segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

JABES DÁ ENTREVISTA DE CIMA DO PALANQUE. INTELIGÊNCIA, CONTRADIÇÃO E AUSÊNCIA DE AUTO-CRÍTICA

Postado pelo Blog Agravo Ilheense


Escrito por ÂNGELO MARTINS   
Dom, 20 de Fevereiro de 2011 23:18
O Blog Agravo saiu na frente mais uma vez e iniciou uma série de entrevistas com potenciais candidatos a prefeitura de Ilhéus em 2012. O primeiro entrevistado é o ex-prefeito Jabes Ribeiro ( Clique Aqui para ver ).

Primeiramente, vamos combinar que Jabes continua sendo um homem inteligente e frio na argumentação, qualidades estas que, quando não misturadas ao seu ego colossal e seu desmedido hobby da vingança, justificam as quase 02 (duas) décadas no comando dessa terra.

Afora a concatenada e rica linguagem de argumentação, restou-nos muito pouco de produtivo a ser colhida da entrevista de Jabes.
Senhoras e senhores: Jabes não foi entrevistado, não que Jamesson não tenha tentado e insistido.... Jabes, espertamente, parecia estar num palanque, sem contraditório, bravatando. Quando “apertado”, desviava-se da pergunta respondendo outra coisa que aparentemente só interessa a um Pré Candidato. Nós queremos saber da solução, Sr. Jabes.

Quando questionado sobre os 18 anos no Poder, Jabes atribui a decadência da cidade a uma série de eventos dos quais não teria responsabilidade alguma. Ora Jabes, as pessoas são eleitas para enfrentar e resolver problemas. Se não enfrentou e não venceu, você (Jabes), tem responsabilidade sim! Elementar.

Já no caos do presente, atribui a mesma decadência aos últimos 02 prefeitos. Uma contradição “jabiana”. Na época de Jabes: culpa do outro. Na época Valderico/Newton culpa de Valderico/Newton.

Nesse momento da entrevista, um dos poucos em que esboçou constrangimento, Jabes vinculou a derrocada de Ilhéus nos anos sob seu comando, exclusivamente crise do Cacau. Ora, Jabes, perguntar não ofende: a mesma crise viveu Itabuna, no entanto, a cidade vizinha foi capaz de realinhar suas demandas e crescer.

O que Jabes deveria ter respondido (e não respondeu) é, o que ele fez de concreto para saltar o obstáculo da crise!  Jamesson questionou, concretamente, a perda da Brasilgás... Jabes silenciou. O que se sabe, é que o Governo Jabes se negou a doar um terreno para expansão da empresa de Gás GLP. Perdemos a fábrica e os empregos.

A entrevista foi frustrante...pudera, talvez seja muito esperar de Jabes alguma auto-crítica. Apesar de ausente do Poder há mais de 6 anos, Jabes não promoveu a reflexão normal do homem, não existe auto-crítica no Jabes versão 2011. Seu ego novamente fala mais alto.
O discurso atual de Jabes, reafirma apenas o vezeiro oportunismo político em se bater em "cachorro morto". O Governo Nilton, com fé em Deus já está acabando, precisamos pensar o amanha com responsabilidade. Nisso, Jabes se mostrou inconsistente e contraditório.

No rol de suas realizações, Jabes inclui obras do Governo Cesar Borges/Paulo Souto (como Centro de Convenções), no entanto não reconhece absolutamente nada da gestão atual.  Ora, usando o raciocínio de Jabes, a reforma da ponte realizada pelo Governo Wagner deveria entrar na conta de mérito de Newton! Jabes é assim, as cores do mundo se formam a partir do seu olhar.

Outro ponto importante, que extraio da entrevista é o esforço de Jabes em se apresentar como “amigo íntimo” de Wagner, algo tão falso como moeda de 3 reais. Primeiro, Jabes sabe (ou deveria saber) que historicamente isso teve pouca importância na política ilheense. Ele próprio pode se utilizar de exemplo.

Mas, essa ladainha de amizade e prestígio de Jabes com o "homem" é famosa, além de pouco criativa... Esse tipo de discurso faz sucesso em currais eleitorais. Ilhéus já é mais "crescidinha" pra cair nessa.

Apenas pra lembrar, quando Paulo Souto era Governador, Jabes agia da mesma maneira, apresentando-se como assessor especial do então Governador, cargo que na prática nunca ocupou, pois, nunca gozou da simpatia do ex-governador. Jabes sabia disso. Daí ter recorrido ao “filho do homem”, Fabio Souto, como fator de aproximação. Jabes agora repete o discurso com Wagner.

Mas, a mim, o ponto da entrevista que chamou mais atenção  é a absoluta contradição entre o discurso de Jabes da renovação da política baiana, segundo ele, empreendida pela vitória de Wagner, e seu desejo de voltar ao Poder em Ilhéus. Jabes esquece-se dos longos e dolorosos 18 anos de Poder, onde a cidade perdeu quase tudo. Pra Jabes, renovar é bom pra Bahia e ruim pra Ilhéus.

Já escrevi anteriormente, Jabes Ribeiro esteve a mais de 18 anos a frente do Poder em Ilhéus (3 mandatos, e um do seu liderado João Liryo). Teve tempo de sobra para deixar sua marca, com grandes transformações, ao contrário disso, notabilizou-se pelo paliativo, pelo "remendo" e por obras inacabadas (vide Soares Lopes). Pra ser justo, apenas seu primeiro governo é digno de registro, talvez pelo ímpeto do joven recém chegado a política, sem vícios. Os demais governos de Jabes foram tão ruins quanto o que hoje experimentamos.

Jabes faria um enorme favor a cidade de Ilhéus se mudasse seu discurso, reconhecesse seus erros e apontasse soluções concretas. Do contrário, só nos faz lembrar do Jabes de antes (que a cidade rejeitou), com o mesmo ego que lhe faz cegar e que levou Ilhéus para o lugar onde hoje se encontra.  Se Jabes possui assessores políticos competentes (e deve ter), já seria um bom começo repaginar o político. Mais do mesmo, não serve.
 
Angelo Martins

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