Foto: Epitácio Pessoa | Agência Estado O embrião da futura legenda será o Movimento Social Nova Política
De olho nas eleições presidenciais de 2014, a ex-ministra Marina
Silva começou no sábado a coletar assinaturas para criação de um novo
partido político. Debaixo de gritos de "Brasil urgente, Marina
presidente", ela foi lançada ao Palácio do Planalto por cerca de mil
militantes da futura legenda, com nome oficial de Rede Sustentabilidade.
Ao
defender princípios éticos, Marina afirmou que a sigla não será "nem
oposição, nem situação" ao governo de Dilma Rousseff, mas admitiu fazer
"alianças pontuais" em torno de ideias.
Apesar de exigir
"ficha limpa" para seus dirigentes partidários e candidatos, os filiados
não precisarão seguir a mesma regra. O partido aceitará, por exemplo,
quem tiver sido condenado por crimes como invasão de terra, que a cúpula
da Rede classifica como "crime político".
"Para filiar não
precisa de ficha limpa porque existem militantes que defendem a causa
do movimento e que, por alguma perseguição política, respondem a
processos judiciais", afirmou o deputado Walter Feldman (SP), que
deixará o PSDB para ingressar no novo partido. Ele ressalvou, no
entanto, que "não serão aceitos aqueles que respondem a crimes do
colarinho branco, como corrupção."
A ex-senadora Heloísa
Helena, por sua vez, avisou que "quem rouba não entra aqui". Em seguida,
o ex-deputado do PT Marcos Rolim acrescentou que "alguns políticos" não
entrarão no partido "nem se quiserem" e coube ao militante Martiniano
Cavalcante nominá-los: "Paulo Maluf, Jader Barbalho e Renan Calheiros..
Outro militante emendou: "Nem José Sarney."
Ambiente
Com
um discurso recheado de menções ao meio ambiente, Marina Silva afirmou
que o novo partido não fará oposição ao governo Dilma. "Nós não seremos
nem oposição nem situação à Dilma (Rousseff). Se a presidente estiver
fazendo algo bom para o Brasil, nossa posição é favorável. Se ela for
contra o Código Florestal, nossa posição é contrária", afirmou Marina,
em um de seus discursos. "É um partido para questionar a si próprio. Não
pode ser um partido para eleição", completou. "(O partido) não precisa
ter postura de manada."
Marina disse também que o novo partido não é "nem de esquerda, nem de direita, nem situação, nem oposição. Estamos à frente."
Dizendo
que são "diferentes", a ex-senadora e ex-ministra do governo Lula,
Marina defendeu alianças partidárias. "Podemos fazer alianças pontuais.
Não precisamos eliminar sonhos. Mas é preciso que fique claro que somos diferentes." Lembrou ainda que a nova legenda não tem "uma liderança única e, sim, multicêntricas".
O
governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), também presidenciável
para 2014, a deputada Luíza Erundina (PSB-SP) e o frei Leonardo Boff
limitaram-se a mandar mensagens escritas desejando sucesso ao novo
partido. O cantor Gilberto Gil gravou um vídeo exibido na festa. O
senador Eduardo Suplicy (PT-SP), esperado durante todo o dia, chegou
somente no início da noite. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário