sábado, 3 de março de 2012

Pai Nosso em Latim



     O projeto de lei do vereador ilheense, Alzimário Belmonte, sobre a Lei do Pai Nosso não é ruim. Pelo contrário. É muito oportuna e necessária, principalmente para as ‘crionças’ rebeldes. Quiçá, a oração acalme os endiabrados e pestinhas, convertendo os cegos da fé.

     O problema não é tão somente o choque frente à Carta Magna, mas, a tramitação aleatória como se deu todo o encaminhamento burocrático.

     A coisa foi feita de tal forma (a facão), que por ironia, a pasta onde consta guardadinho o tal projeto de lei, verifica-se: PARACER DO PROJETO DE LEI Nº 075/2011. Kkkkkkk!
Apesar da inconstitucionalidade, da falta de atenção do fluxograma, enfim, na realidade toda a problemática e polemica, dar-se-á em função de uma simples palavra: Da Obrigatoriedade...

     A intenção do parlamentar é maravilhosa, aliás, diga-se passagem, o edil cumpriu com uma de suas atribuições como parlamentar: Legislar. Legisla e defende sua posição, calçado também em precedentes.

     Agora, se os setores competentes, tanto do legislativo e do executivo não atentaram para os ‘mínimos detalhes’ do projeto e, conseqüentemente da lei 3.589, o problema não é do vereador. É de lúcifer.

     Estive em um colégio municipal da cidade conversando com algumas professoras. A docente MJS me afirmou que é bom que os meninos orem. “Aliás, aqueles que rezarem certinho sem errar, no final do ano serão premiados com uma bíblia sagrada autografada pela secretária de educação, Professora Carmelita”, prometeu. Já PLS, docente do 4º ano fundamental, disse que não vai mandar ninguém rezar nada. “A lei é bagunçada e apesar da obrigatoriedade, não fala sobre punição e a oração seria apenas mecânica”, pontua.

     Como a lei reza que é obrigatório a reza, mas, não tem punição, pra quê lei? Se a Lei não reza nada e é totalmente vazia, pra que a gente se desgastar e brigar. Vamos aproveitar e brincar com a bizarrice!

     Dando uma forcinha a secretaria de educação da cidade, já que essa lei, apesar de impositiva, não tem valor nenhum, sugiro que a oração seja feita em latim. Pelo menos Ilhéus deixa de ser manchete como a ‘cidade do lixo’ e passa a ser como o único município da Bahia a inserir na sua grade curricular escolar, uma segunda língua.

     Para evitar o bate-cabeça dos poderes, já fiz o famoso Ctrl “c” - Ctrl “v” no Google e, transcrevo abaixo a oração do Pai Nosso em latim. É mais chique!

IN NÓMILE PATRIS/ et Filil / et Spíritus Sancti. Amén.
PATER NOSTER, qui es in caelis, sanctificétur nomen tuum.
Advéniat regnum tuum, Fiat volúntas tua, sicut in caelo et in terra.
Panem nostrum quotidiánum da nobis hóbis. Et dimítte nobis
Debita nostra, sicut ET nos dimíttimus debitóribus nostris.
Et NE nos indúcas in tentatiónes: sed libera nos a malo. Amén

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