Se houvesse um cadastro positivo na política, nos moldes do que
acaba de ser criado na economia, para facilitar a vida dos bons
pagadores, o deputado federal Geraldo Simões (PT) dificilmente faria
parte dele. As notícias que o apontam como inadimplente habitual estão
associadas à corrosão da imagem e consequente perda de crédito do
parlamentar, que já está no SPC da vida pública.
Os credores – ou melhor, eleitores – deixam de confiar naquele que
veem como mau-pagador. Prova disso é que nas últimas eleições que
disputou para a Câmara Federal (2010), o petista teve apenas 24% dos
votos válidos em Itabuna, contra 35% em 1998 e 34% em 2006.
As vitórias consagradoras para a Prefeitura, em 1992 e 2000, deram
lugar a derrotas amargas em 2004, 2008 e 2012. Importante destacar que,
se em 2008 a candidata de GS ficou em segundo lugar, com 39% dos votos
válidos, neste 2012 o tropeço foi humilhante: terceiro lugar e apenas
15% dos votos válidos.
A vergonha pega o time de Dilma, Wagner e Lula, exaustivamente
apresentado como chancela de uma candidatura que teria respaldo em todas
as esferas de poder e faria uma administração revolucionária. Nem
assim, o eleitor-credor aceitou a nota promissória, preferindo apostar
no candidato que, embora com mais discrição, também informava ter
ligações com os governos federal e estadual.
Em Itabuna, “a ficha caiu” e uma fatia expressiva da militância
afirma que a derrocada tem paternidade bem definida. Com a conta no
vermelho (e não é o da bandeira), o PT local buscará recuperar a
confiança do “mercado”, mas, assim como o financeiro, o político também
exige mudanças, novas práticas e uma condução diferente para voltar a
crer na legenda. Se demorar mais, é falência na certa.
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