A palavra ética, muito usual nos dias
atuais está se esvaindo e cedendo lugar a trasgos de baixarias, palavras de
duplo sentido, procedimentos indignos, ou pérfidos, sórdidos e situações
decorrentes de radialistas que esqueceram que o rádio foi programado para
educar e não deseducar.
Por incrível que pareça a pornografia
tornou-se banal no meio radiofônico de Fortaleza. O rádio deve ter uma linha de
ação norteadora a todos os que têm compromisso com o microfone. Não só o
repórter, redator, mas, principalmente o locutor, deve mensurar o que vai expor
aos seus ouvintes.
O radialista, seja qual for o seu campo de
atuação, tem o dever de cultivar a precisão, a clareza, a objetividade, a
seriedade. O que menos se vê em alguns programas de rádio aqui em Fortaleza é a
seriedade, e quando se reclama, eles afirmam que o povão gosta.
O jornalista Armando Figueiredo diz que o
radialista tem que ter plena noção de que milhões de brasileiros, nas áreas
urbanas e rurais, dependem da massa de informações que lhes proporciona o rádio
e que tão profundamente influi na sua formação, para criar juízos próprios e,
assim, assumir e manter cidadania (qualidade ou estado de cidadão).
Mais do que uma bela voz o locutor tem que
exercer a cidadania com ética e educação e esquecer os palavrões e as histórias
de mau gosto e a banalização da pornografia. Fortaleza possui uma Associação de
Ouvintes de Rádio (Aouvir), exercendo um papel preponderante na qualificação
dos grandes programas e na escolha dos bons profissionais do rádio. Aqueles
radialistas que se destacam são premiados com um diploma em sessão solene, na
casa de Juvenal Galeno. É uma instituição séria composta por pessoas de boa
índole, não remunerados, visto que trabalham com amor e dedicação, e com
objetivo precípuo de obtermos um rádio de qualidade.
O poder de agressão não faz o gênero do
radialista. Recentemente a Associação foi surpreendida por um festival de
impropérios desferido por um radialista que trabalha na maior rede de
radiodifusão do Ceará. Intrigou-nos o motivo de tais agressões, pois nosso
grupo não procura fazer caçada às bruxas nem tem o intuito de perseguição, pelo
contrário, nosso objetivo primordial é fazer e colaborar para que tenhamos um
rádio de qualidade com profissionais competentes e que se destaquem fora da
terrinha.
A informação sem preconceitos e sem
ridicularização deve servir e interagir com respaldos jornalísticos no processo
de comunicação. Os radialistas despreparados, entretanto estão chegando a
limites insuportáveis, pois a bestialidade está se tornando tão banal que
compromete não só a classe profissional como o próprio rádio na sua condição de
meio de comunicação social.
Caríssimos senhores torcemos por um rádio
de qualidade e queremos ver o progresso dos nossos meios de comunicação, mas do
jeito que está à tendência é o declínio moral do rádio cearense. Deixamos a
missão de moralização do rádio para os grandes radialistas que temos e pelo
andar da carruagem iremos chegar à conclusão de que a comunicação radiofônica
estacionou e os profissionais do passado faziam um rádio com mais amor e
seriedade. A conotação de vendas de horários em estações de rádios vem
interferindo negativamente na programação radiofônica. (http://www.carosouvintes.org.br).
E, em Ilhéus e Itabuna, como estamos? Temos
sidos éticos e profissionais?
Elias é Presidente do
Sindicato dos Radialistas de Ilhéus e discente do curso de direito da Faculdade
de Ilhéus.
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