segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Redução de salário revolta os professores em Ilhéus

Por a Região

Redução de salário revolta os professores

em Ilhéus e, segundo a presidente da Associação dos Professores Profissionais de Ilhéus (APPI), Enilda Mendonça, o corte chegou a R$ 320,84. A redução nos salários consta no contracheque de setembro, anunciado pela secretária de Educação Lidiney Campos (foto). lidiney
Enilda diz que a categoria foi pega de surpresa pela medida do governo municipal e que a redução foi um baque para todos os professores, na maioria graduados ou que estão fazendo graduação.
“Consideramos uma atitude radical da prefeitura. Brigamos pela valorização do profissional em educação e o município quer colocar o professor em sala de aula num trabalho escravo”.
Ela entende que não dá para diferenciar quem é contratado, selecionado e efetivo. “Sabemos que quem não é efetivo não tem acesso a alguns benefícios, como planos de cargos e salários. Por isso, a vida dessas pessoas torna-se ainda mais difícil”.
A sindicalista defende que o servidor, que está na sala de aula, trabalhando até a 4ª série primária, ficando tempo integral na escola, tenha direito a receber os 20% como atividade complementar. Esse percentual foi cortado sem aviso.
Mesma carga
Segundo Enilda Mendonça, apesar dos selecionados e contratados não serem efetivos, eles realizam as mesmas atividades com carga horária igual à dos concursados. “Se não é para receber o complemento, também não deve realizar o trabalho extra”.
Os professores ameaçam entrar em greve por tempo indeterminado na próxima semana. Na terça-feira, 5, às 14h, será realizada uma assembléia para discutir a paralisação no auditório do Instituto Municipal de Ensino Eusínio Lavigne (IME), no centro.
A sindicalista reclama que “não houve o mínimo de consideração pelos trabalhadores”. Ela conta que no dia 23 de setembro o sindicato protocolou ofícios ao prefeito Newton Lima; e ao secretário de Governo, Alcides Kruschewsky.
Cópias foram enviadas para o Procurador Geral do Município, Luís Carlos Nascimento, e à Secretária de Educação, Lidiney Ferreira Campos. Os professores não obtiveram nenhuma resposta, sabendo do corte de salário ao acessar o contracheque.
“Queremos a devolução imediata dos valores que foram tiradas da folha, pois os professores não podem ficam no prejuízo”.
Outro lado
A secretária Lidiney Campos explicou que a partir de setembro os profissionais não recebem mais a atividade complementar e o ticket-alimentação. As vantagens dos professores contratados, com ou sem seleção pública simplificada, foram consideradas ilegais.
Ela disse que não havia nos contratos nem nos editais da seleção a previsão de pagamento das vantagens. Acrescentou que a medida também inclui merendeiras e auxiliares de serviços gerais contratados.
“É importante salientar que os recursos oriundos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) devem ser utilizados não apenas no pagamento de salários de professores”.
“40% do fundo deve ser empregado na manutenção e na recuperação de escolas”. Ela observa que cada professor contratado recebe, por 40 horas-aula, salário base de R$ 1.024. Lidiney esclarece que em fevereiro existiam 420 vagas emergenciais para professor.
“Contudo, a seleção pública simplificada aprovou apenas 193 profissionais. Assim, para não prejudicar o ano letivo dos nossos alunos, decidimos preencher o restante das vagas com contrato puro e simples, ou seja, sem a realização prévia de seleção”.

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