quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Fábio Magal e a sabedoria salomônica

Sem proselitismo. A eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Ilhéus foi por doze votos contra sete. Faltou apenas mais um para que o Governo contasse, logo de saída, como 2/3 da Câmara.
O discurso do candidato vencido à Presidência convenceu à plateia de que ele não caminhará ao lado da oposição durante muito tempo.
Mas, mesmo tendo quatro votos a mais, aparentemente, a mídia recordou-se de um vereador apenas como o suposto responsável (suposto sim, porque o voto é secreto) pela vitória do Governo: Fábio Magal.
Eis a questão: por quê?
Por uma razão inicial: Magal foi o vereador mais votado. E sem trocar votos por dinheiro. Segunda razão: Magal comunicou ao candidato derrotado ae aos seus eleitores a mudança do voto, ao invés de surpreendê-lo na apuração do resultado.
No dia da eleição, mesmo sabendo que o voto é secreto, o Presidente local do PSC encaminhou ofício à Câmara Municipal informando que a votação em outro candidato que não o da oposição configuraria infidelidade partidária. Gostaria de ver essa nulidade política instaurando um processo ético que seria uma nulidade jurídica.
Dois dias depois, o Presidente Estadual do PSC o desmentiu, pela imprensa (www.blogdogusmao.com.br), informando que o compromisso dos vereadores do PSC iria apenas até o apoio para Mário Alexandre a vice-prefeito e não incluía a Presidência da Câmara.
Aliás, embora os vereadores tenham mantido este compromisso, o candidato derrotado a vice-prefeito pediu, ao que parece, abertamente votos para outro candidato a vereador, ao invés de manter a esperada neutralidade. Quem foi infiel? Magal? Roque do SESP? Mário Alexandre?
Magal mora na Urbis. Diariamente, acorda às cinco da manhã, toma um ônibus e segue um périplo pelas clínicas, hospitais, consultórios e laboratórios de Ilhéus em busca de marcação de exames, consultas e procedimentos para pessoas que, de outro modo, morreriam à míngua de um atendimento médico decente.
O que Magal ganhou em troca? A julgar pela mesmíssima condição que continua a ostentar, assim como pelo seu histórico, qualquer coisa, menos dinheiro.
Em primeiro lugar, um assento à Mesa Diretora, na condição de vice-presidente, coisa naturalmente desejada por muitos vereadores. Aliás, pela sua condição de vereador mais votado de Ilhéus, a vice-presidência foi até modesta.
Além disso, já que fará parte da base do Governo, ganhou a participação nele, com a garantia de ocupação dos espaços existentes para influenciar nas políticas públicas.
Mas isso não é o principal. Magal é obstinado. Mas tem um defeito: é inteligente. Eleito com uma plataforma que era muito maior do que o mero assistencialismo na área da saúde, Magal prometeu lutar para a vedação do canal a céu aberto do caminho principal da Urbis, pela implantação da Escola de Trânsito Municipal, para que pessoas sem condições financeiras possam obter Carteira de Habilitação sem pagar uma auto-escola muitas vezes inacessível e outros projetos, como um plano de cargos e salários dos trabalhadores da saúde.
E Magal ganhou o compromisso de Jabes com a vedação do canal da Urbis até 2016.
Magal ganhou a promessa do Prefeito da implantação da Escola Pública de Trânsito.
Magal ganhou o compromisso do Preaidente do Legislativo ilheense, Vereador Dr. Jó, de ampliar os meios de participação popular na Tribuna da Câmara.
Magal ganhou do mesmo vereador o compromisso de dar transparência às contas do Legislativo ilheense.
Magal ganhou tudo isso, enfim.
Pensando bem, quem ganhou mesmo fomos nós, ilheenses, pois as propostas de Magal foram incorporadas nos planos do Poder Executivo e Legislativo de Ilhéus.
Sábia decisão a de Magal de compôr a Mesa Diretora da Câmara e a de votar em Josevaldo Machado (Dr. Jó) para Presidente.
Se é que votou, é claro…

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