É verdade que este é um processo já de algumas eleições, mas a situação chegou ao seu máximo nesta campanha eleitoral. Falo do sumiço dos partidos na propaganda eleitoral de quase todos os candidatos a deputado e a senador. Observem que são muito raros os cartazes onde o candidato coloca a legenda a que pertence (e mesmo os que o fazem põem sigla bem pequena, num cantinho, para não “poluir”).
Este comportamento apenas aprofunda o processo de desmoralização dos partidos políticos no Brasil e, junto com eles, do próprio sistema eleitoral. A campanha fica cada vez mais despolitizada, não se discute princípios nem se fala de bandeiras partidárias. O que importa é somente o nome do candidato e, claro, o número que deverá ser digitado na urna eletrônica. Entre as exceções, estão os candidatos dos chamados “partidos nanicos”, que ainda prezam suas legendas.
Faz parte deste processo de esculhambação dos partidos e das coligações a balbúrdia que tomou conta das alianças, uma vez que cada candidato a deputado está fazendo suas próprias “coligações”, recebendo e dando apoio a quem tiver a melhor proposta (e não falo de proposta política, mas de votos e/ou dinheiro). Tem sido comum ver candidatos a deputados federais do DEM “coligados” em cartazes junto com candidatos a estaduais do PT, do PCdoB. Ou vice-versa.
No fim, os eleitores terminarão votando somente nas pessoas mesmo. Aqueles mais conscientes escolherão os nomes que mais respeitam ou que consideram os melhores. Os que não têm informação política votarão naqueles que o cabo eleitoral da esquina ou o chefe mandar. E os que fazem da eleição um momento para ganhar algum, digitarão o nome de quem pagar mais.
Com este quadro, com certeza só teremos o que nos queixar dos futuros deputados. E, ao contrário do que diz Tiririca (o ex-palhaço que deverá ser eleito com mais de 900 mil votos em São Paulo), deverá ficar pior do que está.
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