sábado, 10 de setembro de 2011

E A PONTE? SAI OU NÃO SAI?

Alan Dick Megi 

Esta é a pergunta que me fazem quando me encontram e lembram-se do relatório que publiquei sobre o trânsito e sobre a melhor localização da futura ponte de Ilhéus.
E minha resposta, que era sempre muito otimista, do tipo: “logo, logo, pois o governador prometeu que vai iniciar em breve”, ultimamente tem sido diferente, do tipo: “não tenho a menor idéia”.
Sim, porque apesar de todos sabermos que a construção da nova ponte não deveria ser apenas mais um plano para o futuro, mas sim uma urgência para o presente, não tenho visto, além da solicitação do governo municipal, qualquer movimentação mais clara e contundente. Nem por parte do Governo do Estado nem por parte dos diversos políticos de Ilhéus, desde aqueles que estão ocupando cargos eletivos ou não, até aqueles que, segundo a mídia, pleiteiam o poder em nossa cidade. E não excluo ninguém, pois não vejo nada além de alguns pronunciamentos ou opiniões que estão longe de serem cobranças reais e efetivas, capazes de pressionar o Governador a que cumpra imediatamente suas promessas. Afinal nós o elegemos duas vezes com expressiva votação e até agora não nos atendeu com qualquer obra de porte. Não se pode mais tratar a questão da ponte como mais um possível empreendimento, a ser estudado junto com o interminável rol de projetos para o futuro. Esta obra é urgente e inadiável e deveria estar sendo tratada como tal. Quando digo inadiável, digo que, além dos prejuízos que já temos atualmente, poderemos em breve ter casos de óbitos por dificuldades de acesso de doentes ou acidentados aos hospitais, ou pela impossibilidade do deslocamento dos equipamentos de segurança pública, como do corpo de bombeiros e da polícia, em caso de sinistros mais graves.

Será que o Senhor Governador já se esqueceu da Fonte Nova, que por falta de ação na recuperação de suas estruturas muitos perderam suas vidas? Ou aqui também terá que acontecer o pior?

Sabemos que para uma obra deste porte necessitamos de uns dois anos para sua construção, além de pelo menos uns seis meses para elaborar os projetos e para licitar as obras. (sendo muito otimista!) Ou seja, se já houvesse sido ordenada a sua execução, teríamos ainda pela frente mais dois anos e meio de sofrimento!

Portanto, se os militantes da política não assumirem imediatamente a cobrança para que sejam definidos os prazos de cada agente público no cumprimento de suas responsabilidades, a agonia se estenderá indefinidamente.
Ou melhor, já não estaria mais que na hora da sociedade como um todo fazer as cobranças e exigir seus direitos?

Às vezes me pergunto se há cinco décadas os governantes tinham mais coragem e mais visão que agora, pois construíram a ponte Governador Lomanto Junior em uma época em que não havia sequer 5% da quantidade dos veículos de hoje. E mesmo assim, aparentemente sem demanda de tráfego justificável, abriram as possibilidades do desenvolvimento urbano para a zona sul e a possibilidade de acesso a diversos municípios vizinhos.
Será que já não temos mais a competência e a capacidade de trabalho das gerações passadas?

E eu sempre digo que o Sr. Jaques Wagner é um homem predestinado a ficar para sempre na história de Ilhéus. Sim, porque ele está no poder no momento que não há como procrastinar a construção desta ponte, e assim, indubitavelmente ele terá seu nome gravado na nossa história! Seja porque executou a tão sonhada obra, seja porque não a executou quando deveria!

Resta saber como ele quer ser lembrado!
Alan Dick Megi – Arquiteto, Especialista em Planejamento Urbano e Gestão de Cidades.
***

Ponte Aracajú-Barra (Foto internet – desconheço a autoria)


Se Sergipe pode, por que a Bahia não pode?

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