Carlos Machado (Cacá), secretário de Indústria e Comércio e Sebastiáo Vivas, secretário da Agricultura e Pesca no Movimento de protesto dos cacauicutores
Deputados no Movimento de protesto dos cacauicultores - Foto Alfredo Filho - Secom Ilhéus
Movimento de protesto dos cacauicultores - Foto Alfredo Filho - Secom Ilhéus
A
imediata suspensão das importações de cacau no Brasil foi a principal
reivindicação de um grande protesto promovido na manhã desta terça-feira, dia
5, por inúmeros segmentos organizados do Sul da Bahia. O movimento é integrado
por sindicatos, federações, cooperativas, assentamentos, câmaras de dirigentes
lojistas, entidades ambientalistas, prefeituras e câmaras de vereadores. O
protesto dos produtores de cacau contra a importação, prática que derruba os
preços internos desestabilizando toda a cadeia produtiva, aconteceu nas
proximidades do Porto Internacional de Ilhéus, onde estará sendo desembarcada
nas próximas horas uma carga com cinco mil toneladas de cacau provenientes de
Gana, na África.
De
acordo com o movimento, a importação não é mais necessária, uma vez que o
Brasil já alcançou a autossuficiencia na produção, atendendo as necessidades do
parque moageiro. “O que queremos do governo federal é a regulação das
importações e a formatação de uma política de preços mínimos”, diz o diretor da
Biofábrica de Cacau, Henrique Almeida, acrescentando que a Bahia produziu 137
mil toneladas de cacau na safra passada. “Do jeito que está, com as importações
achatando o preço interno da arroba, hoje estabelecido em inacreditáveis 58
reais, as dificuldades continuarão aumentando, o que, com certeza, agravará a
crise socioambiental de toda a região”, completa.
Além
das dificuldades causadas ao setor produtivo, o movimento também chama atenção
para a importância dos aspectos sanitários das frequentes importações. Segundo
os produtores, as operações trazem riscos permanentes de introdução de pragas e
doenças exóticas na região, fato que representa um perigo para toda a
agropecuária nacional. “Esse é um risco real e que, por isso, requer a atenção
de todas as autoridades”, opina Guilherme Moura, vice-presidente da Federação
da Agricultura do Estado da Bahia, salientando que “o cacau ainda é a atividade que mantém o
frágil tecido social de toda a região”.
Providências - O
movimento pela suspensão das importações de cacau foi prestigiado por
autoridades de várias partes do Estado, incluindo vereadores, prefeitos e
deputados estaduais. O prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, considera o movimento
justo e extremamente importante para a recuperação da cacauicultura. “Para
isso, entre várias outras medidas, é fundamental passar a previsão da próxima
safra para a Conab – Companhia Nacional de Abastecimento –, órgão que poderá
estudar a formatação de uma política de preços mínimos. Também é importante que
se invista em barreiras sanitárias eficientes, para impedir a chegada de
produtos contaminados à região, e o aumento de investimentos para que se retome
a produtividade da lavoura cacaueira regional, combatendo de forma eficaz as
doenças e estimulando as boas práticas comerciais”, comentou.
Na
opinião do deputado estadual Leur Lomanto Júnior (PMDB), “o protesto foi de
suma importância para a recuperação do cacau na região, que, nos últimos anos,
vem sendo prejudicado por práticas como a importação de amêndoas da África e da
Ásia”. Já o deputado estadual Sandro Régis (PR) afirmou que veio prestigiar o
movimento muito mais como produtor do que como parlamentar. “Não podemos
admitir que um vetor econômico tão importante como o cacau passe por tantas
dificuldades e esteja relegado a um papel coadjuvante”. Fazendo coro com Régis,
o deputado estadual Pedro Tavares (PMDB) lembrou que a região já respondeu por
60% do Produto Interno Bruto da Bahia. “Por isso, ela precisa de estímulos,
como a regulação das importações e a renegociação das dívidas dos produtores”,
asseverou o deputado.
Também
presente ao protesto desta terça-feira, o deputado estadual Augusto Castro
(PSDB) garantiu que o movimento já chegou a Brasília. “Trata-se de um movimento
suprapartidário que tem como único objetivo a fixação de uma política de preços
mínimos e, mais adiante, a renegociação efetiva das dívidas dos cacauicultores.
Só assim, estaremos, verdadeiramente, valorizando a produção de cacau e suas
consequências positivas para toda a Bahia”. Por sua vez, o deputado estadual
Coronel Gilberto Santana (PTN) destacou que, com as importações, feitas sem
nenhum critério, todo mundo sofre, incluindo produtores, comerciantes e
trabalhadores.
O
protesto contra a importação de cacau foi prestigiado, ainda, por representantes
de municípios da região cacaueira, como Itabuna, Camacan, Ibirataia, Teolândia,
Wenceslau Guimarães, Ibirapitanga, Barro Preto, Coaraci, Uruçuca, Una, Ubatã,
Ubaitaba e Arataca, entre outras. Também estiveram presentes, além de diversos vereadores,
o vice-prefeito de Ilhéus e secretário de Indústria e Comércio, Carlos Machado
(Cacá), o secretário de Agricultura e Pesca, Sebastião Vivas, e o secretário de
Relações Institucionais, Jailson Nascimento.
Secretaria de
Comunicação Social (Secom)
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