terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Analfabetismo e direitos humanos

*Por Cristovam Buarque
Ontem apresentei requerimento à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal pedindo audiência pública para debater a permanência do analfabetismo entre uma parcela significativa de jovens e adultos no Brasil e a constatação de que o analfabetismo não apenas não foi eliminado como também não tem tido a redução esperada em termos percentuais e quase nada em números absolutos.
A imprensa mais uma vez dá destaque ao recente relatório da UNESCO de que o Brasil é o oitavo país do mundo em número de analfabetos jovens e adultos. Este relatório de Monitoramento Global de EPT – Educação para Todos, da UNESCO, 2013/14, especifica que o Brasil está entre os países que “estão longe de atingir a meta” da erradicação.
A situação é ainda mais grave quando percebemos a redução e não aumento no número de alfabetizados. Entre 1993 e 2003, o número de analfabetos foi reduzido de 16,7 milhões para 14, 6 milhões, 200 mil por ano; entre 2003 e 2013 a redução foi de 14,6 milhões para 13,9 milhões, apenas 70 mil por ano.
Esta é uma questão de Direitos Humanos. O analfabeto é um cidadão torturado, diariamente, no ponto de vista intelectual, moral e economicamente. Em um país que diz respeitar os Direitos Humanos esta situação é inadmissível. E se compararmos nossa situação com a de outros países, levando em conta nossa receita per capita, as riquezas do nosso país, a situação fica ainda mais vergonhosa.
*Cristovam Buarque é professor da UnB e senador pelo PDT-DF

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