O cenário incerto
na conjuntura da política nacional, pontuado nas dificuldades da presidente
Dilma Rousseff (PT) no Congresso Nacional, pode trazer mudanças para o quadro da
base estadual, liderada pelo governador Jaques Wagner (PT) em 2014.
O poder de
articulação das lideranças petistas, somado à posição de destaque dos partidos
na esfera federal, não tem sido garantia de firmeza nas alianças. Em meio a esse
contexto surge uma possibilidade de articulação entre os partidos de campos
opostos, PP e PSDB.
Nos bastidores
consta que as siglas estariam em clima de conversação sobre as eleições de 2014.
Eles já são aliados nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do
Sul, Paraná e Piauí. Caso o casamento no plano nacional ocorra numa costura de
apoio ao pré-candidato à Presidência da República Aécio Neves (PSDB), impactará
na composição do palanque do candidato à sucessão de Wagner.
A situação ainda
não é confirmada pelas lideranças, mas já teria sido assunto interno, conforme
rumores. O próprio vice-presidente nacional do PP, deputado federal Mário
Negromonte, afirmou para a reportagem da Tribuna que o vice-governador do
governo de Goiás é do PP e o de Minas Gerais também.
Entretanto, ele preferiu a cautela ao reforçar que: “Na realidade não tem
(conversa). Somos aliados no governo federal e na Bahia. Não discutimos isso no
partido. As eleições estão longe ainda e é preciso ver a situação em cada
estado”, disse, enquanto se reunia ontem, em Brasília, com lideranças do partido
no gabinete do presidente nacional da sigla, o senador Ciro Nogueira. No governo
baiano, o PP dirige as pastas de Agricultura, Portos, Integração Regional e suas
autarquias.
Apesar de não
confirmar a aproximação com os tucanos, Negromonte deixou claro mais adiante que
o PP ainda não tem lado certo no palanque presidencial. “O partido não definiu.
Vamos discutir ainda, assim como outros partidos também já disseram isso. Vamos
ver essa questão lá na frente a partir das composições regionais”,
afirmou.
Na hipótese de se
tornarem aliados, o palanque baiano é que sofreria alterações, já que
Negromonte, que disse em dado momento pleitear a vaga ao Senado, é cotado para
posição de vice-governador na chapa do candidato de Wagner. Lideranças e
deputados também deixam claro o peso da legenda para justificar a busca por um espaço maior. Eles lembram que,
atualmente, o PP tem 500 vereadores, 55 prefeitos e 56 vice-prefeitos na
Bahia.
TUCANO DIZ QUE PP É BEM-VINDO – Se depender dos tucanos,
uma aliança não é descartada, porém a composição prioritária é formada pelos
partidos que se juntaram na eleição municipal de Salvador em 2012 (PSDB, DEM,
PMDB, PV e PPS). Um dos líderes do PSDB baiano, o deputado federal Jutahy
Magalhães reforça que o partido trabalha atualmente com o nome do ex-prefeito
de Mata de São João Gualberto (PSDB), como uma possibilidade para 2014 e destaca
a integração com os partidos da oposição que deram peso à eleição de ACM Neto
(DEM) para a prefeitura da capital. “Devemos caminhar com aqueles que
participaram do projeto que deu a vitória ao prefeito ACM Neto. Não existem
alianças paralelas, mas se o PP quiser se incorporar ao projeto será bem-vindo”,
afirmou. Segundo ele, por enquanto não há notícias de conversa exclusiva entre
os partidos. “Se houver será junto ao projeto de 2012”.
Demonstrando que
anda de olho nas movimentações dos aliados, o presidente estadual do PT, Jonas
Paulo, disse que ainda não vê ameaças no quadro. “Há uma movimentação de
pessoas que querem de certa medida interditar o PT”, disse. Porém, sem deixar
de mandar recado, o petista disse que o mais importante, alguns políticos do
Congresso Nacional não estavam fazendo “que é buscar o plebiscito para a reforma
política”. “Ficam plantando armadilhas, mas não votam o que importa e que visa
acabar com o financiamento por parte de grandes grupos econômicos”,
criticou.
Do Ilhéus 24H
Nenhum comentário:
Postar um comentário