O presente texto retrata relatos de jovens universitários moradores de
um distrito da cidade de Ilhéus –BA, que em suas histórias de vida trazem
expectativas de tentar reconstruir uma história diferente para a comunidade ao
qual vivem. Trazem no contexto das suas histórias sonhos simples e gritantes,
pois saber que é ilheense e só conhecer a mesma por imagens TV e contos dos seus familiares.
Onde esses contribuíram para história dessa cidade, que socialmente se
veem excluídos da vida da sua sede, da sua identidade municipal, por não
existir relações diretas entre seu distrito e sede, justificável pela falta de
uma condução coletiva direta, alegada por eles a não existência de um
transporte que faça o elo entre Ilhéus e seu distrito. E que hoje por sua
distância e inviabilidade econômica, passa a se reportar a outras cidades
vizinhas como acesso principal.
O que se pode esperar desses ilheenses, que tem seus nascimentos no
campo, distante quase 100 km da sede, que tem como realização de desejos, nada
como não ser médico, ou bombeiro, conhecer a Disney ou quem sabe assistir ao
vivo o clássico Flamengo e Vasco, como fazia os jovens de ontem, esses
ilheenses , tem como um de seus vários desejos,
conhecer, quem sabe um dia, o prazer de desfrutar das lindas praias, que até
então muitos só conhecem através das notícias publicitadas nos canais
parabólicas ou internet fixa, pelo celular nem pensar, quanto a esses,
operadora alguma foi discutida a possibilidade de ficar sem a licença de uso de
sinal caso não fizesse parte do pacote desses, senão lá teria esse benefício
mundial.
É sabido que
no cenário da política as eleições estão
chegando e os jovens gostariam de votar
em um conjunto político voltado para o desenvolvimento dos distritos, acessibilidade,
transporte digno, estradas em perfeito estado 365 dias do ano, distritos
compartilhando seus ICMS dentro do perímetro ilheense, com seus filhos
domiciliados eleitoralmente em Ilhéus, pois conscientemente a esses lhes
caberiam o direito a saúde, educação, assistencialismo, desenvolvimento
econômico e transporte para o ir e vir garantido na carta magna, além do
direito de ir à praia aos domingos e feriados num transporte com
preço popular ou quem sabe gratuito.
Esse distrito na década econômica do fruto de ouro (cacau) somou na
história de Ilhéus , hoje se encontra aposentada dessa, mais seus filhos vivem,
e estão atentos a projetos como o “Escola sem Partido” que a eles pouco trazem
ou nunca traz nada de necessário a sua emancipação social, e como discente do
curso de Ciências Sociais percebo e
trago uma reflexão e aprendizagem na obrigação de externar a quem interessa
possa, o sonho desses jovens ilheenses
que vive a 100 km de distância da sede, que tinha como desejo conhecer a praia
de Ilhéus, que não se transforme no “mito da caverna” que, possa servir para
que outros saiam da caverna, e quem sabe dia 02 de outubro e utilize sabiamente seu poder do voto por um elo
entre o distrito e a sede.
A
escola é um dos lugares onde devemos construir os
debates, discussões, onde se origina a formação cultural, filosófica e
sociológica do indivíduo, é lá que se confronta as ideias e aperfeiçoam as
estruturas filosóficas do pensamento humano. ’ Não podemos aceitar um projeto
de lei que cerceia a liberdade de pensamento e contribui para criar indivíduos
acríticos e alheios ao pensamento”. Soraya Smaili.
Assim para o indivíduo esse conhecimento é a
somatória de costumes, tradições e valores, é um jeito próprio de ser, estar e
sentir o mundo, ora, “SER” é também pertencer, a tal lugar, a crença qualquer,
fazer parte de algum grupo, seja família, amigos ou a um povo. Tentar fazer e ser
a escola uma ferramenta instrucional fundamental a identificação pessoal e
social, que norteia e integra indivíduos e gerações, termômetro terapêutico que
desperta os recursos internos do indivíduo, fomentando sua interação com o grupo
social, a proporção que esse indivíduo se realiza e desenvolve suas
possibilidades.
O titulo "Água Podre" era o nome dado a um córrego que passava próximo dessa comunidade, que hoje já não existe mais.
O titulo "Água Podre" era o nome dado a um córrego que passava próximo dessa comunidade, que hoje já não existe mais.
Roberto de
Jesus
É discente de
Ciências Sociais/UESC
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