A TARDE On Line
O Ministério Público do Estado (MPE) denunciou à Justiça sete policiais militares das Rondas Especiais (Rondesp) acusados de torturar dois jovens no último mês de março, veja aqui, em Salvador.
Segundo as promotoras do Grupo de Atuação Especial para o Controle Externo da Atividade Policial (Gacep), Isabel Adelaide Moua e Kárita Conceição Cardim Lima, os policiais agrediram Thiago Silva do Carmo e Jorge Ribeiro Bonfim com socos, pontapés, coronhadas e pauladas na região do estômago e costelas na tentativa de obter informações sobre um local de venda de drogas.
Um delegado da Polícia Civil também foi denunciado por não tomar medidas para apurar o crime cometido pelos militares após ter conhecimento do caso. Por causa das agressões, Jorge Bonfim, um estudante de 19 anos que segundo a promotoria nunca havia sido preso nem processado, morreu em uma cela da 4ª DP (São Caetano).
Caso - Segundo as promotoras, Jorge e Thiago foram abordados em um ponto de mototáxi do bairro de São Caetano enquanto conversavam. Ao flagrar Thiago com 33 “balinhas de crack”, os PMs Vandilson Araújo, Eric Darley Rocha e Nilson Carlos Neris colocaram ambos em uma viatura e os levaram à sede da Rondesp, em lugar de apresentá-los na 4ªDP, como seria o procedimento padrão.
Na sede da Rondesp, afirmam as promotoras, os jovens foram submetidos a tortura por pouco mais de uma hora. Ato ao qual se somaram os policiais Edmilson Rios Júnior, Lucival Lima, Wellington Rui Sousa Júnior e Arlisson Alves Cruz.
Depois, acrescenta o MP, Jorge e Thiago foram levados para um local ermo nas imediações da ‘Feira do Rolo’, localizada na Baixa do Fiscal, por recomendação de um dos PMs, que teria alertado para a presença de mais agentes à sede da Rondesp”. No local, os jovens continuaram sendo agredidos.
As agressões só cessaram quando um chamado da Centel fez com que os policiais apresentassem os jovens na 4ªDP, pois os familiares dos jovens estavam a sua procura.
Delegado – Ao chegar à unidade, ambos foram apresentados ao delegado Pedro Fernandes de Fonseca Júnior. Mesmo tendo sido informado por Thiago do espancamento, diz a promotoria, o delegado “fez que não ouviu [...] bem como não encaminhou ele nem Jorge ao IML para serem submetidos a exame de corpo delito”. Pouco depois de ser encaminhado à cela juntamente com Thiago, Jorge faleceu.
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