Proposta que extinguiu a ajuda de custo será promulgada pelo Congresso.
Câmara e Senado devem economizar ao menos R$ 30,1 milhões por ano.
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (27), em votação
simbólica, o projeto que determina o fim dos 14º e 15º salários pagos
todos os anos a senadores e deputados federais.
A proposta, de autoria da senadora licenciada Gleisi
Hoffman (PT-PR), atual ministra-chefe da Casa Civil, será encaminhada
para promulgação pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros
(PMDB-AL).
"É o cumprimento cívico do dever desta Casa. Foi um momento que passou.
Essa Casa, por unanimidade, portanto, encerrou esse episódio e virou
essa página", comentou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), ao final da votação que extinguiu a ajuda de custo.
O vencimento mensal dos congressistas, sem contar benefícios como plano
de saúde, passagens áreas e cota para gastos de gabinete (que cobre
telefone, correspondências, transporte e outros itens), é de R$
26.723,13. Somados, os dois subsídios adicionais acresciam R$ 53.446,26
aos contracheques dos parlamentares.
A medida deve gerar uma economia anual de, pelo menos, R$ 30,1 milhões
para o parlamento, considerando-se o que foi gasto pelas duas casas com
esses benefícios em 2012. No último ano, a Câmara destinou R$
26.215.390,53 para custear os 14º e 15º salários dos deputados, enquanto
que o Senado desembolsou R$ 3.901.576,98.
No primeiro pagamento de 2012, realizado em fevereiro, a despesa da
Câmara somou R$ 13.602.073,17. Apenas quatro dos 513 parlamentares da
Casa não quiseram embolsar o auxílio.
Já em dezembro, quando ocorreu a quitação da ajuda de custo final de
2012, 41 deputados deixaram de receber, voluntariamente, o benefício. O
15º salário do ano passado custou R$ 12.613.317,36 aos cofres da Câmara.
Por fim, no início deste mês, a Casa pagou R$ 12.960.718,05 para bancar
o 14º salário de deputados. Desta vez, 485 parlamentares tiveram os
contracheques engrossados com o auxílio.
Com as novas regras, os 513 deputados federais e 81 senadores passarão a
receber contribuições financeiras equivalentes ao valor do vencimento
mensal somente no início e no fim do mandato. As duas casas legislativas
continuarão a pagar duas ajudas de custo para auxiliar nas despesas de
transferência dos parlamentares: uma quando eles se mudam para a capital
federal e outra no momento em que retornam para suas bases eleitorais.
‘Urgência urgentíssima’
O acordo que permitiu a votação da matéria em caráter de “urgência urgentíssima” foi costurado nesta terça (26) pelo presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em reunião com os líderes da Casa.
O acordo que permitiu a votação da matéria em caráter de “urgência urgentíssima” foi costurado nesta terça (26) pelo presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em reunião com os líderes da Casa.
Todos os partidos subscreveram o pedido que garantiu agilidade na
votação do texto. Com esse carimbo, o projeto ficou dispensado de
tramitar na Comissão de Finanças e Tributação e na de Constituição e
Justiça (CCJ).
A proposta que determina o fim do salário extra pago a deputados e
senadores com a justificativa de ajudar nas despesas de transferência
para Brasília estava parada na Comissão de Finanças da Câmara desde que o
Senado a aprovou, em maio do ano passado.
O presidente da Câmara afirmou nesta terça (26) que não está em
discussão no Legislativo nenhuma medida para compensar financeiramente a
extinção da ajuda de custo aos congressistas.
“Não [há chance de a Câmara criar compensações para o fim do 14º e do
15º]. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”, respondeu
Henrique Alves ao ser indagado sobre o tema.
Longas negociações
O texto que extinguiu a ajuda de custo dos parlamentares já havia recebido parecer favorável pela aprovação por parte do relator da Comissão de Finanças, deputado Afonso Florence (PT-BA), porém, ainda não havia sido votado na comissão.
O texto que extinguiu a ajuda de custo dos parlamentares já havia recebido parecer favorável pela aprovação por parte do relator da Comissão de Finanças, deputado Afonso Florence (PT-BA), porém, ainda não havia sido votado na comissão.
Se tivesse de seguir o trâmite normal do Legislativo, após o relatório
de Florence ser apreciado pelos integrantes da comissão, o projeto ainda
teria de ser submetido à análise da CCJ. O rito não tinha prazo para
ser concluído.
No entanto, o aval dos líderes à necessidade de urgência representou um
atalho, levando a matéria diretamente para votação em plenário.
Como foi aprovado pelos deputados sem sofrer alterações, o projeto
segue direto para promulgação pelo presidente do Congresso. Não há
previsão de quando o ato será concluído pelo senador Renan Calheiros
(PMDB-AL).
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