segunda-feira, 18 de junho de 2012

Audiência discutirá qualidade na educação e responsabilidade de gestores

Agência da Câmara

A comissão especial sobre o projeto da Lei de Responsabilidade Educacional (PL 7420/06) realiza na quarta-feira (20) audiência pública para discutir a proposta. O debate foi sugerido pelo deputado Andre Moura (PSC-SE) e pelo presidente da comissão, deputado Waldenor Pereira (PT-BA).
Entre outras medidas, o projeto determina que a educação básica, em cada rede e sistema de ensino do País, obedeça a critérios obrigatórios de qualidade, entre os quais a jornada escolar universal em tempo integral de, pelo menos, sete horas diárias no ensino fundamental e de cinco horas no ensino médio. Pela proposta, o magistério público também deve contar com plano de carreira e exigir titulação mínima de todos os profissionais da educação.
O projeto também estabelece que, enquanto houver estudantes com desempenho inferior ao mínimo aceitável, os governos federal, estaduais e municipais deverão desenvolver ações específicas para ampliar seu desempenho, com a necessária destinação de recursos financeiros para as redes de ensino.
O descumprimento das regras previstas, segundo a proposta, será considerado crime de responsabilidade, infração político-administrativa e ato de improbidade administrativa.
Foram convidados para a audiência:
- a professora Raquel Teixeira, ex-deputada e autora do PL 7420/06;
- a presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Maria Nilene Badeca da Costa;
- a presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) no Piauí, Antônia Alves de Souza Araújo.
A audiência está marcada para as 14h30, no Plenário 8.

Íntegra da proposta:

Da Redação/PT

Secretário falará na Câmara sobre como melhorar o aprendizado de crianças

AGÊNCIA DA CAMARA

A Comissão de Educação e Cultura e a Frente Parlamentar Mista da Educação promoverão na quarta-feira (20) palestra com o secretário de Ações Estratégicas da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros, sobre o tema “Caminhos para melhorar o aprendizado”.
Formado em Engenharia pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Paes de Barros é pós-doutor pelo Centro de Crescimento Econômico da Universidade de Yale e pelo Centro de Pesquisa em Economia da Universidade de Chicago. Ele já foi diretor de Estudos Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e recebeu, no ano 2000, o prêmio Mário Henrique Simonsen, oferecido pela Revista Brasileira de Economia da Fundação Getúlio Vargas.
Desde o ano passado, o especialista trabalha na elaboração de um programa social voltado para o aprendizado de crianças de até cinco anos. O governo federal tem a ambição de usar esse projeto como ponto de partida para revolucionar o ensino brasileiro. “Parte da guerra em favor da educação foi ganha porque a maioria das crianças está na escola. Mas precisamos avançar na qualidade e nada melhor do que iniciar a mudança pela primeira infância”, disse o estudioso em entrevista à revista Exame.
Programa
Paes de Barros coordenou uma pesquisa com 500 alunos de 100 instituições do Rio de Janeiro para avaliar a pré-escola no Brasil. A conclusão é que o desenvolvimento das crianças está muito aquém do esperado, mesmo em locais com boa infraestrutura — como brinquedos e pátio para correr. O especialista apontou que os pontos frágeis são a qualidade e a estrutura dos sistemas adotados, que se preocupam com o desenvolvimento físico de meninos e meninas, mas não promovem o aprendizado intelectual que a fase permite.
A maior inspiração do palestrante vem do professor e amigo James Heckman, vencedor do Nobel de Economia, que identificou, em uma de suas teses, que adultos que tiveram boa educação antes dos seis anos são mais produtivos, criativos e usufruem renda até 6% superior à dos que não tiveram a mesma sorte.
A palestra será realizada no Plenário 10, às 9 horas.
Da Redação/MO

Ibicaraí inaugura sua agência do INSS


 
 

Os moradores de Ibicaraí distante cerca de 40 quilômetros do centro de Itabuna, não precisaram mais se deslocar até o município vizinho para ter acesso aos serviços da previdência social. Foi inaugurada na manhã desta segunda-feira a agencia do INSS do município. A agência é a primeira do sul da Bahia a ser inaugurada dentro do plano de expansão e modernização da previdência implantado pelo ministro José Pimentel durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
  “É uma obra não importante pelo seu aspecto físico, pela sua estética , mas pelos benefícios que vai proporcionar aos moradores”, ressaltou o prefeito. Para Lenildo, a obra além de facilitar a vida dos moradores de Ibicaraí vai fortalecer a economia local. “Vamos receber moradores de municípios vizinhos como Barro Preto, Itapé e Santa Cruz da Vitória incrementando o nosso comércio”, disse o prefeito.
     O deputado federal Geraldo Simões que buscou o investimento para Ibicaraí  e foi  e foi bastante saudado pela população, destacou o empenho do prefeito e da gerente regional do INSS , Ariadine Pitanga para implantação da agência em Ibicaraí e nos demais municípios sulbaianos. “Desde o início deste processo estivemos em contato com o ministro e a área técnica do ministério, defendendo e apoiando a instalação de agências no Sul da Bahia. Reivindicamos especialmente a construção das agências de Camamu, Ibicaraí, Ibirapitanga, Itacaré, Itororó, Una, Ubatan, Ubaitaba, Belmonte, Uruçuca”, afirma o parlamentar.
Em dezembro de 2011 já havia sido inaugurada a agência de Itororó, com grande beneficio para a população local que não tem de deslocar-se para cidades vizinhas para serem atendidas. A seguir devem ser inauguradas as de Ibirapitanga e Camamu, que já estão prontas. Estas agências fazem parte do conjunto de 182 novas agências que serão criadas em todo o País, durante 2012, anunciadas pela Presidenta Dilma.
Com elas, as pessoas que procuram as agências do INSS para pedir aposentadoria, fazer perícia médica ou requerer benefícios terão um atendimento mais rápido e mais próximo a suas residências. Também esta sendo cuidada a qualidade da atenção às pessoas que procuram os serviços da Previdência.
“Mais uma vez podemos ver o acerto da política social do Governo Federal, que prioriza a atenção dos setores mais necessitados de nossa população”, disse o parlamentar. Na opinião do deputado estadual Rosemberg Pinto(PT) , Ibicaraí vai se transformar em um polo regional. “ A inauguração vai reduzir o tempo de acesso aos serviços da previdência e atrair mais gente para Ibicaraí”, disse Rosemberg.

CONSELHO DO CACS/FUNDEB FORMA CONSELHEIROS

ACONTECEU DIA (13/06/2012), NO AUDITÓRIO DA FUNDAÇÃO CULTURAL, SITUADA NO QUARTEIRÃO JORGE AMADO, NESTA CIDADE DE ILHÉUS, POR INCIATIVA DO CONSELHO DO CACS/FUNDEB, FORMAÇÃO PARA OS NOVOS CONSELHEIROS.
ESTA FORMAÇÃO TEVE INÍCIO ÀS 08:30 H.,  E FOI ATÉ 17:00 H., CONTANDO COM A PARTICIPAÇÃO DE DRA. KARINA GOMES CHERURUBINI QUE FALOU SOBRE O CONSELHO DO FUNDEB E IMPORTÂNCIA DOS CONSELHEIROS; PROFº.  PASCOAL JOÃO FALOU SOBRE CONSTITUIÇÃO FEDERAL E LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO(RELATIVO A EDUCAÇÃO); PROFª. ENILDA MENDONÇA SOBRE FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO; PROFª. CELINEY TAVARES FALOU SOBRE OS PROGRAMAS: CAMINHO DA ESCOLA, PETE/BA, PNATE E CÓDIGO NACIONAL DE TRÂNSITO RELATIVO AO TRANSPORTE ESCOLAR E FINALMENTE O PROFº OSMAN NOGUEIRA FALOU SOBRE OS ARTIGOS 70 E 71 DA LDB.
A FORMAÇÃO TEVE COMO OBJETIVO PREPARAR E CAPACITAR OS CONSELHEIROS PARA EXERCEREM O CONTROLE SOCIAL E AJUDAR NO FORTALECIMENTO DO CONSELHO NO PRÓXIMO MANDATO.

NOTICIAS DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL PELA EDUCAÇÃO


Siga o Twitter da Mobilização: @familia_escola
Clique nos links abaixo e confira como a sociedade está sendo mobilizada pela educação em todo o Brasil: 
Leia mais e saiba como você pode contribuir para a melhoria da qualidade da educação em sua comunidade no site: http://mse.mec.gov.br/ e no blog da Mobilização: http://familiaeducadora.blogspot.com/.

NOTA PÚBLICA


SINDICATO DOS RADIALISTAS DE ILHÉUS
Aviso de Reunião Ordinária Mensal

Convidamos todos os diretores do Sindicato dos Radialistas de Ilhéus, titulares e suplentes, para reunião ordinária mensal que acontece dia 04 de julho de 2012, às 17h, no Comitê de Imprensa - Sala Radialista Edinho Nascimento, sito à Praça JJ SEABRA, S/n, centro da cidade de Ilhéus, para tratar de assuntos diversos de interesse da entidade e da categoria.
Ilhéus – Bahia, 14 de junho de 2012.
Elias Reis
Presidente
DRT 6089 BA - ABCD 905 - ABI 1821

EXCLUSIVO : Cacá Colchões fecha com Jabes Ribeiro

Postado pelo Agravo Ilheense
Escrito por Jamesson Araújo   
Jabes Ribeiro e Cacá Colchões fecham aliança muito forte rumo ao Palácio Paranaguá 

O pré-candidato do PMDB, Cacá Colchões, será o vice na chapa do ex- prefeito Jabes Ribeiro ( PP). O Blog Agravo entrou em contato com Cacá, que confirmou a batida de martelo na manhã dessa segunda-feira (18).
Os dois partidos vão realizar as convenções juntos no Clube Social de Ilhéus, no próximo dia 28 de junho, em grande festa que deve contar com vários políticos do cenário estadual e federal.
Uma nota oficial deve ser divulgada pelos dois partidos ainda hoje, anunciando a aliança.

Sisu abre inscrições nesta segunda-feira

Postado por A Guilhotina
A partir desta segunda-feira, 18, estudantes que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011 podem se inscrever para disputar uma das 30.548 vagas em instituições públicas de ensino superior disponíveis pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A Bahia oferece 1.095 vagas nesta edição. O Rio de Janeiro é o estado com o maior número de vagas: 7.495 em 11 universidades e institutos federais de educação profissional.
O Sisu foi criado pelo Ministério da Educação para unificar a oferta de vagas em universidades públicas, que são disputadas a partir do Enem. Os interessados podem consultar quais são os cursos disponíveis no site do programa. Cinquenta e seis insituições participam neste ano.
Ao acessar o sistema, o candidato pode escolher duas opções de curso, indicando a sua prioridade. Ao longo do período de inscrições, ele pode visualizar a nota de corte preliminar de cada curso e sua classificação parcial. As opções de curso escolhidas previamente podem ser alteradas, se o candidato achar que tem mais chances de ser aprovado em outra graduação ou instituição. Cada alteração invalida a inscrição feita anteriormente.
Além do Rio de Janeiro, os estados com maior oferta de vagas no Sisu deste semestre são Minas Gerais (4.112), Paraná (3.394), Ceará (3.154) e Maranhão (2.708). Em Rondônia, apenas o Instituto Federal de Educação Profissional e Tecnológica participa do Sisu, com oito vagas.
A lista dos aprovados será divulgada no dia 25 deste mês e os alunos selecionados deverão fazer a matrícula nas instituições de ensino do dia 29 ao dia 2 de julho. Está prevista ainda uma segunda chamada para 6 de julho.
Quem não for convocado em nenhuma das duas chamadas poderá participar de uma lista de espera que será usada pelas universidades para selecionar os alunos em caso de sobra de vagas.
Confira a oferta de vagas do Sisu por estado:
Acre – 40 vagas
Bahia – 1.095 vagas
Ceará – 3.154 vagas
Distrito Federal – 90 vagas
Espírito Santo – 274 vagas
Goiás – 170 vagas
Mato Grosso do Sul – 909 vagas
Maranhão – 2.708 vagas
Minas Gerais – 4.112 vagas
Paraíba – 1.198 vagas
Paraná – 3.394 vagas
Pernambuco – 892 vagas
Piauí – 411 vagas
Rio de Janeiro – 7.495 vagas
Rio Grande do Norte – 1.426 vagas
Rio Grande do Sul – 1.251 vagas
Rondônia – 8 vagas
Roraima – 175 vagas
São Paulo – 1.080 vagas
Sergipe – 145 vagas
Tocantins – 521 vagas
Agência Brasil

Os partidos viraram prostíbulos, afirma Rui, ao saber do apoio do PRB a Jabes

 

Postado por A Guilhotina



Agora é oficial. O médico Rui Carvalho não é mais o pré-candidato a prefeito de Ilhéus pelo PRB. O partido decidiu retirar a pré-candidatura própria e apoiar o ex-prefeito e pré-candidato do PP, Jabes Ribeiro. Rui Carvalho sequer foi avisado da decisão. Soube através de uma nota pública assinada pelo partido e liberada para a imprensa neste final de semana. A reação de Rui foi forte. "Os partidos estão sendo transformados em prostíbulos. Os políticos são prostitutos e prostitutas e enquanto conversamos aqui as decisões são tomadas em outros lugares. O povo não escolhe mais, o povo apenas referenda", disse agora pela manhã, durante entrevista concedida ao radialista Vila Nova, na Conquista FM.

Rui Carvalho fez críticas diretas ao homem-forte do PRB na Bahia, o deputado federal Bispo Marinho e ao presidente do diretório municipal da sigla, Sebastião Vivas. "O bispo sabia da exigência que fiz logo no começo de que era exatamente evitar essa safadeza. Já o presidente local fez como aquele comandante do transatlântico que afundou: caiu fora do barco antes da hora". Rui Carvalho garantiu que não seguirá a decisão do partido. "Não vou aderir á candidatura que combatemos a vida inteira", justificou.

Para o presidente sebastião Vivas, a candidatura de Rui ficou inviabilizada por falta de densidade eleitoral. Vivas negou que o partido tenha traído Rui. "O que havíamos combinado era que ele teria o apoio da sigla caso também tivesse viabilidade eleitoral", afirmou. egundo Vivas, Rui Carvalho tinha conhecimento de tudo o que ocorreu.
JBO

NO ENSINO MÉDIO, ÍNDICE DE REPROVAÇÃO BATE RECORDE EM 2011

Taxa na rede pública chegou a 14%, enquanto a média nacional é de 13%

Mariana Mandelli
Do Todos Pela Educação

Assim como o Ensino Fundamental, o Ensino Médio também registrou uma melhora nas taxas de aprovação da rede pública: de 71,8% para 75,2% entre os últimos cinco anos, considerando o período compreendido entre 2007 e 2011. As taxas mais baixas de aprovação permanecem no 1º ano. Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

No entanto, as taxas de reprovação bateram recorde histórico em 2011: 14,1% na rede pública, índice acima da média nacional (que inclui a rede privada), que foi de 13,1%. No geral, as escolas públicas do País, tanto da zona rural quanto da urbana, apresentam as piores taxas.

Novamente, é o 1º ano do Ensino Médio que apresenta a pior situação, com quase 20% dos alunos reprovados. O abandono também é maior neste ano: 13,2%, acima da média total e da média do País.

A tabela abaixo apresenta mais dados apresentados pela rede pública em 2011.

Taxa Série       
Total 1.º ano 2.º ano 3.º ano 4.º ano Total Não- Seriado
Aprovação 75,2% 67,7% 77,3% 83,8% 88% 77,5%
Reprovação 14,1% 19,1% 12,8% 8,2% 4,3% 10,7%
Abandono 10,7% 13,2% 9,9% 8% 7,7% 11,8%
Fonte: Inep 2011.

Uma das possibilidades para a alta taxa de reprovação apresentada pelo Ensino Médio no ano passado seria, segundo o economista e coordenador do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV), Marcelo Neri, a incorporação de mais pessoas nessa etapa de ensino, atraídas pela chance de, futuramente, conquistar uma vaga em uma faculdade ou universidade.

“Hoje, temos um grande processo de inclusão no Ensino Superior, com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Programa Universidade Para Todos (ProUni). Com esses mecanismos mais inclusivos, o Ensino Médio passa a ser visto como porta de entrada para eles”, explica. “Este cenário atrai mais gente, incorporado assim pessoas de condições socioeconômicas mais baixas e que estavam fora do sistema.”

Antônio Batista, coordenador de desenvolvimento de pesquisas do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec),  também afirma que uma das hipóteses para o recorde de reprovação no Ensino Médio seja um maior número de alunos no sistema, mas aponta a falta de preparo das escolas para recebê-los como o maior desafio.

“A escola tem poucas condições para lidar com esse aluno. A reprovação ser maior no 1º ano mostra, inclusive, que ele é um filtro dessa situação”, afirma.


Propostas
O Ensino Médio vem sendo alvo de debate das políticas públicas nos últimos anos. Os dados de desempenho mostram uma situação crítica: apenas metade dos jovens com 19 anos declaram ter concluído o Ensino Médio. Além disso, 11% dos que acabam essa etapa da Educação Básica aprenderam o que era esperado do conteúdo de matemática.

Wanda Engel, superintendente do Instituto Unibanco e especialista em Ensino Médio, afirma que o baixo desempenho apresentado por esses alunos decorre das deficiências de aprendizagem no Ensino Fundamental.

“O Ensino Médio é a última parte da Educação Básica. Se o aluno chega até ele sem ter os pré-requisitos para adquirir novas competências, ele certamente terá problemas para aprender os novos conteúdos. Conhecimento é construção”, explica. “Se falta condição acadêmica para esse jovem, ele será reprovado e é um candidato a abandonar a escola.”

Além disso, segundo Wanda, aqueles que reprovaram no Ensino Fundamental chegam ao Médio mais velhos, numa idade em que já são cobrados socialmente para gerarem renda, e, por isso, são ainda mais propensos a abandonar os estudos. “Por isso, possibilidades para mudar o quadro é criar uma forma desse aluno ter renda e continuar na escola. Uma ideia é que ele exerça atividades remuneradas dentro do próprio ambiente escolar, como monitoria, por exemplo. Isso evita que ele deixe a escola”, sugere ela, que é contra o Ensino Médio noturno.

No início deste ano, o MEC aprovou novas diretrizes curriculares para o Ensino Médio – que previam, inclusive, aulas à distância para as turmas noturnas, recurso proposto pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), que concebeu a resolução, mas vetado do documento pelo governo. A resolução tem 23 artigos e propõe que as escolas ofereçam, dentro de seus currículos, quatro possibilidades de dimensões temáticas: trabalho, ciência, tecnologia e cultura. A ideia do CNE é que a escola seja mais atraente e se aproxime mais do projeto de vida de seus estudantes.

Na semana passada, a Câmara dos Deputados instalou uma Comissão Especial (CESP)para discutir a situação do Ensino Médio. O objetivo dela é realizar estudos e pesquisas, além de apresentar propostas para a reformulação dessa fase da escolaridade.
MANDELLI, Mariana, Todos pela Educação. 31 mai 2012. Disponível em http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/noticias/22.... Acesso em 16 jun 2012.

Se outros países podem, por que nós não podemos?

ESCRITO POR OTAVIANO HELENE*   

Será que é viável termos um padrão educacional melhor do que temos hoje ou isso é apenas um sonho irrealizável, que não cabe na nossa realidade? Em outras palavras, será que há barreiras objetivas (econômicas ou culturais, por exemplo), de difícil superação, que nos impedem de construir um melhor sistema educacional? Para responder a questões desse tipo, um bom caminho é comparar a educação em diversos países com equivalentes possibilidades materiais.
Para isso, a tabela a seguir mostra alguns indicadores educacionais de seis países cujas rendas per capita estão imediatamente abaixo da brasileira e outros seis imediatamente acima, segundo compilações da Unesco Institute for Statistics (1). São, portanto, países com possibilidades econômicas praticamente equivalentes às nossas. Vamos ver no que diferem no que diz respeito à educação.
Os dados relativos ao analfabetismo na faixa etária dos 15 a 24 anos ilustram a realidade de um passado recente da educação; o analfabetismo adulto reflete um passado mais remoto; e a taxa de matrícula no ensino superior mostra os esforços atuais em um setor mais sofisticado do sistema educacional. Portanto, os três indicadores refletem os compromissos dos diversos países com a educação em um período relativamente amplo.
 Dos doze outros países com condições materiais equivalentes às nossas, apenas a Tunísia, o Peru e o Irã têm taxas de analfabetismo adulto superiores à nossa. Quanto ao analfabetismo de jovens entre 15 e 24 anos, dos doze países, apenas o Peru, a Tunísia e o Panamá apresentam piores desempenhos. E quanto às taxas de engajamento no ensino superior, apenas o Azerbaijão apresenta valor inferior ao nosso.
Existem possíveis explicações (evidentemente, explicações não são justificativas) para alguns aspectos educacionais daqueles países com indicadores piores do que os nossos. No caso da Tunísia e do Irã, as questões culturais, em especial aquelas relacionadas à religião, podem estar entre as explicações: ambos os países têm religiões oficiais (o islamismo), cujas normas são leis da sociedade civil. No caso da Tunísia, ainda hoje encontramos indicadores educacionais bastante diferentes para homens e mulheres, revelando, possivelmente, um traço de sua tradição religiosa. Quanto ao Irã, devemos lembrar que as últimas décadas foram marcadas pelo processo de ruptura por ocasião da Revolução Islâmica (iniciada em 1978) e pela longa e desgastante guerra com o Iraque (1980-1988), fatores que podem ter tido influências negativas em seu sistema educacional.
Peru e Panamá são dois países que apresentam péssimas distribuições de renda. Embora não tão ruim como a brasileira, eles estão entre os 25 países (de um total de 133) com maiores concentrações de renda, fator que certamente tem reflexos na educação. O Peru tem alguma heterogeneidade lingüística e populações que habitam regiões bastante diferentes e que têm tradições culturais também diferentes, fatos que podem ajudar a explicar seu baixo desempenho educacional. Além disso, ambos os países têm apresentado grande instabilidade institucional em períodos mais recentes: o ex-presidente Alberto Fujimori foi condenado e preso por graves violações dos direitos humanos; um dos presidentes recentes do Panamá, Manuel Noriega, tem como pontos de destaque em sua carreira ligação com a CIA e com o narcotráfico, tendo sido seqüestrado pelo governo americano e condenado à prisão nos EUA.
A situação específica do ensino superior no Azerbaijão pode ser entendida, pelo menos parcialmente, pelo desmoronamento da União Soviética. Até final da década de 1980, aquele país apresentava uma taxa de inclusão no ensino superior de 25%, bastante alta para a época e cerca de duas vezes maior que a brasileira no mesmo período. Com o fim da União Soviética, a taxa de engajamento no ensino superior chegou a decrescer até 15% em 1998, voltando a crescer lentamente desde então. O fim da União Soviética, e a crise que se seguiu, pode ter sido um fator importante a afetar a educação superior naquele país. A guerra com a Armênia é outro fato que pode ter tido conseqüências na vida social do país.
E há países entre aqueles incluídos na tabela com indicadores significativamente melhores do que os nossos. Somos o décimo colocado no que diz respeito aos indicadores de analfabetismo, nas duas modalidades, e penúltimo colocado no que diz respeito ao ensino superior. E não temos muitas explicações para estarmos assim tão mal colocados quando comparados com países de iguais possibilidades. Se pelo menos tivéssemos indicadores iguais à média dos demais países com mesmas condições materiais que as nossas, vale dizer, com renda per capita equivalente, ainda estaríamos em situação bem melhor do que estamos, como mostra a linhamédia (exclusive Brasil) da tabela.


Renda per capita (US$, paridade de poder de compra)
Analfabetismo (%)
Taxa de matrícula, ensino
superior (%)1

Adulto
Juvenil

15 anos ou mais
15 a 24 anos
Bósnia e Herzegovina
8565
2,1
0,2
37
Peru
9164
10,4
2,2
43
Colômbia
9293
6,6
1,9
39
Tunísia
9390
22,4
3,2
34
Azerbaijão
9721
0,2
0,0
19
Cuba
9900
0,2
0,0
95
Brasil
10823
9,7
1,9
33
Sérvia
11169
2,1
0,6
50
Irã
11570
15,0
1,3
43
Cazaquistão
11853
0,3
0,2
46
Venezuela
12373
4,5
1,5
78
Montenegro
12958
1,6
0,7
48
Panamá
13345
5,9
2,4
45
Média (exclusive Brasil)
10775
5,9
1,2
48
1 A taxa bruta de matrícula no ensino superior é a razão entre o número de matrículas e a população em uma faixa etária de 5 anos após a idade normal de conclusão do ensino médio.
Fonte: Unesco Institute for Statistics, com exceção da renda per capita cubana, cuja fonte é CIA The World Factbookhttps://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/, consultada em maio/2012, e da taxa (bruta) brasileira de matrícula no ensino superior, calculada pelo autor com base no número de matrículas fornecido pelo INEP e nos dados referentes à população, fornecidos pelo IBGE

A pergunta óbvia é: por que não podemos ter um sistema educacional pelo menos igual à média dos demais países com mesmas oportunidades materiais? Por que comprometemos o futuro de nossas crianças e jovens e, por extensão, o futuro do país, mantendo um sistema educacional tão precário, se temos condições que nos permitem não fazer isso?

*Otaviano Helene, professor no Instituto de Física da USP, foi presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
HELENE, Otaviano. Correio da Cidadania, 30 maio 2012. Disponível em: http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_content&.... Acesso em: 17 jun 2012.

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Autor: Ivana Barreto (Ncom Seduc)    Seduc realiza pagamento aos beneficiários não contemplados do Precatório do FUNDEF 2024 O pagamento ser...