segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Idosos viram alvo preferenciais de estelionatários

Postado por O DIA on line

Golpistas negociam até apartamento que não estava à venda. Maioria dos casos é de saques indevidos nas contas das vítimas

POR MARIA MAZZEI
Rio - Todos os dias, no Rio, idosos caem em golpes de estelionatários: na rua, pelo telefone, em bancos... Embora a Polícia Civil não tenha uma estatística que classifique as vítimas desse tipo de crime por faixa etária, as delegacias possuem centenas de registros que comprovam que a terceira idade é o alvo preferido dos golpistas. Há casos em que o prejuízos causados pelos estelionatários são milionários: uma vítima localizada por O DIA, por exemplo, foi lesada em R$ 200 mil ao pagar por um apartamento que não estava vendido.
Segundo policiais, as vítimas escolhidas pelos criminosos costumam seguir um padrão. De aparência frágil e ingênua, pessoas acima de 60 anos estão mais vulneráveis a cair na conversa de um estranho, geralmente com bom vocabulário e simpático, capaz de cativar o idoso, muitas vezes carente de atenção.
Foto: Arte / O Dia
Foto: Arte/ O Dia
“A prática campeã é de saque indevido. Todo dia isso acontece aqui. Muitas vezes o golpista se aproxima oferecendo ajuda ao idoso que está, por exemplo, com dificuldade para operar o caixa eletrônico. Na verdade, a intenção é obter os dados bancários ou clonar o cartão”, diz o delegado Alexandre Herdy, da 19ª DP (Tijuca).
Os golpes mais comuns contra idosos são aqueles em que os estelionatários induzem a vítima a erro para obter vantagens financeiras. A preocupação da polícia é com o crescimento dos estelionatos em que as vítimas são pensionistas ou aposentados de órgãos públicos. Os mais visados são os federais.

VERGONHA DE PRESTAR QUEIXA

Muitos estelionatários têm acesso a bancos de dados da Previdência Social, sindicatos e associações. Eles se passam por funcionário da entidade, ligam para a vítima e fazem tudo parecer como um procedimento convencional. O idoso fornece as informações, e o golpista explica que ele tem, por exemplo, um seguro não existente a receber. Porém, o falsário queria apenas os números da conta e a senha da vítima.

“O idoso só percebe o golpe quando o estelionatário some e deixa o prejuízo”, afirma o delegado Antenor Martins Júnior, da 12ª DP (Copacabana), um dos bairros com maior concentração de idosos do País. Segundo ele, muitos têm vergonha de registrar a queixa.

Anúncio por valor abaixo do mercado: a isca

O anúncio no jornal de apartamento à venda em Copacabana foi o chamariz para a aposentada R., de 68 anos. Com valor bem abaixo do mercado, ela animou-se com a chance de sair do aluguel. Só no dia da mudança percebeu o golpe.

Ela e o marido pagaram R$ 200 mil à vista por um apartamento de três quartos na Rua Figueiredo Magalhães, mas o imóvel, na verdade, não havia sido vendido pelo verdadeiro dono. Eles caíram no golpe aplicado por um casal de falsários, que se passou como proprietário do apartamento.

Segundo a polícia, R. já é a terceira vítima no bairro da mesma quadrilha de estelionatários. O bando aluga o imóvel, sempre usando documentos falsos, para depois ‘vendê-lo’. Como forjam documentos usando os nomes dos verdadeiros proprietários, a polícia ainda não conseguiu identificá-los.

A única pista são as imagens do circuito de segurança de um cartório que flagrou o casal de golpistas. Quem tiver informações sobre os dois pode entrar em contato com a 12ª DP pelo 2332-7914.O anúncio no jornal de apartamento à venda em Copacabana foi o chamariz para a aposentada R., de 68 anos. Com valor bem abaixo do mercado, ela animou-se com a chance de sair do aluguel. Só no dia da mudança percebeu o golpe.

Ela e o marido pagaram R$ 200 mil à vista por um apartamento de três quartos na Rua Figueiredo Magalhães, mas o imóvel, na verdade, não havia sido vendido pelo verdadeiro dono. Eles caíram no golpe aplicado por um casal de falsários, que se passou como proprietário do apartamento.

Segundo a polícia, R. já é a terceira vítima no bairro da mesma quadrilha de estelionatários. O bando aluga o imóvel, sempre usando documentos falsos, para depois ‘vendê-lo’. Como forjam documentos usando os nomes dos verdadeiros proprietários, a polícia ainda não conseguiu identificá-los.  A única pista são as imagens do circuito de segurança de um cartório que flagrou o casal de golpistas. Quem tiver informações sobre os dois pode entrar em contato com a 12ª DP pelo 2332-7914.

Professor aposentado acabou lesado por um defensor público fajuto

Engana-se quem pensa que quem cai nos golpes são apenas pessoas humildes. Para obter quantias altas, os estelionatários estudam os alvos, levantando o maior número de dados possíveis sobre a vítima em potencial. O professor de Química aposentado H.,79 anos, foi vítima de golpe.

Por mais de 30 anos, ele contribuiu para um fundo de aposentadoria de militares. Quando a entidade faliu, deixou de depositar as parcelas. Há seis meses, recebeu ligação de um suposto defensor público. Na conversa, o golpista, que tinha seus números de documentos, informou que H. tinha direito a receber R$ 310 mil referentes ao pecúlio da caixa de aposentadoria.

O farsante explicou que H. deveria depositar R$ 5 mil numa conta para custear o ‘processo de liberação do dinheiro’. Em seguida, deixou um telefone para H. ligar em caso de dúvida. Dias depois o estelionatário exigiu mais R$ 10 mil para pagar advogados. A vítima só percebeu a farsa quando já havia depositado R$ 32 mil.

Vítimas de ‘prêmio’ na Tijuca

Apesar de o golpe do bilhete premiado ser antigo, ele continua fazendo vítimas, principalmente entre idosas. Nos bairros da Tijuca, Vila Isabel e Grajaú, pelas descrições das vítimas, a mesma quadrilha já enganou cerca de dez senhoras em dois anos.

Semana passada, a 19ª DP prendeu em flagrante um dos estelionatários do bando. Os outros fugiram levando R$ 20 mil da vítima. No entanto, o prejuízo poderia ter sido maior. Quando os policiais chegaram, D.,78 anos, tentava sacar mais R$ 20 mil em troca do suposto bilhete premiado. Já M., 82 anos, só percebeu que havia caído em um golpe depois de entregar todo o dinheiro que tinha na conta, R$ 30 mil.

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