Alexandre Padilha disse que evolução dos pacientes é prioridade.
Nenhum óbito foi hospitalar foi registrado desde a tragédia.
Alexandre Padilha concedeu entrevista coletiva no RS
(Foto: Reprodução/RBS TV)
(Foto: Reprodução/RBS TV)
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou no começo da manhã
desta terça-feira (29) que 118 vitimas do incêndio que atingiu a boate
Kiss durante uma festa universitária, em Santa Maria,
seguem internadas em hospitais da cidade e também em Porto Alegre.
Destes, 75 estão com estado de saúde considerado mais critico, com risco
iminente de morte. O incêndio na boate Kiss deixou 231 jovens mortos.
"A nossa maior preocupação agora são com estes 75 pacientes que estão
em situação crítica e que podem evoluir para óbito", disse o ministro.
Das pessoas que estão com estado de saúde considerado critico, cerca de
20 são devido a queimaduras sofridas durante o incêndio. A maioria dos
pacientes que se encontra nesta situação já foi transferida para
hospitais de referência em Porto Alegre. Um segue em Santa Maria a
pedido a família.
Embora o número de pacientes em situação crítica de saúde se mantenha
em 75, nenhuma morte foi registrada nas últimas horas. "Estamos
completando 54 horas sem nenhum óbito hospitalar", disse o ministro.
O número de pacientes internados em Santa Maria reduziu nas ultimas
horas, segundo Padilha. No final da tarde de segunda-feira (28) era de
83 e caiu para 65 nesta terça (29). Alguns tiveram alta e outros foram
transferidos para Porto Alegre. "Foram 12 transferências realizadas ao
longo do dia. Nesta manhã, estamos avaliando a possibilidade de novas
transferências", disse.
Ao todo, mais de 50 profissionais estão trabalhando de forma integrada
com a forca-tarefa do SUS que coordena os trabalhos de auxilio às
vitimas. De acordo com o Alexandre Padilha, eles seguirão dando apoio
também aos familiares das vítimas que perderam a vida na tragédia.
O alerta para que as pessoas que estiveram na boate Kiss, que pegou
fogo durante uma festa universitária no domingo (27), segue mantido.
Quem apresentar sintomas como tosse e falta de ar e devem procurar
o serviço medico imediatamente. Segundo o ministro, há risco que essas
pessoas desenvolvam a chama pneumonite tóxica. "Ontem à noite tivemos um
caso de paciente que estava em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e
piorou. Ele agora esta em ventilação mecânica", acrescentou.
Incêndio e prisões
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo (27), durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico.
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo (27), durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico.
Segundo relatos de testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido
como "sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da
boate, dando início ao fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em
poucos minutos.
Quatro foram presos nesta segunda-feira após a tragédia: o dono da
boate, Elissandro Calegaro Spohr, o sócio, Mauro Hofffmann, e dois
integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que fazia um show
pirotécnico que teria dado início ao incêndio, segundo informações do
delegado Sandro Meinerz, responsável pelo caso.
Em depoimento, Spohr afirmou à Polícia Civil que sabia que o alvará de
funcionamento estava vencido, mas que já havia pedido a renovação.
O advogado Mario Cipriani, que representa Mauro Hoffmann, afirmou que o cliente "não participava da administração da Kiss".
Na manhã desta segunda, outros dois integrantes da banda falaram sobre a
tragédia. "Da minha parte, eu parei de tocar", disse o guitarrista
Rodrigo Lemos Martins, de 32 anos.
Por meio dos seus advogados, a boate Kiss se pronunciou sobre a tragédia, classificando como "uma "fatalidade".
A presidente Dilma Rousseff visitou Santa Maria no domingo e decretou luto oficial de três dias.
O comandante do Corpo de Bombeiros da região central do Rio Grande do Sul, tenente-coronel Moisés da Silva Fuch, disse que o alvará de funcionamento da boate estava vencido desde agosto do ano passado.
O comandante do Corpo de Bombeiros da região central do Rio Grande do Sul, tenente-coronel Moisés da Silva Fuch, disse que o alvará de funcionamento da boate estava vencido desde agosto do ano passado.
Fonte: G1.com.br
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