Luta contra a desigualdade racial une marchas em Salvador

Portado por Atarde On Line

Por Carol Aquino e Fábio Bittencourt
 

Mila Cordeiro/Agência A TARDE

A 11ª Caminhada da Liberdade reuniu 20 mil pessoas, segundo a PM

O Dia Nacional da Consciência Negra foi marcado, neste domingo, 20, em Salvador por uma série de homenagens ao lider e símbolo da resistência do povo negro contra a escravidão no Brasil, Zumbi dos Palmares. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte do herói, em 1695.

Duas marchas, uma organizada pelo Fórum de Entidades Negras e outra organizada pela Coordenação de Entidades Negras (Conen), a Lavagem da Estátua de Zumbi, localizada na Praça da Sé, realizada pela União dos Negros pela Igualdade (Unegro), e a 7ª Caminhada pela Vida e Liberdade Religiosa, do Coletivo de Entidades Negras (CEN), foram os principais eventos do dia.

Homenagem -  Na Praça da Sé, durante a 3ª Lavagem da Estátua de Zumbi, água de cheiro foi usada por cerca de 30 baianas de acarajé para banhar o monumento. “É um ato político na defesa pela vida. Este ano, nosso foco é a participação do negro no poder”, enfatizou Jerônimo da Silva Júnior, 43 anos, que é coordenador da Unegro na Bahia.

Rita dos Santos, presidente da Associação de Baianas de Acarajé e Mingau da Bahia, (Abam), entidade que idealizou o evento, explicou que a lavagem é uma forma de concretizar as lutas e conquistas do povo negro. “É o exercício da liberdade no fortalecimento da consciência negra”, disse.

Marcha - Em sua 32ª edição, a Marcha Zumbi dos Palmares saiu do Campo Grande, neste domingo, por volta das 16 horas, em direção à Praça Municipal Thomé de Souza. Organizada pela Conen, que está comemorando 20 anos, a passeata, segundo o presidente da entidade na Bahia, Gilberto Leal, 65 anos, tem o objetivo de denunciar a realidade em que vive o povo negro brasileiro.

“É a luta contra o extermínio da juventude negra e em defesa de comunidades quilombolas, em particular, nesse momento, dos moradores da comunidade de Rio dos Macacos –  na Base Naval de Aratu –, que está ameaçada de despejo pela Marinha do Brasil ”, afirmou Leal.

Liberdade - Apesar do clima de festa na Rua do Curuzu, na Liberdade, neste domingo foi dia de reivindicação com a realização da  11ª  Caminhada da Liberdade, organizada pelo Fórum de Entidades Negras, composto por blocos afro como o Ilê Aiyê, Okanbí,  os Negões e Cortejo Afro, além de organizações como  a Associação Baiana das Pessoas com Doenças Falciformes (Abadfal), dentre outras.

A caminhada, que começou às 10 horas, reuniu 20 mil pessoas, segundo estimativas  da Polícia Militar. O evento fez uma homenagem a Abdias do Nascimento.