Um dos principais pólos turísticos da Bahia e do Brasil celebra 278 anos de emancipação nesta terça-feira (26). Itacaré comemora seu aniversário com atividades religiosas e esportivas, além de shows musicais. “A história do nosso município é marcada por muitas lutas, desde a época da colonização portuguesa até ganhar fama mundial através do turismo. O nosso povo tem muitas vitórias para festejar”, disse o prefeito Antônio de Anízio.
A população itacareense será convocada a celebrar o aniversário da cidade a partir das 5 horas, com alvorada de fogos e apresentação da Filarmônica São Miguel. Os presentes poderão degustar o mingau tradicional, que será servido gratuitamente. Às 7 horas, serão oferecidas aulas de ginástica ao ar livre, com participação do Clube da Melhor Idade Alegria de Viver.
Muitas brincadeiras para a criançada e competições organizadas pela Secretaria de Esporte, Juventude e Cultura começam às 8 horas. Estão previstos torneios de futebol e vôlei, campeonato de canoagem, demonstrações de judô e jiu-jitsu. Às 8 horas, ainda haverá o oferecimento de serviços gratuitos de saúde e beleza, através da segunda edição do Governo Itinerante. Será montada uma praça de alimentação para venda de comidas típicas produzidas pela Associação de Mulheres do Porto de Trás.
A comunidade católica participa de missa solene em ação de graças pelo dia da cidade, na igreja matriz de São Miguel, monumento histórico erguido pela Ordem dos Jesuítas em 1723. A celebração religiosa começa às 10 horas e será presidida pelo Padre Eliseu.
A partir das 15 horas, começam aos eventos culturais com apresentação da Fanfarra de Itacaré, campeã invicta do Campeonato Baiano de Fanfarras de 2009. O público também poderá apreciar algumas manifestações culturais típicas de Itacaré, como a volta da jiboia, bicho caçador, samba de roda e capoeira. Os shows musicais começam às 17 horas, com as bandas Misturaê, Sistema Light, O Trukke e Papirô. O trio elétrico Armandinho, Dodô e Osmar completa a animação da festa.
De vila a destino turístico internacional
Séculos antes de se transformar em um dos principais destinos turísticos internacionais, Itacaré foi uma aldeia indígena, que vivia da caça, pesca e agricultura de subsistência. A partir da primeira metade do século XVI, chegaram os primeiros portugueses e membros da Ordem dos Jesuítas. Durante o período de colonização, houve diversos ataques de índios das tribos gueréns e tupiniquins. Na época, a pequena vila foi batizada de São Miguel da Barra do Rio de Contas.
O povoado veio a se tornar município em 1732, graças a Condessa do Resende, Dona Maria Athaíde e Castro, donatária da capitania de Ilhéus. No século XVI, foi introduzida a cultura do cacau, transformando Itacaré em uma das grandes responsáveis pela produção regional. Itacaré apenas foi chamada pelo atual nome em 1931. Segundo pesquisa junto à Biblioteca Central da Universidade Federal da Bahia a palavra seria formada por: “itacá” (rio ruidoso) e “ré” (diferente), cuja junção pode ser traduzida como “rio de ruído diferente”.
Com o assoreamento do porto nos anos de 1940, a cidade ficou isolada, voltando a ser descoberta em 1998, com a abertura da Estrada Parque. Hoje, o município que encanta visitantes de todas as partes do mundo, com suas praias paradisíacas e grande parte da Mata Atlântica preservada, possui mais uma via de acesso. Em novembro do ano passado, o governo estadual inaugurou a ponte sobre o Rio de Contas, conexão com a Costa do Dendê que diminui consideravelmente a distância entre Itacaré e Salvador.
