O presidente da subcomissão que fiscaliza os gastos públicos na organização da Copa do Mundo de Futebol de 2014 no Brasil, deputado Sílvio Torres (PSDB-SP), avalia que os estádios construídos para a Copa do Mundo de 2014 poderão se transformar em "elefantes brancos".
O parlamentar disse que o País pode investir grandes quantias em arenas que, depois da Copa, terão pouca utilidade e trarão mais despesas aos cofres públicos. Torres acha que ainda há tempo para a redução no número de sedes, que atualmente é de 12.
Segundo Sílvio Torres, o Tribunal de Contas da União (TCUÓrgão auxiliar do Congresso Nacional que tem por atribuição o controle externo dos atos financeiros, orçamentários, contábeis, operacionais e patrimoniais dos Poderes da República. ) identificou quatro estádios que darão prejuízo aos governos após a realização do evento esportivo: os de Brasília, Cuiabá, Manaus e Natal.
Espaços ociosos
Os estádios dessas capitais somam quase R$ 2 bilhões em dinheiro público, lembra o deputado, e tendem a se transformar em espaços ociosos e caros. "O TCU já apontou no estudo que fez sobre a sustentabilidade de alguns estádios que vão sediar a Copa, que quatro deles com certeza se tornarão ociosos, o que significa que vão ter que ser bancados com dinheiro público, porque os custos de manutenção dessas arenas é alto.”
O parlamentar ressalta que os estádios a serem construídos ou reformados são “modernos e caros e as arenas dessas capitais, que não têm sustentação através do esporte nem mesmo através de eventos, dificilmente elas conseguirão parcerias."
Silvio Torres destacou ainda que outras cidades, como Fortaleza e Recife, estão numa situação intermediária, mas também podem ter prejuízos com os estádios depois da Copa.
Caríssimo
O deputado considerou caríssimo o estádio de Brasília que, apesar de não ter nenhum time disputando os principais campeonatos, deve custar aproximadamente R$ 720 milhões. Ele lembrou que a Alemanha, que realizou a Copa de 2006, teve de fazer parcerias entre os administrações municipais e os estádios depois do mundial para não ter prejuízos.
Silvio Torres citou ainda o caso do Soccer City, que custou o equivalente a R$ 1 bilhão e sediou a abertura da Copa de 2010, na África do Sul. Ele observou que o público local frequenta partidas com ingressos que custam R$ 5,00, o que não é suficiente para sustentar o estádio.
Edição - Newton Araújo
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