quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ausência de projetos pode prejudicar áreas estratégicas, adverte Palocci

Palocci, Rollemberg e Marco Antônio.
O relator do PL, 5940 de 2009 , que cria o Fundo Social do pré-sal, deputado Antônio Palocci (PT-SP) disse que os Ministérios devem indicar de forma menos genéricas onde alocar os recursos do Fundo. Para ele, isso será determinante quando os debates se tornarem “mais acalorados” no plenário da Câmara.

Ele apontou que os programas apresentados com clareza ganharão mais espaço . O parlamentar participou de audiência pública na Comissão Especial para discutir o impacto dos recursos na área de ciência e tecnologia.

Para o relator, os projetos nesta área devem ser de longo prazo, porém finitos, com o objetivo de beneficiar pequenas, médias e grandes empresas com programas de inovação tecnológica.

Esta também é uma opinião do presidente da Comissão Especial, deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). Para o parlamentar, a área que não souber qualificar a demanda ficará desprestigiada na discussão. “Os ministérios devem aprofundar o debate e colocar posições mais claras”, disse. O presidente lembrou que a comissão deve aprovar o relatório do deputado Palocci já primeira semana de novembro.

O representante do Ministério de Ciência e Tecnologia, Ronaldo Mota, defendeu que o desenvolvimento do Brasil seja acoplado ao desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da área de inovação. Ele apontou que um dos gargalos do setor é a falta de integração das academias e do empresariado. “O País tem um grande descompasso entre o que produz e o que transfere”, disse. De acordo com Mota, os recursos do pré-sal devem favorecer a transferência de tecnologia para o setor produtivo, que por sua vez, tornará o país mais competitivo.

O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marco Antônio Raupp, defendeu que os recursos sejam aplicados prioritariamente em educação, inovação e sustentabilidade. Ele lembrou que nos últimos anos o Brasil investiu na universalização da educação, e disse que este é o momento de oferecer qualidade. Em relação à inovação, Mota destacou que o setor precisa ganhar capilaridade e chegar a estados e municípios. “A disseminação da cultura da inovação é crucial neste momento”.

A sustentabilidade foi um ponto destacado por todos. Debatedores e deputados reafirmaram que a utilização desta nova fonte de recursos deve apontar para o desenvolvimento de fontes de energias limpas.


Letícia Alcântara/ Repórter

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