Chuvas, dengue e leptospirose
Por Paixão Barbosa
Por Paixão Barbosa
Aproxima-se o período de chuvas na Bahia e o Estado continua a conviver com o surto de dengue, sem sinais visíveis de que as autoridades consigam controlar a doença a curto prazo. Sem querer ser "anunciador de tragédias", alerto para o surgimento de um outro perigo, que é a leptospirose, doença transmitida pela urina do rato e que tem picos de incidência sempre que chove muito porque as fezes e a urina daqueles roedores são arrastadas para as ruas e para as casas inundadas, contaminando crianças e adultos.
Não sou médico e entendo muito pouco de saúde, inclusive da minha, mas tenho amigos da área, como é o caso do quase-coaraciense Mittermayer Galvão dos Reis, diretor da Fiocruz-Bahia, que sempre comentam sobre os problemas decorrentes da demora do diagnóstico da leptospirose, fato que agrava, e muito, o risco de morte do paciente. Acontece que, em sua fase inicial, a leptospirose tem sintomas muito parecidos com os da dengue e -perceberam agora minha preocupação?- como há o surto desta doença, os médicos dos ambulatórios poderão ir pelo diagnóstico mais fácil e mais abundante, em vez de desconfiarem da causa real.
Faço o alerta porque este quadro que falei acima mostra como é urgente acabar com o surto de dengue, além de que se faça um trabalho alertando os médicos do perigo que a confusão pode gerar. A leptospirose é uma doença mais letal que a dengue e tem muita subnotificação porque acomete principalmente integrantes das classes de renda mais baixas, moradores da periferia e de locais sem saneamento básico.
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