Sem
nenhum cargo público, a ex-prefeita de Salvador Beth Wagner foi expulsa
no final de janeiro do PV, partido que historicamente ocupa na política
baiana. O motivo, segundo ela, foi “infidelidade partidária”, ainda que
ela não tenha ido a nenhum lugar nos últimos anos e também seja
defensora das premissas históricas do partido.
Segundo
ela, talvez esta defesa ferrenha tenha sido exatamente a “infidelidade”
que a fez ser expulsa pelo PV. O partido, segundo ela, vive uma crise
estadual e nacional que o faz abrir mão de seus ideais históricos e
referências pessoais, o que tem feito muitos verdes antigos deixarem a
legenda. No caso dela, a não-adesão ao apoio ao prefeito ACM neto na
época das Eleições foi a gota d’água.
Beth
Wagner alega que não poderia aderir ao plano de Neto para governar a
cidade porque, em sua biografia política, há graves atitudes que
contribuíram para a criação de medida anti-ambientais e contra as ações
de reparação racial. A ex-vice-prefeita cita a articulação do então
deputado federal para a criação do novo Código Florestal e o voto da
bancada oposicionista na Câmara contra a criação d apolítica de cotas.
“Biografia
a gente não inventa, a gente constrói. E ele foi um dos principais
articuladores do código da motosserra. Além disto, tem a questão das
cotas. O PV, em seu Estatuto, tem uma política de igualdade racial. E
ACM Neto também foi contra as cotas. Então eu é que sou a incoerente?
Também não vou virar neocarlista a esta altura da minha vida. Eu não sou
uma oportunista eleitoral, como muitos são”, disparou.
Beth
confirmou que apresentou uma defesa por escrito no processo de
expulsão, mas que uma reunião para debater diretamente com a direção o
seu processo foi marcada em uma data que coincidiu com uma viagem para
fora do estado, de maneira que a ex-vice não compareceu ao encontro. Ela
não acredita que este fato tenha acelerado a expulsão e disse que seria
posta para fora do partido de qualquer maneira devido ao seu estado de
discordância com os verdes atuais.
Ela
contou ao Bocão News que atualmente tem analisado opções partidárias
para se manter em um debate político, mas que não tem, por enquanto,
pretensões políticas. “Gosto de ter um ambiente onde eu possa debater
política. Não sou daquelas pessoas que diz ‘eu vou me filiar a um
partido para concorrer a um cargo’. Fiquei anos sem me candidatar,
porque acho que a política não é uma profissão. Estou examinando as
opções e não pretendo colocar o carro à frente dos bois”.
Novo partido de Marina ou PSB podem ser destino de Beth Wagner
Oficialmente
sem partido, a ex-vice-prefeita de Salvador Beth Wagner analisa opções
de filiação a legendas e confirma que ao menos duas possibilidades
passam pela sua cabeça atualmente. A primeira é ingressar nas fileiras
do PSB de Lídice da Mata. A outra é aderir ao novo partido que a
ex-senadora Marina Silva está construído.
A
possibilidade de aderir ao bloco socialista tem uma motivação
sentimental histórica para Beth. Nos anos 90, ela foi a vice de Lídice,
que também foi a primeira prefeita de Salvador. A “Chapa do batom”
venceu na cidade, mas sofreu para governar, o que não abalou a amizade
entre as duas. “Está é sim uma possibilidade, eu cogito (entrar para o
PSB)”, confirma.
Porém,
há mais probabilidade que Beth entre para o grupo atualmente chamado de
“Rede Sustentabilidade”, idealizado por Marina Silva. O partido tem até
uma comissão estadual, que tenta viabilizar 50 mil assinaturas para
contribuir com a criação definitiva do partido. Assim como ela própria,
Marina também veio de um processo de saída do PV devido a discordâncias
com a atual forma de condução verde.
Por: Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves) no Bocão News
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