terça-feira, 1 de novembro de 2011

PARA OS PAIS REPROVADOS EM EDUCAÇÃO

  Recebi Esse email que diz "É importante que todos leiam este artigo!!!!!!!"
Há muito tempo, as escolas particulares de Ilhéus convivem com o corrosivo problema da inadimplência. Neste ano, o volume de atrasos e calotes em inúmeros colégios da rede privada assume proporções inaceitáveis.  Parece que um grande número de famílias, em Ilhéus, esqueceu que a escola particular é bancada pelas parcelas mensais dos alunos. É esse o dinheiro que mantém a educação na instituição privada. O não pagamento das mensalidades estrangula o sistema. A falta de dinheiro no caixa desestrutura estratégias e planejamentos.  Compromete o funcionamento.
 
   Os números não são revelados. As escolas preferem não expor o buraco financeiro. Tentam proteger a imagem de solidez com que sustentam suas relações com o mercado, a clientela e os fornecedores. Mas, seguramente, só os débitos acumulados em 2011 devem ultrapassar (em muito) a casa de um milhão de reais.
 
   Receita insuficiente e déficit crescente levam a um ciclo de extremo sufoco, obrigando algumas escolas a:
 
- Atrasar salários de professores e funcionários;
 
- Cortar investimentos pedagógicos;
 
- Interromper programas de atualização;
 
- Recorrer a empréstimos bancários (juros absurdos) para cobrir a folha e custear a manutenção.
 
   Apesar dos canais de negociação, de fácil acesso, colocados à disposição, a resposta dos “responsáveis” tem sido lenta e tímida.   O ambiente de ensino torna-se um espaço de angústia.
 
   Ser professor escolar no Brasil significa dedicar-se a uma profissão remunerada com as piores faixas salariais do país. Na Bahia, os valores pagos estão nos patamares mais baixos – e em Ilhéus a hora-aula que se paga é inferior a de outras regiões do estado.  Para viver de educação, o profissional precisa trabalhar em vários colégios – numa rotina diária de três turnos (que gera a necessidade de também trabalhar nos finais de semana, em casa, para a produção das atividades de classe).  Ganha-se pouco, para uma lida com muito sacrifício e imensa responsabilidade.
 
   Faltar com o compromisso financeiro que alimenta esse esforço é – acima de tudo – desvalorizar a educação e desrespeitar a pessoa humana (e o cidadão) que desempenha uma missão tão nobre e complicada.  
 
   Como manter a tranquilidade necessária em sala de aula com as contas atrasadas e sem dinheiro para as compras do mês? Como esquecer os problemas e sufocar a indignação? Como transmitir alegria e esperança à criança e ao jovem? Pais que não pagam a escola são cúmplices do descaso com que a educação é tratada no Brasil e contribuintes efetivos para os péssimos índices de desempenho nas estatísticas que avaliam o setor. 
 
   O mais grave é que grande parcela dos devedores aparenta ter plenas condições de manter as mensalidades em dia.  São notórios os caloteiros que ostentam hábitos sociais e padrões de consumo que demonstram como seria possível pagar regularmente o colégio de seus filhos. Por que não o fazem?
 
   Oportunismo? Esperteza? Irresponsabilidade ou falta de ética?   Alguns se aproveitam da lei que (muito justamente) impede as escolas de tomarem qualquer medida restritiva em relação ao aluno inadimplente. Outros se beneficiam do espírito solidário e do comprometimento das escolas com o seu papel social de garantir a formação e o acesso ao conhecimento de nossa população.  Muitos usam o débito como moeda de negociação para, no fim do ano, conseguir descontos significativos em troca da quitação da dívida (típica chantagem vil que rebaixa a educação ao nível ordinário de simples mercadoria de consumo).
 
   É bom lembrar que as mensalidades nas escolas de Ilhéus correspondem (no máximo) a dois terços do valor cobrado em uma escola do mesmo nível em Salvador. Mas a maioria das particulares ilheenses praticam preços equivalentes à metade do que se paga na capital.  E os pais ainda contam com uma generosa política de descontos, facilidades e “acomodações” financeiras nos momentos de dificuldade.              
 
   No fundo, o problema é uma questão de consciência e responsabilidade.  É sabido que a rede particular de ensino é o reduto que (apesar de tudo) ainda oferece os melhores padrões de ensino para a comunidade.  Enfraquecer esse sistema é destruir os caminhos mais seguros para a construção de um amanhã melhor para todos.  Pagar a escola é um dever social, que devia ser encarado como prioridade e não como uma chance mesquinha e egoísta para conseguir um pouco mais de vantagem no varejo da vida.  A falta de comprometimento com a mensalidade da escola é uma das mais nefastas e vergonhosas formas de corrupção. É um crime contra o saber e uma sabotagem contra o futuro.  Não é uma lição digna para os nossos filhos.

Ramayana  Vargens

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