terça-feira, 16 de abril de 2013

Alagoas tem carência de 3,4 mil professores


Agência Estado
Na recepção do gabinete do secretário de Educação de Alagoas, Adriano Soares da Costa, um painel na parede anuncia a missão do órgão: "garantir a universalização do acesso à Educação de qualidade, a permanência do aluno na escola e o fortalecimento do sistema estadual de educação, de acordo com as políticas nacionais e estaduais".

A pouco mais de 10 metros dali, na Escola Estadual Maria José Loureiro, a realidade é outra. Com 1.050 alunos, a unidade funciona pela manhã e à tarde. "O turno da noite foi extinto em 2010 por causa da evasão escolar", conta a diretora, Juliana Ferreira de Amorim, Um dos motivos para o sumiço dos alunos, segundo ela, foi a violência. "A gente tem uma série de dificuldades, que vai da baixa renda das famílias à falta comprometimento de alguns professores", aponta.

Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas, Maria Consuelo Correia, a carência de professores é o maior problema da rede pública estadual. Sem concurso desde 2005, o Estado convive com uma carência de pelo menos 3,4 mil profissionais, segundo o sindicato. "Somente de 2010 para cá, 3 mil professores se aposentaram", diz ela.

Há pelo menos um ano o governo anuncia a realização de concurso público. Para tentar minimizar o problema, a opção foi contratar cerca de 600 monitores de ensino - 232 deles convocados no dia 10 - que se juntarão aos cerca de 7,7 mil professores da rede estadual. "O problema é que a maioria ainda é muito verde, não tem experiência ou está ainda cursando a faculdade", reclama Juliana. Apenas na escola que ela dirige, 15 dos 40 professores são monitores.

A situação acaba resvalando nos estudantes. Johnny Robert Tavares de Souza tem 18 anos e ainda cursa o 8.º ano, depois de ser reprovado seis vezes. Ele acha que os professores deveriam incentivar mais os alunos na sala de aula. "Nem todos sabem despertar o interesse da gente."

Ademir Oliveira, técnico da Secretaria de Educação, admite que o trabalho de monitores no lugar de docentes prejudica o ensino, pois a formação é precária e a rotatividade, alta. "Com o concurso, que será até o meio do ano, ações pedagógicas e reforma de prédios esperamos dar o salto que Alagoas deve à população. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Postado no Atarde on Line

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