no qual o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, é investigado pela atuação junto ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo. Em março deste ano, Eduardo pediu licença do mandato parlamentar e foi morar nos Estados Unidos, sob a alegação de perseguição política.

Nesse processo, o ex-presidente é investigado por mandar recursos, via Pix, para bancar a estadia de seu filho no exterior. Bolsonaro também é réu na ação penal da trama golpista no Supremo. O julgamento está marcado para setembro.

A reportarem ainda não conseguiu contato com a assessoria do ex-presidente.

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2025-08/bolsonaro-deixa-prisao-domiciliar-e-vai-hospital-para-exames-medicos

TRÊS MULHERES DESAPARECEM APÓS CAMINHADA NA ZONA SUL DE ILHÉUS: FAMÍLIA PEDE AJUDA!

TRÊS MULHERES DESAPARECEM APÓS CAMINHADA NA ZONA SUL DE ILHÉUS: FAMÍLIA PEDE AJUDA!
Por: Redação O Tabuleiro

Desaparecimento ocorreu na tarde de sexta-feira (15); imagens de câmeras mostram saída, mas não o retorno ao condomínio

A tarde de sexta-feira (15) transformou-se em um pesadelo para as famílias de Alexandra O. Suzart, Maria Helena N. Bastos e sua filha, Mariana B. Silva. As três desapareceram após saírem para uma caminhada no entorno do condomínio Vog Acqua, na BA-001, zona sul de Ilhéus. Até o momento, não há pistas sobre seu paradeiro, e a polícia investiga o caso com apoio de imagens de câmeras de segurança.  

Por volta das 17h06, câmeras do condomínio registraram a saída do grupo em direção à Praia dos Milionários, nas proximidades do Atakarejo Atacadista. No entanto, as imagens não captaram o retorno das mulheres, que deixaram celulares e documentos em casa.  

"Elas sempre faziam esse trajeto, mas nunca demoravam tanto. Quando escureceu e não voltaram, soubemos que algo estava errado", relatou Davi, um dos familiares que organiza as buscas.  

Parentes estão mobilizando redes sociais e percorrendo a região. Familiares estão desesperados. Qualquer detalhe, por menor que seja, pode ajudar.

Como ajudar 

Quem tiver informações pode entrar em contato com:  

- Davi: (73) 99901-3668  

- Paty: (73) 99868-4980

Postado por https://www.otabuleiro.com.br/blog/tr-s-mulheres-desaparecem-ap-s-caminhada-na-zona-sul-de-ilh-us-fam-lia-pede-ajuda-

Será verdade, que o INEP disse que a Bahia tem a pior educação infantil do Brasil?

Hoje me deparei com uma crítica ao ensino público do Estado da Bahia, para ser mais exato a critica dizia o seguinte: “INEP diz que Bahia tem a pior educação infantil do Brasil”, o crítico começa a politizar digamos assim a situação, contextualizando que a educação infantil na Bahia é a pior do Brasil e que situações outras continuam a piorar a Bahia.

O cidadão configura a educação infantil como um todo, não levando em conta que segundo dados inclusive do próprio INEP, que a Bahia tem tido grandes avanços na taxa de escolarização, que só na alfabetização de crianças do 2º ano do ensino fundamental vem enfrentando desafios, com apenas 36% dessas crianças plenamente alfabetizadas.

A professora Janete Rodrigues Cardone, mestre em Educação com foco em literatura, relações ensino/aprendizagem, psicopedagogia e neuroaprendizagem e especialização em alfabetização, traz na matéria abaixo que fora extraída e republicada neste veículo de comunicação, que a “alfabetização devem ser compreendida como o ingresso nas culturas do escrito. A alfabetização é um conjunto de práticas sociais de leitura e de escrita utilizados socialmente” que para esse ciclo cumprir sua função de formação, se faz necessário que todas as crianças tenham como ferramentas de alcance, tempo e condições oferecidos pelas escolas, para que os alunos se apropriem do sistema alfabético de escrita, desenvolvendo assim práticas de leitura e escrita. Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/22223/gargalos-da-alfabetizacao-no-brasil

É preciso ter conhecimento quando se tratar de educação, principalmente quando o assunto é alfabetização e seu ciclo, não se pode simplesmente pegar fragmentos de um texto estatístico e insuflar aos quatro ventos como uma verdade de um todo. Por isso trazemos a matéria abaixo para que nossos leitores em especial da Bahia, percebam que existem gargalos na alfabetização que vão além, criar um texto simplesmente para criticar a educação da Bahia, para gerar insinuações politicas negativas.

É preciso polemizar assuntos, sim, que as críticas possam estimular o debate e a reflexão, que permitam diferentes olhares críticos, que as perspectivas sejam ouvidas e consideradas, fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade, não da forma vil a que faz a crítica de um cidadão no seu veículo de comunicação, traduzindo um bordão que muitos bem conhecem “o poder pelo poder”, tentando fazer nos esquecer que, “o poder emana do povo”.

Podíamos aqui trazer para reflexão que pesquisa feita pelo INEP em 2021 traz como dados que 99,3 % das escolas no Brasil estiveram fechadas no ano de 2020 por conta da Covid19, fora outros fatores que a pesquisa não retrata e que seguiram pelos os anos de 2021 e 2022, e que só em 2023 a educação no país começa a se estabilizar e retornar a sua normalidade, porém é preciso verificar os índices de investimentos no período da pandemia na educação, e como esses índices refletiram nos anos seguintes da educação no Brasil.

Por Roberto Manta.

Segue abaixo matéria publicada na página da Nova Escola sobre gargalos da Alfabetização no Brasil. 

Gargalos da alfabetização: o que impede as crianças de aprenderem a ler e escrever?

Nova Escola lança série de reportagens que investiga os desafios enfrentados por educadores para garantir a alfabetização na idade certa

O processo de alfabetização é composto por diversas etapas fundamentais, como a consciência fonológica, a compreensão do princípio alfabético, o domínio do sistema ortográfico, a fluência na leitura e a produção textual com autonomia. Foto: Lana Pinho/NOVA ESCOLA

alfabetização representa uma etapa fundamental na formação educacional das crianças. Durante esse período, espera-se que os estudantes não apenas aprendam a decodificar palavras, mas também desenvolvam a compreensão da linguagem escrita, integrando leituraescritaoralidade e análise linguística em contextos significativos. Além disso, a alfabetização é fundamental para possibilitar a aprendizagem dos demais componentes curriculares e o progresso escolar. 

O ciclo de alfabetização, conforme estabelecido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), abrange os dois primeiros anos do Ensino Fundamental. Mas, segundo dados de 2023 do programa federal Criança Alfabetizada, baseado em avaliações estaduais, apenas 56% dos alunos do 2º ano do Ensino Fundamental estavam alfabetizados. Essa proporção é ainda menor (49,3%), de acordo com o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), conduzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Ainda que não haja explicações conclusivas para essa divergência, ambos os indicadores apontam para um cenário preocupante: uma parcela significativa das crianças brasileiras não atinge a alfabetização na idade esperada. Para Maria José Nóbrega, mestre em Filologia e Língua Portuguesa, autora de material didático e formadora  de professores no estado de São Paulo, uma das grandes causas desse problema é a dificuldade de acesso ao ensino de qualidade. “A desigualdade social agrava a situação, refletindo-se em grandes disparidades de desempenho entre redes e regiões", aponta.

Embora a desigualdade socioeconômica seja um dos principais entraves à alfabetização no Brasil, ela não é o único fator que compromete a eficácia desse processo. Para compreender os desafios enfrentados, a NOVA ESCOLA ouviu especialistas e professores para uma série de reportagens, que começa com este conteúdo. No entanto, é essencial, primeiro, analisar a importância da alfabetização, suas etapas fundamentais e o papel desempenhado pelo professor alfabetizador.

A importância do ciclo de alfabetização

Janete Rodrigues Cardone, alfabetizadora, mestre em Educação com foco em Literatura Antirracista e especialista em Alfabetização: Relações entre o Ensino e a Aprendizagem e em Psicopedagogia e Neuroaprendizagem, explica que a alfabetização deve ser compreendida como o ingresso nas culturas do escrito. “Em outras palavras, um conjunto de práticas sociais de leitura e de escrita utilizados socialmente.”

Para que esse ciclo cumpra seu papel formativo, é essencial que as escolas ofereçam tempo e condições adequadas para que todas as crianças se apropriem do sistema alfabético de escrita e desenvolvam práticas significativas de leitura e escrita. 

A professora Maria José enfatiza que não se trata de ensinar a ler e escrever apenas nesse ciclo, mas “compreender que a alfabetização é um processo contínuo, que exige acompanhamento, intervenções qualificadas e respeito aos diferentes tempos de aprendizagem.”

Além disso, é fundamental respeitar e seguir as etapas de alfabetização, oferecendo às crianças o que elas são capazes de aprender em cada período. “Partir do mais simples para os mais complexos, sempre no ritmo do aluno, ensinando-os a codificar (escrita) e decodificar (leitura), entendendo o uso e sua aplicação”, complementa Mirlene Barcelos Teles, professora do 3° Ano do Ensino Fundamental da EM Professora Mércia Margarida Lacerda Machado, em Lagoa Santa (MG).

As etapas da alfabetização

O processo de alfabetização é composto por diversas etapas fundamentais, como a consciência fonológica, a compreensão do princípio alfabético, o domínio do sistema ortográfico, a fluência na leitura e a produção textual com autonomia. “O avanço consistente de cada etapa permite que, ao final do ciclo, a criança não apenas decodifique, mas compreenda o que lê e utilize a escrita em diferentes situações comunicativas. Como destacava a educadora Magda Soares, alfabetizar é também letrar — ou seja, introduzir a criança nas práticas sociais da linguagem escrita”, destaca Maria José.

Para que esse processo seja eficaz, é essencial reconhecer que as crianças já possuem saberes adquiridos em diversos contextos sociais. “É nesse movimento de consideração e respeito que os alunos podem ter a oportunidade de construir, reconstruir e avançar em suas hipóteses sobre o sistema de escrita alfabética”, ressalta Julia Faria, pós-graduada em Alfabetização, em Psicopedagogia e em Ensino de Libras.

A professora Janete concorda e acrescenta que uma condição primordial para iniciar o processo de alfabetização com as crianças é saber o que elas pensam sobre o sistema de escrita e problematizar as suas conceitualizações para que avancem no seu tempo e ritmo. Ela cita como referência as pesquisas de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky na obra Psicogênese da Língua Escrita, que revelam que as crianças, mesmo antes de saberem ler e escrever convencionalmente, pensam e criam suas hipóteses. “Saber o que elas pensam e como pensam auxilia o trabalho do educador e serve como um pontapé para o início das situações didáticas”, salienta a docente. 

O que se espera do professor alfabetizador

O papel do professor alfabetizador é essencial na construção das bases da aprendizagem, exigindo competências que vão além do domínio técnico. Esse profissional deve compreender a complexidade do processo de alfabetização, reconhecendo que ensinar a ler e escrever difere de instruir em outras áreas do conhecimento. “O ideal é possuir uma formação sólida em linguística, psicogênese da língua escrita, didática da alfabetização e conhecimento sobre o desenvolvimento infantil”, enumera Maria José. Para ela, “ensinar a ler e escrever é também formar leitores e produtores de sentido”.

Além disso, é fundamental que o professor alfabetizador proponha atividades contextualizadas e reflexivas, reconhecendo os saberes prévios dos alunos e realizando adaptações e intervenções adequadas. A professora Julia lembra que a formação deve ser constante, destacando a troca de experiências com outros professores como uma prática enriquecedora e a importância da formação continuada para superar as limitações da formação inicial.

Júlia também alerta para a atuação mecânica de alguns professores com atividades padronizadas. “É possível perceber que há muitos docentes que fazem cópias infindáveis de folhinhas – ou as compram. E aplicam atividades iguais para todos, desconsiderando seus saberes e o trabalho com contextos comunicativos que fazem sentido para os estudantes.”

A escuta sensível e o respeito às ideias das crianças também são aspectos fundamentais na prática do professor alfabetizador, segundo a educadora Janete. Ela afirma a importância de desenvolver uma escuta atenta ao que as crianças expressam, estabelecendo um espaço de respeito para que diversas ideias surjam e sejam problematizadas.


Por fim, Mirlene descreve o professor alfabetizador como alguém que vai além do conhecimento técnico. “O docente precisa ser um artista para preparar aulas motivacionais e interessantes. Trazer dentro de si um pouco do ser criança para conseguir perceber e entender as necessidades dos alunos em tempo hábil, possibilitando a intervenção imediata”. Para ela, essa abordagem sensível e criativa é essencial para atender às demandas específicas de cada estudante.

Os quatro grandes gargalos da alfabetização

Após explorarmos a importância da alfabetização, suas etapas essenciais e o papel do professor alfabetizador, é fundamental compreendermos os principais obstáculos que comprometem a eficácia desse processo no Brasil. A seguir, apresentamos os quatro principais gargalos identificados pelas educadoras entrevistadas nesta reportagem, que vivenciam (ou já vivenciaram) diariamente as dificuldades nas salas de aula. Eles serão aprofundados nas próximas reportagens deste especial.

1. Desigualdade socioeconômica e acesso limitado à cultura escrita

Muitas famílias enfrentam dificuldades econômicas que impactam diretamente no aprendizado das crianças. Muitas vezes, a baixa renda vem acompanhada da baixa escolaridade dos pais e da necessidade de trabalharem o dia todo, inclusive aos finais de semana. Isso gera outro gargalo importante: a falta de apoio familiar, dificultando o engajamento dos estudantes nas atividades escolares. Além disso, o acesso restrito à cultura escrita fora do ambiente escolar agrava ainda mais a situação. Alunos com menos contato com experiências letradas fora da escola têm maiores dificuldades para avançar. 

2. Defasagem na formação docente

Outro grande desafio está na formação insuficiente dos docentes. Muitos professores chegam à sala de aula sem formação específica ou atualizada sobre o processo de alfabetização. Essa falta de preparo resulta na aplicação de métodos mecânicos e descontextualizados, com pouca capacidade de adaptar as intervenções às dificuldades dos alunos.

3. Visão reducionista da alfabetização e ausência de propostas contextualizadas

A lacuna na formação inicial compromete a capacidade dos professores de planejar intervenções eficazes e propor atividades de leitura e escrita realmente significativas. Assim, a alfabetização focada apenas na decodificação de palavras, sem considerar o contexto e o propósito comunicativo, limita o desenvolvimento pleno das habilidades leitoras e escritoras das crianças. O foco excessivo em métodos padronizados desconsidera o protagonismo do estudante na aprendizagem, restringindo as oportunidades de reflexão e construção de sentido por parte dos alunos.

4. Excesso de avaliações

As avaliações padronizadas, muitas vezes elaboradas por agentes externos que desconhecem o cotidiano escolar, não capturam adequadamente os saberes dos alunos. Isso pode gerar uma visão distorcida do progresso dos estudantes e conduzir a intervenções pedagógicas inadequadas.

Postado por https://novaescola.org.br/conteudo/22223/gargalos-da-alfabetizacao-no-brasil


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