Pesquisa aumenta o valor de Ciro

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Ainda no tema das pesquisas de opinião, mas desta vez a que foi feita pelo Instituto Sensus, sob encomenda da Confederação Nacional dos Transportes (CNT): Os números divulgados nesta segunda-feira mostram a manutenção da tendência de crescimento das indicações para Dilma Rousseff que, num dos cenários alcança um empate técnico, pela primeira vez, com o líder José Serra, segundo o seguinte quadro:

- José Serra (PSDB)– 33,2% (31,8% em novembro)
- Dilma Rousseff (PT) – 27,8% (21,7% em novembro)
- Ciro Gomes (PSB) – 11,9% (17,5% em novembro)
- Marina Silva (PV) – 6,8% (5,9% em novembro)

Mas a pesquisa mostra outro dado, mais interessante ainda, que é o fato de o eleitorado disposto a votar em Ciro Gomes não estar tão disposto assim a seguir a candidata do presidente Lula. No cenário em que se retira o nome do deputado socialista, José Serra volta a crescer e a distanciar-se de Dilma, como se pode ver no quadro abaixo:

- José Serra – 40,7% (40,5% em novembro)
- Dilma Rousseff – 28,5% (23,5% em novembro)
- Marina Silva – 9,5% (8,1% em novembro)

Esta situação fortalece a posição de Ciro Gomes, que tem insistido junto ao presidente Lula que o governo deve dar apoio à sua candidatura porque é o melhor caminho para garantir a vitória da ministra-chefe da Casa Civil. Ainda esta semana, de acordo com artigo assinado pelo jornalista Ricardo Noblat, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, teve uma longa conversa com o presidente Lula justamente tentando convencê-lo a liberar uns dois partidos da base aliada para uma coligação com o PSB, aumentando o tempo de Ciro no horário eleitoral e ampliando as chances do candidato socialista.

Publicada logo em seguida à conversa, a pesquisa CNT/Sensus avaliza a posição do governador e de Ciro Gomes. Mas, para quem conhece bem Lula, não há dúvida de que o presidente vai continuar batendo na tecla de que o melhor é uma eleição plebiscitária, com Serra e Dilma batendo de frente (Marina entra só como contraponto na história).

E deverá esperar a evolução do quadro, apostando na sua força eleitoral para consolidar o nome da ministra e não depender tanto do PSB. Só em último caso é que o presidente aceitará a hipótese da via auxiliar que lhe tem sido apresentada.