João Pedro Pitombo,do A TARDE
D. Geraldo durante o lançamento da Campanha da Fraternidade 2010
“Eu acho que vai ser bom. Temos muitas pessoas que usam a passagem pela ilha para ir mais para o sul do nosso Estado. Se tivermos uma ponte, o tempo e os custo da viagem vão ser abreviados”, disse o arcebispo primaz do Brasil.
Defendida pelo governador Jaques Wagner (PT), a construção da ponte tem gerado um debate acirrado entre políticos, empresários e sociedade civil. A polêmica se aprofundou após o escritor João Ubaldo Ribeiro, natural de Itaparica, produzir um manifesto desferindo críticas ao projeto. O protesto ganhou projeção nacional e recebeu o apoio de artistas e intelectuais que também se posicionaram contra a ponte.
Apesar do posicionamento favorável, dom Geraldo admitiu que o empreendimento pode ser alvo de desvios e superfaturamento.“Essa obra vai ser muito valorizada, até acima mesmo do seu valor objetivo. Há o perigo de que certas empresas possam ser beneficiadas. Um benefício que vem em troca de corrupção”, ressaltou.
A Campanha da Fraternidade foi iniciada ontem sob o lema "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”. A ideia é trazer para a sociedade uma discussão e criticar a primazia do dinheiro em detrimento das pessoas.
Ao justificar a escolha do tema da Campanha da Fraternidade, dom Geraldo defendeu a solidariedade entre as pessoas e criticou a busca pelo acúmulo de dinheiro a qualquer custo.
Corrupção - Dom Geraldo colocou a corrupção no centro da discussão e comentou os casos que culminaram na prisão do Governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. “É o bendito dinheiro que põe no bolso, põe na barriga, em não sei mais onde. São interesses partidários e de grupos que estão em jogo”, avaliou.
Mesmo com a prisão do governador, o arcebispo mostrou-se descrente frente à impunidade em crimes de corrupção: “Vemos este mensalão e nos parece que não aconteceu nada. Eles sempre têm dinheiro para ter um habeas corpus, para sair da cadeia”.
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