Segundo as investigações, Mario Alexandre lidera um esquema de propina envolvendo licitações que contou com a participação de outros agentes públicos. O g1 não fez contato até a publicação desta reportagem
O
prefeito de Ilhéus (BA), Mario Alexandre é alvo de buscas em uma operação da
Polícia Federal que investiga supostos crimes de corrupção, desvio de recursos,
lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A Justiça Federal autorizou buscas
na casa e no gabinete de Mario Alexandre na prefeitura.
Também
foram autorizadas buscas contra Bento Lima (PSD), candidato a prefeito apoiado
por Mario Alexandre e ex-secretário de Gestão de Ilhéus, o ex-procurador-geral
do município, Jefferson Domingues Santos, outras duas pessoas e duas empresas.
A
operação foi batizada de Barganha. Os mandados são cumpridos em Ilhéus,
Itabuna, Vitória da Conquista, Salvador e Lauro de Freitas.
Durante
a operação, a Polícia Federal encontrou na casa de um dos empresários
investigados uma quantia superior a R$ 700 mil em espécie.
As
investigações se baseiam na delação premiada de um alvo de uma operação
anterior da PF, que investigou o desvio de dinheiro federal destinado ao
enfrentamento da Covid.
A
delação foi homologada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) com
participação do Ministério Público Federal (MPF).
Segundo
esse colaborador, o prefeito Mario Alexandre negociou o recebimento de propina
em um contrato de serviços de coleta de lixo fechado de forma irregular pela
Prefeitura de Ilhéus. O então procurador Jefferson Santos deu o parecer
favorável à contratação, apesar de indícios de irregularidades.
Pelo
acordo, o prefeito Mario Alexandre ficaria com metade do lucro obtido pela
empresa contratada.
A
negociação, segundo o colaborador, foi feita em reuniões realizadas na casa do
prefeito com representantes da empresa.
Ainda
segundo o colaborador, Bento Lima, que era secretário de Gestão à época,
resistia à contratação porque recebia propina da empresa que já prestava serviços
para a Prefeitura de Ilhéus.
Isso
causou um atraso na contração negociada por Mario Alexandre, que articulou,
então, que uma outra empresa dos investigados fosse contratada para prestar
serviços de terceirização de mão de obra na área da saúde.
Segundo
o colaborador, como propina por esse segundo contrato, os empresários custearam
parte do valor de um carro comprado para a mulher de Mario Alexandre. O
dinheiro, R$ 80 mil, veio de recursos federais usados para pagar o serviço de
terceirização de mão de obra.
A
compra do veículo foi confirmada por meio de informações do Departamento
Estadual de Trânsito (Detran-BA).
Para
conseguir o contrato de coleta de lixo, os empresários arcaram, ainda, com
outros gastos do prefeito, incluindo festas, segundo as investigações.
Esse
contrato foi investigado na Operação Anóxia, deflagrada em 2020 pela PF. À
época, porém, não havia indícios da participação do prefeito no esquema – o
fato só veio à tona, segundo os investigadores, após a colaboração premiada.
Candidato
de Mario Alexandre nas eleições 2024, Lima também era o responsável, segundo o
colaborador, por receber a propina destinada ao prefeito a partir dos recursos
destinados pela prefeitura para a manutenção de um hospital de campanha montado
durante a pandemia.
Para
os investigadores, Mario Alexandre é o chefe de uma organização criminosa
responsável por negociar propina com empresários em troca de contratos de
prestação de serviços; e Bento Lima é o braço-direito do prefeito nessas
negociações.
Os investigados responderão
pelos crimes de:
Frustação do caráter competitivo da licitação;
Fraude em licitação ou contrato;
Corrupção passiva;
Corrupção ativa;
Falsidade Ideológica; Organização criminosa e lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei 9.613/98).
Foi determinada a quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados.
Fonte
G1 BA
Postado por https://www.otabuleiro.com.br/blog/prefeito-de-ilh-us-e-aliado-que-disputa-elei-o-s-o-alvo-de-opera-o-da-pf
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