segunda-feira, 29 de outubro de 2012

SALVADOR: PETISTA JOSÉ SÉRGIO GABRIELE CRITICA ELEIÇÃO DE ACM NETO


O texto abaixo foi postado no face pelo secretário de planejamento do estado José Sérgio Gabriele. Um absurdo esse texto, principalmente por ter partido de um forte postulante ao governo.

Ele trata os recursos institucionais que são oriundos dos nossos impostos, como se fosse do governo, quando na verdade o governo é apenas o gestor. Pelo raciocínio dele só precisamos eleger o presidente da república, a partir daí, teríamos que votar só no partido do presidente. É a tese do partido único, da negação da democracia, do centralismo democrático, do “só é bom sermos nós”. Enfim, lamentável

Veja abaixo:

Os eleitores de Salvador elegeram ACM Neto prefeito. Até aí uma vitória da democracia, pela escolha livre os dirigentes municipais. E agora? A Prefeitura Municipal de Salvador tem um orçamento de pouco mais de 4 bilhões e não tem capacidade de financiamento por falta de condições financeiras.

Uma Prefeitura que precisa de obras estruturantes no que se refere a mobilidade urbana, a recuperação da Orla Atlântica e Orla do interior da Baia de Todos os Santos, no Centro Antigo da Cidade, nos bairros mais populosos com a necessidade de expansão de rede de assistência básica a saúde e ampliação da rede municipal de educação.

Uma prefeitura que precisa ampliar o ordenamento urbano com obras de desafogo dos gargalos do trânsito. Uma cidade que precisa tratar bem as suas diversas populações e incluir milhares de pessoas nos serviços básicos da cidade. Uma Prefeitura que precisa dos Governos do Estado e da União para realizar parte dessas obras.

Mas os eleitores de Salvador escolheram ACM Neto com os partidos DEM, PSDB, PMDB, PPS e PV, partidos que são ferozes opositores ao Governo no plano estadual e federal ou em ambos.

Para implementar os projetos necessários para enfrentar as necessidades de Salvador há de haver uma ação harmônica e equilibrada entre a Prefeitura e os governos do Estado e Federal.

Como fazer a integração da Linha 1 do Metro com a Linha Dois que vai até Lauro de Freitas, sem o acordo entre os dois governos? Como fazer os viadutos e passarelas para melhorar o trânsito da cidade sem a cooperação entre as duas esferas de governo? Como articular as concessões das novas linhas de ônibus com a alimentação das estações de alimentação do Metro sem que haja um trabalho conjunto entre a PMS e o Governo Estadual? Como fazer as grandes intervenções programadas no Centro Antigo de Salvador sem a equilibrada cooperação da PMS e governo do Estado?

A questão não é de perseguição ou comportamento não republicano de retaliação ao opositor que ganhou as eleições em um determinado município. A questão é a realidade difícil de diálogo entre um conjunto de partidos que deliberadamente são de oposição ao Governo do Estado, e buscam se legitimar no combate a esse Governo, com a necessidade desse Governo municipal de aceitar a liderança e condução desses projetos pelo Governo estadual, que é o único que tem capacidades financeira e gerencial de gerir as ações desses programas.
Some-se a isso a reação dos movimentos sociais que vão exigir da PMS a aceleração dos benefícios prometidos em campanha e a diversificação das atuações do governo municipal, ameaçando ainda mais a combalida posição financeira do município.

Por cima disso, a nova Câmara de Vereadores pode ser mais um campo de batalha entre o Executivo de Salvador e seu legislativo com vários temas conflitantes na agenda legislativa.

Frente a esse quadro, os partidos que apoiaram Pelegrino não dispõem de muita alternativa: só resta a oposição ao novo Governo. Não uma oposição por oposição, mas uma ação que busque ampliar as pressões referentes aos interesses de importantes segmentos da sociedade soteropolitana que não estarão representados na coalizão vencedora, que exija um reconhecimento do papel do Governo do Estado na execução e liderança desses importantes projetos para a cidade e uma plataforma de reverberação para as demandas do movimento social que tenderão a estar limitadas pelo ideário dos partidos que ganharam a eleição.

Nesse movimento de conflito e tensão, o Governo Estadual é o único que tem as condições de implementar vários dos programas previstos. O novo prefeito precisa levar em conta essa realidade de que o Estado é o principal condutor de muitas das soluções dos problemas para o povo da cidade. Não é do feitio da coligação vencedora com tradição oligárquica e autoritária admitir que tem que reconhecer a importância e tamanho dos seus adversários. Espero que o povo de Salvador não sofra por sua escolha!

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