quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Haddad: Data do novo Enem será anunciada na próxima semana

Agencia da Câmara

As falhas ocorridas na primeira fase do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) - inversão dos cabeçalhos de provas e erro de montagem de quase 2 mil provas amarelas, que tiveram questões repetidas ou faltando - não vão atrasar o cronograma de divulgação dos resultados do teste. De acordo com ministro da Educação, Fernando Haddad, as novas provas serão aplicadas ainda em dezembro aos candidatos prejudicados nos testes realizados nos últimos dias 6 e 7.
Marcelo Brandt
Haddad: não haverá prejuízo ao uso da nota da prova pelas instituições de ensino superior.
Haddad afirmou nesta quarta-feira, durante audiência Pública na Comissão de Educação e Cultura, que a data deve ser anunciada até a próxima semana, assim que for concluída a avaliação da quantidade de exames que serão reaplicados. Segundo o ministro, será preciso identificar caso a caso os alunos que foram prejudicados por erros gráficos, estimados em 0,1% do total de inscritos no exame (cerca de 3,5 milhões).
O ministro garantiu que não haverá prejuízo ao uso da nota da prova pelas instituições de ensino superior. Segundo ele, a capacidade de correção das provas é de 100 mil unidades por dia. "Se houvesse mais dez mil provas para processar, a correção seria em horas", destacou.
Perguntas dos leitores
O debate com Haddad inaugurou o serviço da Agência Câmara de Notícias de envio de perguntas, pelos cidadãos interessados no tema, a convidados de audiências públicas realizadas pelas comissões da Casa. As 44 perguntas sobre o Enem, recebidas por e-mail, foram distribuídas aos parlamentares da comissão para que escolhessem as que reportariam ao ministro. Os deputados Maria do Rosário (PT-RS), Lobbe Neto (PSDB-SP), Jorginho Maluly (DEM-SP) e Gastão Vieira (PMDB-MA) foram alguns dos que fizeram perguntas enviadas pelo público.

Problemas pontuais
Haddad informou que os novos exames serão aplicados pelas mesmas empresas organizadoras (Cespe/UnB e Fundação Cesgranrio) e sem custo adicional.
O ministro classificou os problemas enfrentados como "tópicos" e disse que ocorreram em razão do grande alcance do exame. “Esta não é a primeira vez em que será preciso reaplicar o exame para casos específicos. Não me lembro de uma edição do Enem na qual não tenha havido alguma ocorrência dessa natureza", afirmou, ressaltando que em uma prova com tantos candidatos é normal haver algum tipo de erro, humano ou mecânico.
Haddad contou que, no ano passado, houve enchentes no Espírito Santo e uma quantidade maior de alunos não pode fazer o Enem na data certa. Uma nova prova foi feita para esses estudantes. Mesmo assim, o ministro explicou que não está minimizando o problema. "Se afetasse um aluno, o problema seria, para o Ministério da Educação, o mesmo de afetar 2 mil ou 10 mil. O problema continua sendo da mesma natureza, que é assegurar o direito individual. Então a questão númerica não é central porque nós vamos, apurados os fatos, reaplicar a prova", comentou.
Isonomia entre os alunos
Haddad reafirmou ser possível aplicar uma segunda prova sem ferir a isonomia, porque em 2008 o Enem foi reformulado para permitir que as provas fossem comparáveis entre si em relação ao grau de dificuldade. O método, denominado Teoria de Resposta ao Item (TRI) é, segundo o ministro, usado em vários testes internacionais, como Pisa, Toefl e na própria Prova Brasil. "Até 2008, caso houvesse necessidade de aplicar novas provas, não havia como negar a diferença entre elas e isso geraria problemas jurídicos", argumentou.

Reportagem - Rachel Librelon e Silvia Mugnatto
Edição - Patricia Roedel

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