quarta-feira, 26 de agosto de 2009

PMDB ganha um aliado para 2010

Lília de Souza, do A TARDE

O PMDB conseguiu ganhar nesta terça, 25, seu primeiro aliado para o projeto do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) – o PTB, partido que também estava sendo disputado pelo governador Jaques Wagner (PT). Enquanto isso, o petista, que atraiu o PDT e ampliou a participação do PP na aliança, segue, com a máquina administrativa deixada para trás pelo PMDB, em suas articulações com o objetivo de atrair partidos menores, como o PSC, em um movimento a fim de isolar o ex-aliado.

Apesar de fazer frente à perda do PMDB – um aliado fundamental para sua vitória em 2006, que conta com 115 prefeituras e uma bancada estadual de oito deputados, na corrida para a formatação da aliança com vistas em 2010 –, o governador Jaques Wagner saiu na dianteira na corrida eleitoral. Juntando o PP, PDT e os aliados tradicionais, como PSB, PCdoB e PV, o PT de Wagner ganha em tempo de TV (9,36 minutos) e em número de prefeituras (138). PMDB e PTB têm juntos 5,46 minutos de TV e 129 prefeituras. Wagner conta, ainda, com bancadas maiores na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal.

Secretário da Integração Regional da Bahia, Edmon Lucas se desfiliou do PTB. Ele entregou carta de desfiliação ao partido desde o dia 19, quando sentiu que a legenda estava prestes a anunciar o apoio ao PMDB, seguindo o mesmo caminho escolhido no ano passado, em que apoiou a reeleição do prefeito de Salvador, João Henrique.

O PTB ocupa na administração do município o cargo de vice-prefeito, na figura do tributarista Edvaldo Brito, e a Secretaria do Trabalho e Assistência Social e Direitos do Cidadão, comandada pelo filho do vice-prefeito, Antônio Brito.

“Vou continuar apoiando Wagner na sua reeleição e terei com ele a mesma dignidade e reciprocidade que ele teve com o PTB e comigo”, disse Edmon. Na verdade, o cargo de secretário ocupado por Edmon nunca significou a presença do partido no governo Wagner, e sim uma indicação na cota do governador.

O presidente do PTB em Salvador e vice-presidente estadual da legenda, Benito Gama, ressaltou que a direção baseou sua escolha na análise dos frutos das alianças de 2006, com Wagner, e de 2008, com o PMDB na reeleição de João Henrique. “Avaliando entre um e outro, preferimos a aliança estabelecida com o PMDB. Foi melhor, fortaleceu mais o nosso partido”, afirmou.

Segundo Benito Gama, a legenda no Estado vislumbra melhores perspectivas com o PMDB no sentido de se afinar com o projeto nacional do PTB de eleger 35 deputados federais, 50 estaduais e sete senadores. O partido na Bahia não conta com nenhum representante na Assembleia Legislativa ou na Câmara Federal. Gama disse que não houve negociação com o PMDB a fim de ampliar espaço para o partido na Prefeitura de Salvador, mas não negou a possibilidade. “Não conversamos, mas é possível. Pode existir, é natural”.

Conforme o presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima, que anunciou a aliança logo após almoço ontem no Barbacoa com lideranças de ambos partidos, o acordo com o PTB para 2010 foi feito “sem fisiologismo”. “O PTB confia no PMDB para que juntos façamos um projeto para 2010, a fim de empreender o que o PT não está colocando em prática no seu governo”, destacou. Por sua vez, a assessoria do governador minimizou a aliança. “O governador entende como natural a decisão do PTB já que o diretório nacional do partido decidiu pelo apoio à candidatura de oposição a Lula”, informou.

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