"A UE não se deixará intimidar, garantiu o presidente do Conselho Europeu sobre o ataque russo que atingiu a delegação da União Europeia em Kiev. Ursula von der Leyen pede o fim dos ataques russos.

Pelo menos 17 pessoas, incluindo quatro crianças, foram mortas na madrugada desta quinta-feira, 28 de agosto, em Kiev, na sequência de ataques russos com mísseis e drones, de acordo com as autoridades locais. "Mais um ataque massivo contra as nossas cidades e comunidades. Assassinatos novamente", condenou o presidente ucraniano, dando conta de dezenas de feridos.
"É crucial que o mundo responda com firmeza", defendeu Volodymyr Zelensky. Entre as vítimas mortais da ofensiva russa estão menores de 2, 14 e 17 anos, afirmou Tymur Tkachenko, chefe da administração municipal de Kiev.
Foram vários os edifícios atingidos na capital ucraniana, entre os quais o da delegação da União Europeia (UE), conforme denunciou o presidente do Conselho Europeu, António Costa.
O antigo primeiro-ministro português condenou a ação “deliberada” da Rússia numa “noite de ataques mortíferos” com mísseis russos a serem lançados contra civis e pessoal da delegação da UE.
"Horrorizado com mais uma noite de ataques mortíferos com mísseis russos na Ucrânia", escreveu Costa nas redes sociais.
O responsável máximo do Conselho Europeu garantiu: "A UE não se deixará intimidar. A agressão da Rússia só fortalece a nossa determinação em apoiar a Ucrânia e o seu povo".
A presidente da Comissão Europeia afirmou que os funcionários da delegação da UE em Kiev estão “em segurança” apesar dos “bombardeamentos implacáveis da Rússia” que atingiram o edifício da equipa comunitária em Kiev.
“Mais uma noite de bombardeamentos implacáveis da Rússia. [O ataque] atingiu infraestruturas civis e matou inocentes. Também atingiu a nossa delegação da UE em Kiev, [mas] o pessoal da nossa delegação está em segurança”, escreveu a líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X.
“A Rússia deve cessar imediatamente os seus ataques indiscriminados contra infraestruturas civis e participar nas negociações para uma paz justa e duradoura”, apelou ainda.
Von der Leyen. Ativos russos congelados vão ser usados para a defesa e reconstrução da Ucrânia
Mais tarde, Von der Leyen afirmou, de viva voz, estar "indignada" com o ataque russo, que atingiu a delegação da UE, acrescentando estar "aliviada" por nenhum dos funcionários ter ficado ferido.
"Este foi o ataque com drones e mísseis mais mortífero à capital desde julho", destacou, dando mais detalhes sobre o que aconteceu durante a madrugada junto à representação da UE. "O ataque da noite passada ocorreu nas imediações da missão diplomática, a representação da nossa união, com dois mísseis a atingirem a delegação a uma distância de 50 metros em 20 segundos", disse.
De acordo com Ursula von der Leyen, este ataque "mostra que o Kremlin não poupará esforços para aterrorizar a Ucrânia, matando cegamente civis, homens, mulheres e crianças, e até mesmo visando a União Europeia."
Nesse sentido, a UE quer manter a "máxima pressão sobre a Rússia", disse a líder da Comissão Europeia, que prometeu apresentar, "em breve", o "19º pacote de sanções severas e contundentes" do executivo comunitário.
Mas há mais. "Em paralelo, estamos a avançar no trabalho sobre os ativos russos congelados para contribuir para a defesa e reconstrução da Ucrânia. E, claro, estamos a garantir um apoio forte e inabalável à Ucrânia, nossa vizinha, parceira, amiga e futuro membro”, concluiu.
Nas redes sociais, a presidente do Parlamento Europeu condenou os ataques russos, referindo que "a equipa da delegação da União Europeia é a voz da UE no terreno na Ucrânia". "Na noite passada, os seus escritórios foram alvo de outro ataque russo indiscriminado durante esta agressão sem sentido", lamentou Roberta Metsola.
"Os meus pensamentos estão com toda a nossa equipa em Kiev e com o corajoso povo da Ucrânia que merece viver em paz", afirmou.
"A delegação da União Europeia (UE) foi severamente danificada pela onda de choque [provocada pelos bombardeamentos russos]. Esta é a verdadeira resposta de Moscovo aos esforços de paz", escreveu, também na rede social X, a embaixadora da UE na Ucrânia, Katarina Mathernova, embaixadora da UE na Ucrânia.
Para Zelensky, "estes mísseis e drones" russos são uma "resposta clara a todos no mundo que, há semanas e meses, têm vindo a apelar a um cessar-fogo e a uma diplomacia genuína".
"A Rússia escolhe a balística em vez da mesa das negociações. Opta por continuar a matar em vez de acabar com a guerra. E isso significa que a Rússia ainda não teme as consequências. A Rússia ainda se aproveita do facto de pelo menos parte do mundo fechar os olhos ao assassinato de crianças e procurar desculpas para Putin", considerou o presidente ucraniano nas redes sociais, onde partilhou um vídeo que mostra o rasto de destruição causado pela ofensiva russa.
Zelensky espera uma resposta do mundo e apela a "novas" e "duras" sanções contra a Rússia
Perante este ataque massivo contra a capital ucraniana, Zelensky espera "uma reação" de Pequim e de Budapeste "ao que está a acontecer". "A China tem apelado repetidamente à não expansão da guerra e a um cessar-fogo. No entanto, isso não está a acontecer por causa da Rússia. Esperamos uma reação da Hungria. A morte de crianças deve, sem dúvida, despertar emoções muito maiores do que qualquer outra coisa", afirmou.
"Esperamos uma resposta de todos no mundo que clamaram pela paz, mas agora, com mais frequência, permanecem em silêncio em vez de assumirem posições de princípio", referiu.
O presidente ucraniano voltou a apelar a "novas e duras sanções contra a Rússia por tudo o que está a fazer". "Todos os prazos já foram quebrados, dezenas de oportunidades de diplomacia arruinadas. A Rússia deve sentir-se responsável por cada ataque, por cada dia desta guerra", enfatizou Zelensky.
Portugal condena ataque "inqualificável". "É urgente que a Rússia pare a agressão", diz Montenegro
O Governo português condenou fortemente o ataque massivo russo considerando-o “inqualificável”.
Numa nota na rede social Facebook, o Ministério dos Negócios Estrangeiros condena o ataque que atingiu mais de 100 edifícios, incluindo a delegação da União Europeia (UE), em Kiev.
“Estamos ao lado da Ucrânia. A agressão russa que mina os esforços de paz e agora visa instalações diplomáticas é intolerável”, afirma o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O primeiro-ministro aproveitou as redes sociais para lamentar o "chocante e intolerável ataque russo à Ucrânia", manifestando "toda a solidariedade ao povo ucraniano e ao presidente Zelensky.
"Provocou dezenas de vítimas civis, mortos e feridos, espalhou destruição e intoleravelmente atingiu a delegação da UE. É urgente que a Rússia pare a agressão e respeite a integridade da Ucrânia", rematou.
"Noite terrível", diz autarca de Kiev
Pelo menos 20 locais em sete distritos de Kiev foram afetados. Quase 100 edifícios foram danificados, incluindo um centro comercial no centro da cidade, e milhares de janelas foram estilhaçadas.
Os ataques russos atingiram a parte central de Kiev, uma das poucas vezes em que os ataques russos atingiram o coração da capital ucraniana desde o início da invasão em larga escala em fevereiro de 2022.
As equipas de emergência continuam a procurar sobreviventes. Pelo menos 10 pessoas foram dadas como desaparecidas, de acordo com os serviços de emergências da Ucrânia.
A operadora ferroviária ucraniana, Ukrzaliznytsia, registou danos nas infraestruturas nas regiões de Vinnytsia e Kiev, causando atrasos e obrigando os comboios a utilizar rotas alternativas.
De acordo com o presidente da Câmara de Kiev, Vitaliy Klitschko, "instituições educacionais" e uma "infraestrutura de transporte" foram danificados.
"No centro da cidade, um centro comercial foi atingido. Prédios residenciais próximos [do local] foram danificados", informou.
"Uma noite terrível para Kiev", lamentou Klitschko, que durante a madrugada apelou à população para se manter nos abrigos.
Bruxelas convoca diplomata russo para exigir explicações
A União Europeia (UE) convocou esta quinta-feira o enviado especial da Rússia para o bloco comunitário para exigir explicações sobre o bombardeamento em Kiev, durante a madrugada, que atingiu as instalações da missão europeia no país.
“Uma missão diplomática jamais deve ser um alvo. Em resposta [ao bombardeamento] chamámos o enviado russo para Bruxelas”, escreveu a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, nas redes sociais.
Fonte: Diário de Noticias https://www.dn.pt/
https://www.dn.pt/internacional/ataque-massivo-atinge-kiev-e-faz-10-mortos-delega%C3%A7%C3%A3o-da-ue-atingida-com-costa-a-condenar-a%C3%A7%C3%A3o-deliberada
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