Como atividade do Programa O MP e os Objetivos do Milênio, hoje foi realizada a última visita às escolas públicas no Município de Ilhéus, cumprindo calendário elaborado em conjunto com mais de vinte instituições parceiras, entre elas, Secretaria Municipal de Educação e Direc-6, esta responsável pela rede estadual de ensino em Ilhéus.
Duas escolas haviam sido escolhidas para a visita: na rede municipal, a Creche Dom Eduardo; na rede estadual, o Colégio Moisés Bohana.
Tantos são os problemas na rede municipal de ensino, que o nível de expectativa do que seria encontrado na escola era muito baixo. Afinal, muitos comentavam que "a pior escola do Estado em Ilhéus é melhor que a melhor escola do Município".
E esse sorriso acompanhou a todos os parceiros, durante a inspeção. Em cada sala de aula.
Há falhas na escola? Há. Com um pouco de esforço do Município de Ilhéus podem ser rapidamente resolvidas. Só que a Creche Dom Eduardo teve um diferencial: arte de receber bem a comunidade.
Não se está falando de receber bem ao Ministério Público. A instituição não vai sozinha. Policiais-militares da 69ª CIPM e bombeiros do 5º Grupamento de Bombeiros Militares estiveram fiscalizando a segurança da unidade escolar. Conselheiros do Fundeb, do Conselho de Alimentação Escolar, Diretor de Trânsito, agentes de combate a endemias, enviados pela Secretaria Municipal de Saúde, agentes da Vigilância Sanitária, servidores da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano estiveram acompanhando a visita, como fazem, há dois anos, desde que o Programa foi implantado em Ilhéus.
Novo parceiro acresceu ao grupo, nesta data, o Rotary Club Ilhéus Jorge Amado.
Enfim, mais de vinte pessoas, em comitiva, pela busca de uma educação de qualidade. Com o propósito de cobrar, sim, de fiscalizar, também, mas, sobretudo, de somar esforços para construir um valor social.
Visita finda na escola do Município, deslocamento do grupo para o Colégio Estadual. Expectativa em alta. Afinal, já foi visitado o Colégio Estadual Eduardo Catalão, que só deixou boa impressão em todos. E a distante Escola Indígena, Tupinambás de Olivença, na zona rural, de dificílimo acesso, e que se mostra um lugar em que se quer ficar. Um lugar para estudar.
Entretanto...Moisés Bohana, ninguém à espera. O grupo entra no espaço, como se estivesse em terra de ninguém. E espera pelo responsável pela escola para mostrar-lhe as instalações. Depois de muito custo, aparece alguém da equipe gestora. Designa o porteiro para acompanhar os parceiros na visita a escola. Ou que se virem sozinhos mesmo. Os membros do Programa já têm conhecimento dos pontos a serem inspecionados e automaticamente dividem-se em equipes, para fotografar e anotar.
Nenhum anotou um sorriso. Exceto de uma professora que tentava contornar a situação, ficando constrangida ao perceber o constrangimento do grupo. Nenhum parceiro anotou um comentário de "Sejam bem-vindos". E a frase de despedida foi "tinha outras prioridades no dia a recepcionar vocês. Mas não larguei tudo e aqui estou?"
Pelo deplorável estado da escola, é difícil crer que essas prioridades envolvam cuidar do equipamento público. Que o digam as paredes da unidade escolar, com xingamentos e palavrões por centímetro construído.
Enfim, muito bom que isto tenha acontecido na última visita do Programa, após ter inspecionado cerca de quarenta prédios públicos e convivido com diferentes diretoras e equipes pedagógicas, sem qualquer incidente.
Porque, se fosse na primeira...o Programa imediatamente teria encerrado, ao menos sob o conduto da 8ª Promotoria de Ilhéus. Nenhum dos parceiros, que só querem trabalhar pelo bem da comunidade, merece ser conduzido pela Promotoria de Justiça a ambientes hostis.
Por isso, nossas desculpas pelo ocorrido e nossos agradecimentos, pelos dois anos de companhia nas visitações a escolas públicas de Ilhéus.
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