terça-feira, 16 de abril de 2019

Índios: MPF denuncia responsável por executar liderança Tupinambá com 13 tiros em Ilhéus (BA)

Segundo as investigações, o assassinato do indígena Adenilson Pinduca, em maio de 2015, foi retaliação por suas atividades como liderança indígena e por disputas por terras

O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu, na última sexta-feira 12 de abril, denúncia contra Edivan Moreira da Silva, conhecido como “Van de Moreira”, por homicídio consumado e homicídio tentado, ambos qualificados pela emboscada, o que dificulta ou impossibilita a defesa da vítima. Segundo a denúncia, Edivan Moreira foi o principal responsável por executar com 13 tiros o indígena Adenilson Silva Nascimento, conhecido como Pinduca, e ferir com dois tiros sua esposa, Zenaildes Menezes Ferreira, em 1º de maio de 2015, em Ilhéus (BA), na zona rural limítrofe com Buerarema – município a 462km de Salvador. Além dele, participaram do crime duas outras pessoas que não foram identificadas.

As investigações apontaram que o crime foi motivado por desavenças do denunciado contra indígenas, em razão de disputas por terras.

Emboscada - Conforme o inquérito policial nº 0115/2015, no dia do crime, Adenilson Pinduca e Zenaildes Ferreira, por volta de 17h, voltavam para sua residência na zona rural da Serra das Trempes I, acompanhados de três filhos do casal, a mais nova de 1 ano de idade, levada no colo pela mãe. Após cerca de 20 minutos de caminhada, Pinduca foi atingindo por um disparo de arma de fogo, caindo de joelhos. Imediatamente, os dois filhos mais velhos do casal fugiram correndo e Zenaildes retornou para tentar levantar o marido, sem sucesso. Ao se virar para tentar fugir, com sua filha no colo, Zenaildes foi atingida por um tiro na perna direita, o que a fez cair por cima da criança.

No chão, ela ainda foi atingida por outro tiro nas costas, tendo o projétil atravessado seu tórax e se alojado no braço. Zenaildes, então, permaneceu no chão, fingindo-se de morta, e viu o marido se levantar e caminhar em sua direção, lentamente, enquanto outros tiros eram desferidos contra ele, até que caísse próximo a ela. Nesse momento, Edivan Moreira se aproximou e voltou a disparar quatro ou cinco vezes contra Pinduca à queima-roupa. Durante o crime, Zenaildes observou que três pessoas encapuzadas participavam da emboscada, tendo reconhecido Edivan Moreira como um deles, em razão de seu porte físico.

Ameaças – Em manifestações populares contra os indígenas da etnia Tupinambá de Olivença, realizadas em Buerarema em 2013, o denunciado – residente na cidade – teria ameaçado Pinduca, mandando lhe dizerem que, caso ele fosse a Buerarema, iria apanhar. A inimizade aumentou após o indígena ter sido responsável pela retomada da Fazenda Boa Esperança, causando a expulsão do antigo meeiro, amigo de Moreira e sogro de seu irmão. A partir daí, conforme testemunhas ouvidas, as ameaças passaram a ser de morte.

Localização por dados telefônicos – Durante as investigações, a Justiça Federal autorizou a quebra do sigilo de dados telefônicos de Edivan Moreira, para identificar, a partir dos sinais do aparelho de celular do denunciado captados pelas estações rádio base (antenas que fazem a conexão entre os telefones celulares e a companhia telefônica), sua localização aproximada no momento do crime. Essa diligência permitiu confirmar que Edivan Moreira se deslocou para zona rural próxima ao crime na noite de 26 de abril de 2015, só tendo retornado para a zona urbana 3 horas após o assassinato. Segundo os dados obtidos com essa diligência, a partir da noite de 29 de abril, o aparelho celular do denunciado não efetuou ou recebeu ligações, apesar de ter ficado ligado e recebido dezenas de mensagens de texto. O MPF concluiu que, nesse período, o denunciado Edivan Moreira ficou sem o aparelho de celular, entocaiado na mata, para fazer a emboscada e praticar o assassinato.

Após o crime, a primeira ligação realizada pelo denunciado Edivan Moreira foi às 20h12 do dia 1º de maio de 2015, já na zona urbana de Buerarema, 3 horas da prática do assassinato, tempo suficiente para ele se evadir do local do crime, através da mata, recolher seus objetos pessoais, se desfazer dos instrumentos e provas do crime e retornar para área urbana.

E agora? O MPF aguarda a análise da denúncia pela Justiça Federal. Caso a Justiça receba a denúncia, será instaurada ação penal e serão realizados os demais atos do processo – defesa do denunciado, oitiva da vítima e das testemunhas etc – até a submissão do caso ao Tribunal do Júri. As denúncias contra os outros dois envolvidos depende de sua identificação.

Assessoria de Comunicação
Ministério Público Federal na Bahia
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Audiência discute divulgação de vídeo em comemoração ao golpe de 64

O ministro da Secretaria de Governo, General Carlos Alberto, participa hoje audiência pública na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados. Ele deve prestar esclarecimentos sobre a divulgação de um vídeo, em uma das redes sociais do Palácio do Planalto, em defesa do golpe militar de 1964. O material foi divulgado no último dia 31 de março, data em que o golpe completou 55 anos.

Michel Jesus/ Câmara dos Deputados
Homenagem ao Dia Mundial de Combate ao Câncer. Dep. Erika Kokay (PT-DF)
Erika Kokay criticou a divulgação do vídeo: "É um desrespeito ao bom senso e às instituições"
“Com 1 minuto e 55 segundos de duração, o vídeo tenta forçar a velha narrativa, já tantas vezes repudiada e rejeitada em livros de história, de que ‘havia uma revolução comunista prestes a ser deflagrada no País, e que teria sido contida graças à bravura do Exército brasileiro’”, afirma a deputada Erika Kokay (PT-DF), que pediu o comparecimento do ministro.
Segundo a parlamentar, jornalistas cadastrados no sistema de comunicação do Palácio do Planalto receberam o vídeo por WhatsApp. Procurada, a assessoria de imprensa do Planalto disse que não ia se pronunciar.

“O fatídico golpe de 64, ou qualquer golpe, deve ser repudiado pelas instituições brasileiras, jamais comemorado. O atual governo comete crime de responsabilidade, ao incentivar esse revisionismo histórico. Houve, sim, uma ditadura. É um desrespeito para os torturados e assassinados, é um desrespeito ao bom senso e às instituições, propor a comemoração de um crime contra o Brasil”, criticou Erika Kokay.

A audiência pública será realizada a partir das 14h30, no plenário 12.

Da Redação
Postado por Agencia da Câmara

Prefeitura de Ilhéus prorroga prazo para pagamento doIPTU 2019 até 30 de abril

Os contribuintes ilheenses ganharam mais alguns dias para quitar o pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) 2019. O prazo foi prorrogado para o próximo dia 30 de abril, por determinação do prefeito Mário Alexandre (Marão). Quem optar pelo pagamento da cota única, além de mais prazo terá também  um desconto de 15% no valor do imposto. ´

Os contribuintes que não receberam o carnê podem emitir a guia através do site da Prefeitura, nos seguintes endereços,  https://bit.ly/2FwZPcM ou http://www.ilheus.ba.gov.br/), ou retirá-lo no setor de Tributos, das 12 às 18 horas, localizado no térreo do Palácio Paranaguá, centro da cidade.

Até a data de vencimento, o tributo pode ser efetuado em qualquer agência bancária ou casa lotérica. A prorrogação também é válida para pagamento da   primeira parcela entre aqueles que optarem pelo fracionamento do IPTU. O desconto concedido para pagamento da cota única não está disponível para quem optou pelo parcelamento do valor em até nove vezes.

Secretaria de Comunicação Social

Projeto da LDO prevê salário mínimo de R$ 1.040 em 2020, com correção apenas pela inflação

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) orienta a elaboração do Orçamento da União e estabelece quais serão as metas e prioridades para o ano seguinte. Em relação à meta fiscal, a proposta enviada pelo Executivo prevê para 2020 um deficit primário de R$ 124,1 bilhões para o governo central, que abrange as contas do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central. Desde 2014, as contas federais estão no vermelho

O projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020 prevê que o salário mínimo será reajustado para R$ 1.040 no próximo ano, sem ganho real (acima da inflação). O número foi divulgado nesta segunda-feira (15) pelo secretário-especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, que apresentou os principais pontos da proposta elaborada pelo Ministério da Economia.
Em relação ao valor atual (R$ 998), o aumento nominal será de 4,2%, mesma variação prevista para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Para os dois anos seguintes, a proposta sugere que os reajustes do salário mínimo apenas seguirão a variação desse indicador de inflação. 
Waldery Rodrigues disse que ainda não há decisão sobre nova regra para correção do piso de salários e benefícios previdenciários. “O governo tem até dezembro deste ano para apresentar a sua política para o salário mínimo”, disse.
Expirou neste ano a política de valorização do mínimo aprovada pelo Congresso em julho de 2015. Conforme essa regra, além da inflação no ano anterior, o reajuste deveria considerar o crescimento da economia registrado dois anos antes, o que eventualmente levava a ganhos reais.
Deficit pela sétima vez
Em relação à meta fiscal, o projeto da LDO prevê para 2020 um deficit primário de R$ 124,1 bilhões para o governo central, que abrange as contas do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central. A meta para este ano é de um deficit de R$ 139 bilhões.

Desde 2014, as contas do governo federal estão no vermelho (ver gráfico). A proposta da LDO prevê que essa situação perdure até 2022, mas com redução na diferença entre receitas e despesas. Para 2021, o deficit estimado é de R$ 68,5 bilhões; para o ano seguinte, de R$ 31,4 bilhões.

Em relação ao desempenho da economia, a equipe econômica projeta um crescimento de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, acima da estimativa na avaliação dos indicadores do primeiro bimestre deste ano, de 2,2%.
Lei orientadora
A LDO é uma lei de vigência anual que orienta a elaboração da proposta orçamentária e a execução do Orçamento no exercício seguinte. Além da meta fiscal, a norma traz regras sobre as ações prioritárias do governo, sobre transferência de recursos federais para os entes federados e o setor privado e sobre a fiscalização de obras executadas com recursos da União, entre outras.

O projeto da LDO será analisado agora no Congresso Nacional. A tramitação começa na Comissão Mista de Orçamento. É nesse colegiado que as emendas são apresentadas e que é indicado um relator. Pelo critério de rodízio entre as duas Casas legislativas, neste ano a relatoria ficará com um deputado, que ainda não foi designado.
Segundo a Constituição, o Congresso não pode entrar em recesso se não aprovar o projeto da LDO até 17 de julho – o recesso parlamentar ocorre do dia 18 ao dia 31.
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Reportagem – Ralph Machado
Edição – Marcelo Oliveira
Postado por Agencia da Câmara

Sociedade deve se mobilizar contra a criminalização dos movimentos sociais e exposição ilegal de pessoas detidas, afirma deputado Hilton Coelho (PSOL)


Membro da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado estadual Hilton Coelho (PSOL) afirmou ser contrário à exposição do Coletivo de Entidades Negras (CEN), entidade nacional do movimento negro brasileiro, “criminalizada na noite deste domingo, 14, com imagens da prisão de uma ex-militante da instituição por tráfico de drogas. Betiana Nunes Baião teve fotografias expostas nas redes sociais, portando um crachá com a marca do CEN, dados institucionais da entidade e informações pessoais da própria suspeita. Um atentado à legislação”, segundo sua avaliação.

O parlamentar destaca que “se tornou comum a exposição em contexto humilhante de pessoas acusadas de crimes. No caso de Betiana Nunes Baião há um evidente vazamento de fotografias de documento pessoal, seu endereço e a exposição de sua filha adolescente. O direito constitucional à informação pressupõe respeito, logo não se coaduna com exposição vexatória ou humilhante do preso. Este episódio mostra também que a sociedade deve discutir de forma democrática e ampla a tal ‘guerra às drogas’. Para mim,precisamos de políticas de saúde para tratar problemas de uso de drogas, da mesma forma como lidamos com o tabaco, álcool e outras substâncias que causam dependência”.

Detida pela Polícia Militar da Bahia em Feira de Santana com 11 tabletes de maconha, uma quantidade de cocaína, um relógio de pulso, um aparelho celular e um veículo Renault Logan, Betiana Nunes Baião teve sua foto exposta nas redes sociais, portando um crachá com a marca do CEN, dados institucionais da entidade e informações pessoais da própria suspeita.

“Na mensagem que eu recebi pelas redes sociais, Betiana é descrita como membro do Setor de Direitos Humanos do Coletivo de Entidades Negras, numa tentativa ilegal, criminosa e irresponsável de associar a instituição, uma entidade séria de defesa dos direitos humanos, à prática de tráfico de drogas cometida por sua ex-militante. Além disso, o nome, a foto e dados pessoais de uma adolescente de 15 anos, filha de Betiana, também foram divulgados, configurando mais uma ilegalidade nesta ação que precisa ser apurada com rigor e os responsáveis ou irresponsáveis punidos”, opina Hilton Coelho.

O Coletivo de Entidades Negras (CEN) emitiu uma nota pública protestando contra o uso de sua imagem e informando que “Betiana, conhecida como Bete, é uma ex-militante da instituição, que atuou de forma muito dedicada para o início da construção do núcleo da entidade no Residencial Quinta da Glória, em Itinga, no município de Lauro de Freitas. Lá, o coletivo auxiliou politicamente a organização da luta da comunidade contra a violência policial, que sempre foi a principal pauta daquelas pessoas na busca pelo acesso à Justiça. A instituição não tem nenhuma relação com o crime praticado por ela e flagrado pela polícia, ou com qualquer outra prática delituosa, embora a mensagem distribuída nas redes sociais trate o CEN como organização criminosa”.

Hilton Coelho conclui afirmando que “tudo deve ser apurado. A criminalização de uma organização do movimento social negro brasileiro que é responsável por diversas denúncias de violação de direitos humanos e de violência policial é evidente e a repudiamos. O grande narcotráfico, operado por meio das fronteiras e em helicópteros e jatinhos são esquecidos na tal ‘guerra às drogas’? Nosso mandato sempre se posicionará em defesa dos direitos humanos e contra a criminalização do movimento popular”.

*Ascom – 15 de abril de 2019.
Carlos Alberto Carlão de Oliveira - Fenaj-MTE (BA) 1317 
Assessoria de Imprensa - Telefone: (71) 99204-3854 
*Para mais informações favor entrar em contato com Hilton Coelho através do telefone nº 99920-6491.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Sexto aniversário da Comitiva Te Pego no Meu Laço teve recorde de público






Cavalgada Te Pego No Meu Laço - Foto Rodrigo Macedo Secom 
 A tradicional Cavalgada de Castelo Novo, em comemoração ao sexto aniversário da Comitiva Te Pego no Meu Laço, realizada neste domingo (14), superou expectativas e atingiu público recorde, com aproximadamente mil pessoas. O evento reuniu cerca de 150 participantes montados, proporcionando um espaço de lazer para diferentes gerações de famílias.
Para o prefeito Mário Alexandre (Marão), a realização do evento tem o cunho de resgate cultural, e por isso a importância de apoiar o evento. “Precisamos fortalecer as manifestações culturais, e fico feliz em poder contribuir para a preservação desta importante realização do calendário oficial de eventos da prefeitura de Ilhéus”, salientou Marão.
A presidente da comissão organizadora, Carina Del Rey, disse que foi um momento de muita alegria e gratidão. “A nossa cavalgada vem tomando grandes proporções a cada ano, e não poderíamos deixar de agradecer pelo apoio do prefeito Marão, pois sem ele o evento não teria sido o sucesso que foi”, ressalva Carina.
Apoio – O evento contou com apoio total da Prefeitura de Ilhéus, que realizou melhorias na estrada de acesso ao distrito e reforçou o sistema de iluminação pública. Também foram disponibilizados agentes de trânsito, socorristas e ambulância para garantir a tranquilidade da festa. Homens da Polícia Militar deram segurança ao público presente.
“Esta edição foi, sem dúvidas, a maior festa que já realizamos, tanto em relação ao público, quanto na proporção do evento. É muito gratificante ver o nosso evento tomar essa dimensão que está tomando”, relata Ayla Camilly, representante da Comitiva Te Pego no Meu Laço.
A concentração e saída da cavalgada foi no distrito de Banco do Pedro, em direção à Castelo Novo, por um trajeto de 12 quilômetros, ao som da cantora Paloma Portela. Ao chegar no distrito de Castelo Novo, a programação do evento prosseguiu com shows de Maurício da Bahia, Coração Cigano e a atração principal foi o cantor Vanoly Cigano, que animou o público presente.

Secretaria de Comunicação Social - Secom

Transporte Escolar: MPF aciona prefeito de Guanambi (BA) e mais cinco por improbabilidade em contrato de R$4mi


Em operação conjunta com a PRF em março, foram flagrados veículos escolares do tipo “pau de arara”, ônibus velhos, enferrujados e sem cinto ou outros itens de segurança
 
Alunos são transportados na caçamba de caminhonete. Imagem: MPF/BA
Alunos são transportados na caçamba de caminhonete. Imagem: MPF/BA
Vontade livre e consciente dos gestores de Guanambi (BA) de continuarem a desviar dinheiro público por meio de contratos de transporte escolar. Está é uma das conclusões da investigação do Ministério Público Federal (MPF) que resultou na ação de improbidade administrativa movida em 8 de abril, contra o prefeito de Guanambi, Jairo Silva Magalhães, a secretária de Educação, Maristela Cavalcante, o pregoeiro, Anderson Ribeiro dos Santos, a empresa Sol Dourado Serviços de Transportes Rodoviários Eireli, seu sócio, Renato Ferreira da Silva, e representante William Barros de Souza. Em liminar assinada nesta sexta-feira, 12 de abril, a Justiça Federal fixou prazos e multa para que a prefeitura apure as faltas contratuais e, junto com a empresa, adotem as medidas necessárias para que o transporte escolar seja prestado de forma segura, regular e adequada.
De acordo com as investigações, a licitação para o transporte escolar no município, que firmou contrato no valor de R$ 4 milhões, foi direcionada e fraudada, e a continuidade da prestação dos serviços põe em risco a vida de crianças entre 5 e 15 anos de idade, que estão circulando em veículos abertos do tipo “pau de arara” ou em ônibus velhos, enferrujados e sem cinto ou outros itens de segurança.
Liminar - a partir dos argumentos e provas apresentados pelo MPF, a Justiça Federal proferiu decisão liminar determinando ao município de Guanambi, sob pena de multa diária de R$10 mil, a instauração procedimento administrativo, no prazo de dez dias, para apurar as faltas contratuais imputadas à empresa Sol Dourado, com a aplicação das sanções administrativas pertinentes. A prefeitura deverá, ainda, no prazo de 20 dias, informar ao juiz as providências adotadas e os resultados obtidos para que o transporte escolar seja prestado de forma segura, regular e adequada no município.
À empresa Sol Dourado Serviços e Transportes Ltda, a liminar determina a adoção de todas as providências para adequar a prestação de serviço de transporte escolar às exigências previstas no contrato celebrado com o município de Guanambi, a fim de que os veículos estejam em condições adequadas e seguras, tudo para garantir a segurança das crianças e adolescentes, sob pena de responsabilização civil e criminal dos envolvidos.
De acordo com a decisão, “há indícios de ilegalidades relacionadas à licitação, bem como à subcontratação total do objeto, em ofensa ao edital, e ainda com relação às condições deficientes de prestação do serviço de transporte escolar”. Conforme o texto da liminar, as medidas determinadas não impedem a celebração de acordo/termo de ajustamento de conduta entre o MPF e o município de Guanambi.
Entenda o caso – Em 5 de outubro de 2018, o município de Guanambi recebeu a Recomendação nº 01/2018emitida pelo MPF para que sanasse os problemas de contratação e execução do transporte escolarEm ofício datado de 6 de novembro de 2018, o prefeito comunicou que o município acataria a recomendação. A prefeitura realizou a licitação o Pregão Presencial nº 068-18PP-PMG que resultou na contratação da Sol Dourado, que está responsável pela execução de um contrato no valor de R$ 4.640.985,03.
Operação Rota Segura
Operação Rota Segura – Transporte Escolar flagrou diversas irregularidades que põem crianças em risco. Imagem: MPF/BA
Diante da análise da documentação da licitação, da oitiva de testemunhas e de provas e depoimentos colhidos durante a Operação Rota Segura – Transporte Escolar, realizada na última semana de março deste ano em parceria com a PRF, o MPF concluiu que a licitação foi fraudada, e que a execução dos serviços é realiza completamente fora da lei.

Foram diversas as irregularidades apuradas: veículos antigos, pneus “carecas”, sem cinto de segurança, sem sinalização adequada e até o uso de veículos abertos do tipo “pau de arara”; a representante da empresa contratada é a própria funcionária do município de Guanambi; os veículos nem sequer foram vistoriados pela contratada; a Superintendência de Trânsito de Guanambi liberou para o transporte de crianças veículos totalmente inadequados; os motoristas confirmaram trabalhar na condição de subcontratados, sem qualquer vínculo empregatício com a empresa Sol Dourado; a empresa não paga motoristas em dia, o que ameaça a continuidade da prestação dos serviços por falta de dinheiro para combustível; a empresa não dispõe de pessoal e veículos em número compatível com a dimensão do objeto dos contratos celebrados com o município de Guanambi e com outras dezenas de municípios da Bahia, realizando a subcontratação integral do serviço de transporte escolar; como não existe vínculo de emprego dos motoristas com a empresa Sol Dourado e seus veículos não são utilizados na prestação de serviço no município, as planilhas de composição de custos, com valores de salários e encargos sociais, - apresentadas durante a licitação – são peças ideologicamente falsas, assim como os “contratos de locação” estabelecidos com os motoristas.

Acidente grave e descaso – Na primeira semana de abril, o MPF recebeu informações e fotografias de uma criança de 11 anos que, em março, caiu da carroceria de uma caminhonete que realizava o transporte escolar na região, sendo atropelada pelo mesmo. De acordo com a testemunha ouvida, o motorista não prestou socorro e a empresa não deu qualquer assistência. O prefeito e a secretária de Educação souberam do ocorrido 11 dias após o acidente em reunião numa unidade escolar e permitiram que o mesmo veículo continuasse a transportar alunos.

Na ação, o procurador da República Adnilson Gonçalves conclui que a fraude decorreu da vontade livre e consciente dos gestores de Guanambi de continuarem a desviar dinheiro público por meio de contratos de transporte escolar. “A informação de acatamento à recomendação teve o propósito de confundir os órgãos de fiscalização, porquanto a intenção, ao que parece, sempre foi continuar a desviar dinheiro público por meio da contratação de empresa sem capacidade operacional, com serviço superfaturado e de péssima qualidade”, afirma na ação.

Pedidos da ação – o MPF requer à Justiça que declare a nulidade do procedimento licitatório e, consequentemente, da contratação da empresa. Requer, ainda, a condenação dos acionados por improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário, com aplicação das penas previstas pela Lei da Improbidade (artigo 12, inciso II): ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública (de quem a tiver), suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios pelo prazo de cinco anos.

Número para consulta na Justiça Federal: 1002061-46.2019.4.01.3309– Subseção Judiciária de Guanambi

Assessoria de Comunicação
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terça-feira, 9 de abril de 2019

Semana Nacional da Educação Pública é lançada nesta quarta

A Comissão de Educação lança, nesta quarta-feira (10), a pedido dos deputados Professora Rosa Neide (PT-MS) e Waldenor Pereira (PT-BA), a 20ª Semana Nacional e Promoção da Educação Pública.

O objetivo é debater com os educadores e a sociedade temas como as políticas de financiamento, a organização, segurança e estrutura das escolas, o currículo, a formação e a valorização dos profissionais da educação.
Foi convidado para o evento o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo Filho. O lançamento da semana em defesa da educação pública está marcado para as 9 horas no plenário 10.
Da Redação - AC
Postado por Agencia da Câmara

Seduc realiza pagamento aos beneficiários não contemplados do Precatório do FUNDEF 2024

Autor: Ivana Barreto (Ncom Seduc)    Seduc realiza pagamento aos beneficiários não contemplados do Precatório do FUNDEF 2024 O pagamento ser...